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Saturday, August 29, 2009

Roberta Sudbrac - A versão culinária dos violinos de Elenor Rigby dos Beatles

Nesses últimos meses distantes do blog eu voltei várias vezes a Roberta Sudbrack, que na minha modesta opinião, é o melhor do Rio de Janeiro. Não porque se come comida de qualidade, porque existem outras opções assim no Rio de Janeiro, mas poucas inovam com tanta freqüências e executam com tamanho primor, consistentemente, como a Roberta e sua equipe fazem. Além disso, o serviço é agradável e o ambiente super charmoso, a decoração da casinha laranja é simples, alinhada com o estilo da comida, lá a beleza da cozinha está na simplicidade dos sabores, misturados de forma magistral.

Havia algumas semanas e algumas trocas de tweets que eu só pensava em experimentar o tal dos managritos, a chef que é uma pessoa apaixonada, parecia ter achado uma nova paixão e a curiosidade me dominou. Vamos ao jantar completo. Um jantar lá começa sempre com um delicioso pão quentinho e manteiga simples e salgadinha, depois vamos aos gourgeres, versão francesa do pão de queijo que é aerado e cremoso com o sabor inconfundível do queijo, de forma mais delicada.

Para começar eu optei pelo tartare de abóbora, poderia ter repetido a maravilhosa broinha de milho com foie gras, mas aí está a graça de jantar lá, o tartare de abóbora que pode parecer menos nobre se sobressai em uma linda cumbuca preta, com pequenos quadrados, muito pequenos, que dão a abóbora uma textura durinhas, mas mastigável, com um leve molho com notas acidas, que contrastavam com a doçura natural da abóbora. Eventualmente vc comia uma semente torrada, que era sequinha e macia. Não tinha nada de mais, mas existia algo de poético em como os sabores e texturas se opunham.

Depois disso fomos impressionados por um lindo e suculento aspargos brancos, que tem uma textura um pouco diferente do normal, menos fibroso, mais macio, uma com uma calda de amendoim e um pouco de amendoim picado. O amendoim tem ma profundidade que normalmente dura na sua boca, mas com o aspargos isso era relativizado, criando mais uma delicia.

Passamos para um enrolado de lagostin, em uma lamina de chuchu com um caldo de lete de amendoim. Aqui de novo a “pegajosidade” do amendoim é o elemento que contrasta com o sabor afiado de um fruto de mar fresco, que por sua vez também está suavizado pelo chuchu, que envolve. Esse prato é um daqueles exepcionalmente simples, mas muito bom.

Chegou a hora das estrelas da noite, o raviole de mangaritos em 3 texturas, o badalado e sazonal ingrediente é um tubérculo pequeno com uma casca preta, que quando assada exala um cheiro de chocolate e café – não sou muito de sentir essas coisas em vinhos por exemplo, mas nesse caso é claro. O prato é um raviole de purê de mangaritos, pedacihos da casca torrada, e pequenas fatias dos mangaritos assadas salpicadas por cima. O sabor do mangarito é algo especial, tem as caracteristicas das grandes iguarias do mundo, no sabor uma riqueza de gordura própria que faz este durar na sua boca tempos depois de vc ter comido. O raviole sem molho apenas a manteiga que os mangaritos produzem estava divino, a combinação das texturas da casca, dele assado e do purê se balanceavam. Mas o impressionante é a capacidade de prencher sua boca de forma completa que o purê tem, como se vc estivesse entrando em uma jacuzzi em uma estação de esqui. Quando vc combinava isso com a casca, o sabor extremamente térreo desta trazia um contraste ao véu aveludado que era formado na sua boca. Tive o prazer de comer um segundo prato, graças a delicadeza da chef diante do meu encantamento, adoro esses mimos. A noite estava ganha, correto?

Ah não, isso é o melhor restaurante do Rio, não basta uma surpresa na noite ainda havia o prato principal uma barriga de porco com as batatas fritas de lá. A pele era sequinha, me lembrou muito o pato laqueado chinês, era crocante e quando vc cortava encontrava uma carne macia e profunda, com um sabor terno. Este foi um dos melhores porcos que eu já comi na minha vida. Imagino que a expressão orgamos múltiplos podia ser usada nesses último jantar, porque nada pode ser tão prazeroso assim. Eu estava absolutamente inebriado de tantos sabores e descobertas.

Ainda fomos presentados com um sorvete de banana manchadinha que era algo de transcendental, estava diante de mim o sabor do doce de banana mais caseiro que já comi, no entanto, sem o excesso de açúcar que os acompanha, apenas a doçura natural. O sorvete adquire uma textura mais densa, mas ainda há ali o frescor de um belíssimo sorvete de fruta. Quem disse que só de comida salgada se vive?

A sobremesa era uma creme de chocolate amargo, com uma pele de leite e pedacinhos de chocolate. Meu pai, que me acompanhou, e que é chocolatra em alto teor, gemeu! Ao final ele falou: “Tenho uma teoria política: O FHC se candidatou a reelicao por causa da chef”. O programa não é barato, that is for sure, mas para quem gosta de comida no Rio de Janeiro não há nada igual! Um jantar lá é como os violinos em Elenor Rigby dos Beatles, simplesmente emocionante.

Roberta Sudbrack

Av. Lineu de Paula Machado, 916

Jardim Botânico – Rio de Janeiro

Tel : 21- 3874-0139

4****

$$$$

Thursday, October 23, 2008

Per Se - Sabores que duram até o dia seguinte, pelo menos.

E aqui estamos de novo diante de um refeição de 4 estrelas! Eu sei que sou muito chato, mas realmente é difícil combinar: atendimento, ambiente, comida inovadora, execução impecável! Tenho que me defender logo, que além dessa refeição e da outra quarto estrelas que tenho aqui no blog, tenho uma que nunca escrevi, mas que vale mencionar para vcs não acharem que eu sou um pedante, que acho que só se pagando muito se come impecavelmente bem. Em Boi Peba, na Bahia, tem um restaurante chamado Mar e Coco, que é na verdade quase uma cabana e tem apenas 4 ou 5 pratos no menu, simplesmente divino, quando comi lá gastei 20 reais!

Mas voltando ao assunto, eu jantei de novo no Per Se em NYC e tenho que dizer que poucas vezes me senti tão mimado como lá, da execução perfeita da comida ao serviço que é algo que não dá para ser descrito com facilidade tudo é sem falhas. O Per Se é um restaurante de menu degustação, mas vc tem escolhas, ou vc é vegetariano ou não é! Além disso, em dois momentos dos 9 pratos (mas acredite não é tanta comida assim), vc pode fazer escolha entre 2 opções. Mas na verdade nem que não pudesse confiaria no chef Thomas Keller de olhos fechados. NADA, absolutamente NADA que veio a mesa era menos do que sublime.

Não posso falar de todos os pratos para não entediar vcs, mas logo que chegamos somos sentados em uma mesa com a vista incrível do canto do sudoeste do Central Park, em um restaurante que tem uma decoração que é “tone down”, com tons sóbrios de marrom e off White, talvez para não atrapalhar a grande estrela da noite: a comida. As mesas são impecavelmente postas, com talheres de prata simples e louças sempre brancas (eu realmente não gosto de louça escura que eu não consigo ver o que estou comendo, será que até nisso ele pensou), em formatos que variam de acordo com o prato que está sendo servido.

Antes de tudo começar somos surpreendidos pela versão francesa de nosso pão de queijo, baseado no queijo Gruyere, sequinho e levemente crocante por fora e uma explosão de suavidade por dentro, com o gosto inconfundível do gruyere, logo após somos surpreendidos por um cone ultra crocante, mas de massa leve, enrolado em um guardanapo, dentro um sour cream leve, quase que como claras em neve, e em cima um tartar de salmão picado em mínimos pedaços. Lá a comida é mais que sabores são texturas, sensações e aromas. Além disso, vale lembrar que é claro que adoro essas surpresas que são feitas ao longo da refeição.

Entre os pratos que comi vou destacar 3, de entrada o prato mais conhecido do cheff, uma ostra levemente cozida, em um potinho com um fundo de sagu (isso mesmo a nossa velha tapioca que lá é chamada de pérolas de tapioca), um creme que me lembra um bechamel rico em manteiga e com uma pequena colher de caviar negro. Acho que esse prato é a definição da cozinha do Per Se, as texturas do caviar e do sagu contrastam com a da ostra que esta perfeitamente fresca, o molho amanteigado balanceia o gosto peculiar e salgado do caviar, sem que nada perca seu lugar.

O Foie Gra frio com calda de frutas vermelhas veio com a textura firme como deve ser, contrastando com a acidez das frutas vermelhas e com um brioche, que faria inveja a qualquer padeiro. Os pães lá são frios como nos restaurante europeus, mas as manteigas são um capítulo a parte. Lá tudo tem uma história a nossa manteiga veio de uma fazenda de Vermont, de 35 acres com apenas 6 vacas, que produzem manteiga todos os dias apenas para o Per Se, chic mesmo é ter uma história de exclusividade por trás do seu produto, forget the rest!

A vieira selada na frigideira com a textura de uma nuvem branca, de tão perfeita, vinha com um molho de romã, que trazia um contraste com a melosidade do marisco, mais uma vez um balanceamento perfeito entre sabores e texturas. O peito de pato estava cozido perfeitamente e acompanhava um gratin de batatas, simples não? Mas quando simples atinge a perfeição o que fazemos? Deliramos, acho que é isso.

O carneiro estava muito bom, assim como o peixe (não me pergunte o nome em português Yellow Tail Snapper), a sobremesa de pêra estava maravilhosa assim como o sorbet antes da sobremesa de melancia. A surpresa de um parfait com calda de amoras era um final feliz para os homens, e um mini creme brulé para as mulheres (não sei qual a lógica). Mas, no Per Se, eles não se dão por satisfeitos, que tal a seleção de chocolates feitos lá mesmo para acompanhar o café? No final da refeição recebemos uma sacolinha com um crocante de amêndoas com base de chocolate, mas no meu caso que tinha comentado que não comia chocolate, caramelos puxa com gosto de infância! No dia seguinte enquanto comia os meus caramelos ainda delirava com os sabores da noite anterior, no Per Se eles são cuidados para que a sua experiência dure até o dia seguinte.

Mas tenho que admitir que tudo isso é uma brincadeira cara, o menu degustação sem a escolha do Foi Gra no terceiro prato é US$ 275, se vc fizer a minha escolha adicione mais US$ 30, ou seja é para os amantes da boa comida, as pessoas com um cartão corporativo ou amigos muito gentis que te convidem para a experiência. Não se esqueça que com uma refeição como essa um bom vinho é necessário, ou seriam bons vinhos. No final das contas prefiro isso que uma noite em um hotel maravilhoso ou uma extravagância qualquer, mas sei que eu sou meio maluco por comida, vide esse blog!

Per Se
Columbus Circle, Time Warner Centre, 4th Floor
NYC

4****
$$$$.... 

Sunday, September 28, 2008

Casa de Minha Avó Maria - Luxo para poucos!

Comer bem é um dos maiores luxos que alguém pode ter, comer bem em casa é algo quase que impensável para a grande maioria dos meros mortais como eu. No entanto, eu tenho o prazer de poder, de vez em quando, devido à distância, comer maravilhosamente bem na casa de minha Avó Maria, me desculpe meu Avô, mas quando falamos de comida a casa é como se fosse só dela. Segundo ela mesma, comer desta forma é uma tradição que foi passada de mãe para filha, falando assim parece que deve ser simples fazer aquilo tudo, mas tenho dificuldade de imaginar um lugar onde se pode ao longo de anos, manter a consistência de qualidade como lá, se nem os grandes chefs, cobrando fortunas conseguem é porque isso não é nada simples.

Almoçar lá é um evento de horas, sempre começamos na varanda (que tenho que admitir era mais agradável na saudosa Albalonga) com pequenos abarás que derretem na boca, com um leve toque de dendê, ou com uma tábua de queijos e torradinhas, quem sabe um dos canapés que minha irmã adora. Um clássico que nunca falta é o Beiju de Tapioca com pastinha de parmesão, a tapioca fica crocante e tem um gosto leve que é dominado pelo sal do parmesão, poucas coisas tem tanto gosto de Bahia como isso.

O serviço lá é um capítulo a parte, Magic Mauro (como meus amigos Italianos o apelidaram, depois de um carnaval que as coisas simplesmente brotavam do chão sem nem notarmos a sua presença) é uma das pessoas mais gentis e discretas que vc vai conhecer. Sempre como seu uniforme branco, está disposto a fazer uma caipirinha, trazer uma coca-cola em um copo gigante, ou simplesmente servir água nos nossos copos durante o almoço. Não sei se sou eu que já acostumei em comer lá, mas tenho a impressão que o serviço é effortless, mas tenho certeza que não é. Ao sentar a mesa, posso notar que tudo foi pensado, da toalha que combinam com os porta-guardanapos, aos copos de vinho que combinam com a louça, mas nada de conjuntinho, e sim uma montagem muito bem feita, mas que não ofusca a grande estrela do dia: a comida. Claro quer o arranjo do centro da mesa também foi bem pensado, mas só está ali até meu Tio o tirar, pois está atrapalhando a conversa.

Se você tiver sido inteligente o suficiente, ou no meu caso já tenha freqüentando esses eventos muitas vezes, você resistiu bravamente a gula dos aperitivos e sobrou ainda um bom espaço no seu estomago. Porque nunca se come um só prato na casa de minha avó. Neste sábado, seguindo os meus pedidos, iniciamos com um Bacalhau Gomes de Sá, um prato típico português, que me perdoe o Antiquários, acho que nunca comi um tão bom. A simplicidade do preparo me deixa intrigado como as outras pessoas não conseguem chegar nem perto daquela perfeição de sabores. A batata que está al dente, contrasta com a maciez dos tomates e do próprio bacalhau (segundo minha avó ela estava preocupada, pois era a primeira vez que usava apenas o filé do bacalhau, mas depois desse almoço, acho que ele não volta mais ao velho bacalhau). O molho é quase que indescritível com a leveza do litro de azeite de oliva (azeite doce na Bahia) mas a profundidade dos legumes e peixe cozinhados por horas ali. O pãozinho torradinho que estava a nossa esquerda já tinha um destino certo, ela já sabia que seria tão bom e que não resistiríamos a limpar os pratos.

Não satisfeita com o Bacalhau, nos chega o segundo prato carne de fumeiro, com abacaxis, cebolas, farofa e feijão verde. Vou explicar primeiro o que é carne de fumeiro: uma manta de carne de porco que é meio que defumada com algumas ervas, segundo minha Vó, lembrando um pouco o processo das lingüiças, por horas e fica rosada, com aquele sabor inconfundível da fumaça, quase que doce. A carne estava um sonho, macia, leve e adocicada, acompanhava uma das farofas baianas bem amarelinhas (não, não a que vcs estão pensando com dendê, farinha boa é torradinha e já vem meio amarelada, com a mistura da manteiga ela ganha essa cor amarelo ouro, diferente do amarelo bandeira da outra farofa) e um feijão verde (não sei muito bem o que é isso, mas sempre tem lá) é como se fosse um feijão fradinho, com um molho mais leve, mais aguado, com temperos quase que refrescantes, esta combinação é perfeita com essa carne, que já tem esse gosto tão peculiar e não deve ser dominada por mais nada.

Não posso deixar de dar crédito a Dr. Aleixo aqui, meu avô que já bebe vinho tinto muito antes que taninos e carvalhos americanos e portugueses eram assuntos de mesas. Lá aprendi que vinho branco é Chablis, que vinho tinto é francês (tenho que admitir que tenho conhecido coisas fantásticas ultimamente que não são franceses, mas vamos combinar se vc só pudesses escolher uma nacionalidade era essa que vc ficaria). A seleção de vinhos de lá é sempre marcante, não porque o tanino do vinho combina com algum tempero, simplesmente porque um bom vinho sempre combina com uma boa comida.

Mas se você é realmente um expert nesses almoços, vc não se esqueceu durante o delírio acima descrito que as sobremesas lá são um capítulo a parte (mesmo eu, as vezes me perco e acabo comendo mais do que devia). Neste dia comemos uma cheesecake, que apesar de ter tido sua deliciosa crust queimada (obviamente pela coitada da ajudante, dado que minha Avó não erra) tinha o seu recheio leve, quase que com consistência de creme de leite, mas com o sabor levemente azedo do queijo, que contrastava com o doce da geléia de morango. Mas podia ter sido a deliciosa torta de amêndoas, que são descascadas uma por uma, para fazer o recheio da torta mais gostosa que conheço.

Obviamente sou viesado, pode ser que tudo isso seja na verdade melancolia de um tempo onde almoçava lá sábados e domingos, quando meus grandes problemas eram a prova de redação, e que meus finais de semana eram dominados por banhos de piscina e revistinhas em quadrinhos, onde as conversas não incluíam nem bail-out ou SELIC. Um tempo quando comer aquilo tudo era normal, que não sabia o quão especial era ter o privilégio de aprender tanto sobre comida. Só tem uma maneira de descobrir, venha você experimentar, se vc sair de lá com uma impressão diferente, acho que vou abandonar esse blog. 

Monday, August 25, 2008

La Giostra - Comida como deve ser.

Existe na Itália um movimento que tenta combater a pressa do mundo moderno quando estamos comendo, no Brasil, até já temos alguns representantes, que é chamado Slow Food. Neste tipo de restaurante não devemos ter pressa para comer e comida é preparada toda na hora de forma quase que artesanal. Nesta minha estada na Itália, entre muitos paninos e muitas pizzas eu fui jantar no La Giostra, que fica em uma pequena rua em Firenze.

O restaurante fica em um antigo armazém do século 15, e tem um ambiente aconchegante com suas paredes rústicas e suas vigas expostas. As mesas são relativamente apertadas, mas isso só faz vc se sentir mais em casa ainda. Ao chegarmos fomos recebidos pelo nosso garçom que falava inglês perfeitamente – caso raro na Itália – que prontamente nos ofereceu uma taça de Proseco, como boas vindas da casa.

Fizemos nosso pedido quase que sofrendo de tanta dúvida do que deveríamos pedir, dado um menu tão diverso e com pratos tão apetitosos. De entrada pedimos uma Burrata e um Presunto San Daniele com melões, mas antes disso fomos surpreendidos mais uma vez por um prato de apereitivos incrível, para que pudéssemos entender a palheta de sabores do chef. Tinha bruschetas de tomate, e de fígado de coelho – ponto especial para essa, que pode parecer horrível, mas era intensa, cremosa e leve ao mesmo tempo – tomates confitados, alici, pimentões grelhados.

As entradas de fato estavam perfeitas, uma das características desse movimento é privilegiar ingredientes orgânicos, de alta qualidade. A burrata estava perfeita, cremosa por dentro sem ser enjoativa. O presunto estava salgado na medida certa para balancear com a doçura do melão, que tinha um gosto leve, o contraste de temperaturas e sabores é absolutamente campeão para mim.

Para o nosso prato principal convenci minhas duas parceiras a pedirmos uma Bisteca Fiorentina para três. Este tipo de prato é pedido por peso, que inclui o osso; ficamos com 1,5 kg de uma belíssimo T-Bone Steak cozinhado com perfeição, a carne vem rosada por dentro e é macia, com o leve gosto da grelha de ferro e o toque ocre do carvão. Para acompanhar um leve feijão branco com cebolas, pois a estrela era a carne e nada deveria competir. Tenho que admitir que depois da minha experiência da Argentina e agora essa, estou chegando a conclusão que no Brasil comemos carne muito mal.

De sobremesa comemos um Tiramisu, que estava leve e aerado com um gosto de espresso forte e marcante como deve ser. A experiência ainda me faz delirar e posso sentir o gosto da carne e da bruscheta de fígado de coelho. A conta para tamanho festival de comida foi absolutamente aceitável.

Esta é a frase que li no restaurante e que está tb no site deles: "Because food is necessary and choosing it is a privilege, but cooking it is an art." Para vcs entenderem o espiríto do lugar.

La Giostra
Via Borgo Pinti, 12r
Firenze – Italia
Tel + 39 055241341

4****

Tuesday, May 27, 2008

Roberta Sudbrack - O melhor do Rio de janeiro

Eu acredito que todos restaurant pode ser 3***, mas apenas poucos chegam ao estágio das 4****, como falei no post anterior ser sublime em ambiente, comida e serviço é muito difícil. Roberta Sudbrack conseguiu, ela tem um restaurante muito charmoso na Rua Lineu de Paula Machado, no Jardim Botânico no Rio de Janeiro. Como ela mesmo chama é uma “casinha laranja” na beira de um canal, com uma decoração intimista, beirando a caseira.

O menu normal da casa é uma degustação de 5 pratos que custa R$ 150,00 reais, para um passeio por sabores simples mas executado com perfeição e com ingredientes verdadeiramente de primeira. O menu muda bastante a cada dia, baseado nos ingredientes disponíveis da estação, e do tema principal da “coleção”. Este tipo de restaurante não é para todos, mas certamente é para os apreciadores da grande comida. Não posso negar que é caro, mas nunca me arrependi de um centavo pago. Dentre os highligths estão as batatas “fritas” que acompanham as carnes, uma sobremesa que é uma torta de pêra, com pérolas de tapioca e calda de caramelo, a palheta de cordeiro, o atum confitado,....eu podia falar de vários pratos.

Mas o que mais me impressionou nessa última visita foi a inovação da terça-feira, que agora tem a opção de uma entrada e um prato principal. Nesta minha visita foi uma salada niçoise, que eh sencanional com o atum confitado no azeite e brotos dos folhas, que a torna muito mais suave. O prato principal foi um filet com molho de natas e as batatas padrão – ah se esse fosse o padrão dos lugares. Os dois estavam executados com perfeição apesar de estarmos no menu “pobre”. Além disso, pedimos de entrada os arranciones, bolinhos de risoto italiano sensacionais. O menu da terça básica é apenas R$ 49, uma barganha dada a qualidade da comida.

O atendimento é muito atenciso e minucioso, os pratos são tirados na hora certa e o timming dos garçons é sensacional. Dentro da sua proposta de feeling de casa o serviço é perfeito. Poderia estar um pouco mais bem informado sobre o menu, mas isso não é geral, por isso, não merece perder a estrela. O outro senão é a carta de vinhos que tem poucas escolhas baratas, mas as medias são realmente maravilhosas, mas a falta de escolha é o outro “defeito”.Se vc gosta de comida e está livre na terça feira não perca.


Roberta Subrack

R. Lineu de Paula Machado, 916, Jardim Botanico

tel: 21- 3874- 0139

4****
$$$$