Showing posts with label Rio de Janeiro. Show all posts
Showing posts with label Rio de Janeiro. Show all posts

Friday, October 08, 2010

Um francês não tão francês

Quando apresentado a pergunta: qual é o melhor francês do Rio de Janeiro, com a exceção do Olympe, eu prontamente respondi: Le Pre Catalan, que tem um menu clássico francês de Cuisine, que deixa qualquer um impressionado. A Sua trilogia de Foi Gras é uma das melhores coisas que se pode comer no Rio de Janeiro. Mas fui questionado, porque não o Le Vin, ou até mesmo o CT Brasserie, no mesmo Troigos, que é dono do Olympe.

Resolvi então voltar ao CT com essa pergunta em mente, poderia eu estar subestimando um dos melhores restaurantes franceses da cidade. Ao chegar ao Fashion Mall, olhando de fora, eu me surpreendi, de fato a decoração é bastante francesa, com várias gravuras que nos remetem a Paris, um chão azulejado, com pé direito alto e ventiladores charmosos de madeira. As cadeiras e mesas pequenas não nos deixam enganar, estamos diante da clássica decoração de bistrô. Mas no final do salão, entre nós e a vista para o verde de São Conrado, eu vejo um forno a lenha, um pouco italiano talvez, mas quando noto: ele está todo assinado por celebridades, de fato estamos muito perto da Barra da Tijuca.

A carta de vinho me dá certeza que estou em um restaurante francês, com uma boa variedade dos “nacionais”, mas os preços altos em R$, não me deixam esquecer que estou no Brasil, estes estão ficando cada vez mais obscenos. Ao mergulhar no cardápio, uma das coisas que eu mais gosto de fazer em um restaurante é ler TODO o cardápio, noto logo nas entradas um Steak Tartar, Moules Marniere,várias saladas, tartar de peixe com abacate e outras coisas. Mas foi ao ler os principais que realmente me convenci que não havia a menor possibilidade do CT ser um francês. Os pratos de peixe não traziam nada especialmente francês, as Bruschetas cariocas – Ahhh o forno a lenha – também não. Mas a seção de carnes era um menu estilo gula gula, seu grelhado mas acompanhamento.

Optamos por começar com um steak tartar e moulles. Boas escolhas: o steak tartar estava leve, com a dose certa de ovo para o meu paladar e com claras levemente cozidas. As torradinhas que acompanhavam estavam também uma delícia. Os moulles eram enormes e gordos, com um molho que estava um pouco carregado na manteiga para ser apreciado sozinho, como a colher de sopa sugeria, mas não chegou a atrapalhar o moulles.

Nos pratos principais eu fiquei com o um clássico Croque Monsieur que estava gostoso, com sabores equilibrados, mas um pão um pouco farinhento, veio acompanhado de uma salada verde com um vinagrete de mostarda – isso os franceses sabem fazer como ninguém – e batatas fritas, que me deram a impressão de ser congeladas e não estavam nada de especial. Meu companheiros ficaram com um dos peixes, com molho de limão siciliano e tomates confit, o molho estava excessivamente forte e o peixe levemente sem sal. O último prato foi um magret de canard que tinha um molho de canela, e pêssegos que estava delicioso, a mesma saladinha verde, com batatas gratinadas que estavam saborosas.

Para sobremesa, junto com a nossa segunda garrafa de vinho, pedimos o Mille Foglie, que é 3 leves biscoito com um chantilly e morangos e calda natural deste. Leve e saboroso o creme podia ser um pouco mais encorpado para ser mais francês. Sem dúvidas os pontos fortes do restaurante estavam nos pratos mais clássicos, nossos desvios nos mostraram isso. Vai ver que se vc se ater a apenas essa parte do cardápio o restaurante é até melhor do que o conjunto da obra.

CT Braserrie
Fashion Mall
Rio de Janeiro

2**
$$$$

Ps: Já estive outras vezes lá que estiveram melhores, por isso já tem um outro post aqui, com observações mais elogiosas.

Tuesday, September 14, 2010

Trufas Frescas na Osteria dell`angolo

A vida tem coisas maravilhosas, na minha opinião, uma boa parte delas é de comer! Mas talvez por isso eu gaste quase todo o meu tempo livre falando, quase que sozinho, sobre comida aqui. Esta semana tive o privilégio de comer um jantar com trufas negras frescas, italianas, trazidas por um amigo que conseguiu passar pela alfândega, apesar do perfume enlouquecedor que elas têm. Mesmo após quase uma semana de colhidas, as trufas ainda estavam especialmente aromáticas, com toques térreos e uma suavidade incrível.

Acabamos indo no Osteria dell`Angolo, uma clássico da cozinha italiana no Rio de Janeiro. Começamos com os antipastos da casa, que são na minha opinião o melhor couvert do Rio de Janeiro. Torradinhas sequinhas, uma focacia leve e saborosa, o pão italiano poderia ser um pouco melhor, achei que estava esfarelando de mais e sem a casca crocante. Mas as estrelas são as bandejinhas de delicias: como a conserva de berinjela, que tem pedaços grandes e macios, envoltos por um molho suave e viciantes. A “caponata” de legumes também é muito gostosa. Pausa para a lasanha de berinjela, que poderia ser o meu jantar em condições normais. O mix de lula, camarão e polvo é leve e suave, como deve ser. Sem dúvidas vc pode ficar somente nesses antipastos e em uma bela garrafa de vinho.

Mas a estrela da noite era a trufa, que de fato merecia o posto. Para o primo piatto comemos um tagliatelle de manteiga e trufas, que era a definição de simplicidade, a massa estava cozida no ponto certinho, era uma deliciosa massa fresca, o molho era como devia ser sedoso, com as notas térreas da trufa, que servem como um acalanto. O segundo prato foi uma vitela ao molho de trufas, com uma polenta branca, firme com trufas frescas. A carne estava macia e fazia um bom contraste com a polenta, o molho mais pesado da carne equilibrava bem com o sabor sutil da polenta com as trufas. Apesar de ter tanta trufa não era nada enjoativo, em parte porque o ingrediente fresco é incomparável com o azeite trufado que está presente em tantos pratos. Sem contar que o after-taste da original desaparece de forma suave da boca, enquanto o azeite trufado deixa um esquisito gosto metálico. Para completar os chefs tendem a exagerar nas doses do azeite, que só torna os pratos mais enjoativos. Mas o ingrediente fresco é como uma brisa fresca após uma tarde de sol na praia: presente, marcante, porém sutil e não palpável.

A harmonização não pode ser melhor uma combinação de Brunellos e Barbarescos de fazer inveja em qualquer aficionado por vinhos. O jantar foi espetacular em grande parte devido ao ingrediente, mas não posso deixar de dar créditos a execução muito bem feita do restaurante, que além do melhor couvert do Rio, conseguiu entregar um jantar memorável. Vou voltar lá, para poder experimentar mais pratos e poder entender se demos sorte ou se é aquilo tudo mesmo.

Osteria dell`Angolo
Rua Paul Redfren, 40
Ipanema – Rio de Janeiro
Tel 21-2259-3148

Wednesday, September 08, 2010

Astor - Um belo bar, onde se pestica bem!

O Astor está se tornando um dos meus bares favoritos, em parte porque a música é muito boa, mas também porque não só os drinks são gostosos, como até hoje tinha comido muito bem por lá. Para um bar que se vende como muito boêmio, acho que fechar as 3:00 am, um pouco cedo para uma cidade onde há o baixo Leblon, que até as 6:00 ainda est está funcionando. Mas poucos lugares são tão charmosos como lá, em uma esquina privilegiada, o Astor traz a eficiência paulista a paisagem natural carioca, que é imbatível.

As filas quilométricas, quase a a qualquer hora que você vá, deixa claro que o bar caiu nas graças dos cariocas, talvez em parte a toda dedicação dos donos de se carioquizar, com quadros de bares antigos cariocas, e com algumas alterações no menu, o Astor é um sucesso. Neste final de semana, fui almoçar em um final de tarde lá, para finalmente sair do aspecto bar, onde só comia petiscos e finalmente comer de verdade. Infelizmente, acho que me decepcionei, com a comida.

Para entradas pedimos os deliciosos pasteis, sequinhos bem recheados e saborosos, com um pouco de pimenta, vira o casal perfeito para uma das melhores capiriroskas que já tomei na minha vida. Os bolinhos de arroz, me lembraram do San Martin, meu finado bar favorito, sequinho por fora e crocante, com uma textura quase cremosa interna, acho que além do sushi, a minha forma favorita do arroz. Para finalizar a mini porção de rabada com polenta e agrião. Esta vem uma mini panelinha, com um gratin da polenta que cobra a porção geneorsa da carne desfiada, o sabor da carne é impressionane, poderoso e meloso ao menos tempo. Acho que poderia ter um pouco mais da polenta, para que o contraste de texturas fosse até o final da panela. Esse é um prato para repetir!

Nos principais pedimos um picadinho, que vem com uma porção enorme, o pastel é quase a melhor parte do prato, junto com a gostosa banana a milanesa, cremosa e sequinha. Achei a carne um pouco sem gosto, sem a profundidade que o prato pede, aquela sensação que foi cozido em uma panela por horas. Realmente esperava mais, depois da rabada. O meu prato foi Alheiras, uma lingüiça feita de pão e alho frita, com fritas e ovos fritos, a “lingüiça” estava até interessante, mas as batatas estão sem crocância, acho que acabou por comprometer o contraste dos sabores. Por fim, pedimos um arroz de brócolis, tomates e camarões, um clássico carioca, mais uma vez acho que faltou aquele sabor profundo de cozimento lento, achei q faltou sabor. Para sobremesa apenas um gostos pavê foi pedido e aprovado pela mesa.

O ambiente, os drinks e os petiscos vão me fazer voltar inúmeras vezes. Ainda por isso, vou voltar para comer lá e provar outros pratos. Talvez a culpa tenha sido das minhas expectativas, mas sem dúvidas pela fama e tradição da casa, acho que poderia ser melhor.

Bar Astor
Av Viera Souto, 110
Ipanema
Tel 21-2523-0085

2**
$$$

Monday, August 23, 2010

Primeira Pá - China de verdade, um pouco mais perto!

Comer comida étnica não é uma tarefa muito simples no Rio, apesar da profusão de restaurantes japoneses, a maioria das culinárias é muito mal representada na capital carioca. A culinária chinesa é uma que não necessariamente é pouco representada, mas sim mal representada, a profusão de China in Box style onde a comida é sempre excessivamente doce e os ingredientes não necessariamente frescos não é exatamente um bom embaixador. Há aqui dois representantes mais fidedignos, o pirotécnico Mr. Lan e o escondido Primeira Pá! Nenhum dos dois pode ser considerado exatamente barato, mas ambos mostram um pouco mais do que a rica culinária chinesa tem a oferecer, a verdade é representar a culinária chinesa, é muito diversa, portanto, para ser mais honesto estes são uma representação da comida cantonesa.

O Primeira Pá fica no bairro da Tijuca, no Centro de Cultura da Imigração Chinesa, a maioria das pessoas no restaurante são chinesas matando a saudade de casa, o que é um ótimo sinal. Ao entrar no restaurante tive a impressão de estar entrando na China, dada a decoração e a língua mais usada, o chinês. As tolhas douradas, as grandes mesas redondas com plataforma redonda que giram, são o mais próximo que já vi da China por aqui. O cheiro duvidoso e os banheiros incrivelmente sujos, também são uma representação justa do país.

Para entradas podemos comer um delicado guioza, que vem com um recheio de carne de porco e alho poro, que são delicados, como os dim sums são na China. Mas o meu favorito é um pão no vapor, com recheio de porco agridoce, a massa é branquinha e meio puxa, com um gosto leve, o recheio pequenos cubos de porco, adicionam bem com textura e sabor. A culinária chinesa pode parece excessivamente “sem gosto”, para os nossos paladres, mas na verdade é a delicadeza de alguns de seus pratos que é o grande destaque.

Para prato principal sempre peço o delicioso Pato laqueado, que é exatemente o que torna a refeição mais cara. Recebemos a mesa leves panquecas feitas a base da arroz, um espesso molho adocicado, cebolinha e pepinos frescos, e uma generosa porção de peito de pato, coberto pelos pedaços de pelo, brilhantes e doces, que se dissolve na boca rapidamente. Devemos montar manualmente as panquecas e comer, o frescor dos verdes com a carne de pato e a pele crocante é uma das combinações mais gostosas que conheço. O de lá não é o melhor que já comi, mas é sem dúvidas um exemplar respeitável. Além disso, já pedi um deliciosa macarrão, uma carne com shitake e bambu, e um deliciosa arroz colorido, que me fez repensar a minha idéia de nunca comer arroz.

As sobremesas predominantemente de doce de feijão, são fidedignas, mas meu paladar não alcança. O serviço é oscilante mas incrivelmente simpático, alguns dos garçons não falam português, que dificulta um pouco a comunicação. Como de hábito na China, não se traz todos os pratos de uma vez, portanto, nesse aspecto acredito que nós ocidentais podemos ficar um pouco perdidos. Se vc vai até lá comer, faça com eles, peça vários pratos e deixe o caos da China fazer sua tarde mais alegre.

Primeira Pá
Rua Gonçalves Crespo, 450
Tijuca – Praça da Bandeira
Tel – 2293-2653

3***
$$

Friday, August 13, 2010

Venga! – e nunca mais deixe de voltar

Esse tempo de blog parado foi de descobertas e de vícios! E como era de se esperar na minha volta não posso deixar de falar das minhas refeições mais recorrentes. O Venga! no Rio é uma dessas descobertas incríveis q eu nunca canso de voltar. Quando quero uma coisa rápida, porém, saborosa é para lá que eu vou, vale ressaltar que só fica rápido depois que vc senta em uma das mesas mais concorridas da Dias Ferreira. O local é bem pequeno com no máximo uns 25 lugares sentados, mas eles já até servem algumas coisas na calçada para fazer a espera menos dolorosa.

No Venga quase tudo é muito gostoso. Não tem nenhum elemento extremamente criativo, dado que é uma casa de tapas q segue a risca as receitas mais tradicionais da Espanha. Mas quando a execução é tão bem feita, o restaurante salta aos olhos. Eu sempre peço o novo Croqueta de Paella, que é um bolinho de arroz, com queijo gruyere derretido dentro, espetado em cima dele esta um camarão terno, com aquele gostinho de chapa! A combinação do queijo q explode com o arroz e a croncância do bolinho são incríveis, sabores sutis que deixa o camarão aparecer.

O meu prato favorito é um delicioso polvo a la galega. O polvo vem na textura perfeita, macio, mais uma vez com aquele gostinho levemente queimado da chapa. As batatas são pequenos pedaços cozidas al dente, com páprica envolta delas. A textura do polvo com as batatas é impecável e esse prato fez vários amigos que não gostam de polvo gostarem. Eu tb adoro a tortilla de batatas que é um clássico espanhol e lá não deixa a desejar. As lulas fritas vem sequinhas com uma casquinha que se desfaz na sua boca, com um delicioso molho leve, impossível comer uma só.

Já comi uns sanduíches lá, mas nada que tenha me marcado tanto quanto os pratos acima. Para finalizar não deixo de pedir os Churros que vem com uma calda de chocolate que meus amigos chocólotras adoram, mas eu como apenas o Churros. Além disso, uma boa carta de espumante e duas deliciosas opções de sangria completam a minha noite sempre no Venga. Não para não volta.

Venga
Rua Dias Ferreira, 113
Tel – 21- 2512-9826
Rio de Janeiro

3***
$$$

Wednesday, July 28, 2010

Orienthai - Meu novo vício, mas não é restaurante.

Há quase um ano atrás a vida foi complicando a preguiça foi batendo e eu fui ficando sem tempo nenhum de escrever. Este blog sempre foi uma diversão para mim e nos últimos meses tenho sentido falta de falar aqui sobre comida. Então decidi q vou tentar voltar a escrever, talvez com um pouco menos freqüência do que já escrevi um dia, mas sem vergonha de postar algo novo por mês. Afinal de contas, ainda tenho uma série de pessoas q me pergunta: “ E seu blog, parou foi? Pq?”

Para voltar a escrever eu escolhi exatamente um não restaurante, mas sim um serviço de entrega de comida que tem me trazido, ultimamente, muita felicidade. Eu, às vezes, sonho com chegar em casa e pedir a comida oriental do Orienthai – que já foi chamado de Orient Express, q eu achava um nome melhor. Orienthai serve comidas do sudoeste asiático, Índia, Paquistão e redondezas. O cardápio é didático e muito bem explicado e conta com uma série de opções.

Das entradinhas o samosa de carneiro e legumes vem com uma massa sequinha, cheios de recheio, quase uma refeição. Vem com um tempero leve, talvez adaptado para o nosso paladar ocidental, acompanha um leve chutney de manga, que podia ser um pouco menos industrializado, mas fica bem, balanceado o sabor das samosas. O Onion Bhajee é um bolinho de cebolas empanadas que perde um pouco da sua crocância devido a entrega, portanto, sendo o que menos recomendo das minhas aventuras.

Os pratos principais, que provei, todos são gostosos. O grande destaque vai para o Panaeng Beef Curry que é um ensopado de tiras de carne, com um molho levemente picante, amendoins torrados e nirá. O prato é suave graças ao leite de coco, meloso mas com a leveza do nirá o prato é um convite a comer mais. Sempre uso muito do delicioso molho de pimenta fresca q eles mandam para aumentar ainda mais o contraste da melosidade do leite de coco com o ardor da pimenta. Para acompanhar qualquer prato eu sempre peço o pão paratha, que é feito na chapa, uma fina folha de pão semi crocante q serve de ajuda para os meus Hashis, depois para raspar o delicioso molho.

Nesta semana eu provei, por recomendação de um amigo dado que estava viciado no prato acima, o Murg Korma um ensopado de cubos de peitos de frango, com molho espesso a base de iogurte que suaviza o curry, ainda tem um toque de castanhas de caju que fazem contraste com a suculência do frango. Mais uma vez o molho de pimenta completa bem o prato.

Nunca comi sobremesa lá, até porque as porções são enormes e normalmente como em duas parcelas. O serviço pode melhorar ainda um pouco, apesar do atendimento ser educado e simpático a entrega as vezes demora um pouco mais do que o aceitável. Por fim, os preços, se vc considerar a qualidade e que dá para repetir ou dividir, são bem aceitáveis. O ambiente da minha casa, esse nenhum restaurante bate. Mas bem que o Orienthai podia colocar umas mesas ali na San Martin, com certeza viraria habitué.

Orienthai
http://orientxpress.com.br/
Tel 21- 2512-3592

3***
$$

Saturday, August 29, 2009

Roberta Sudbrac - A versão culinária dos violinos de Elenor Rigby dos Beatles

Nesses últimos meses distantes do blog eu voltei várias vezes a Roberta Sudbrack, que na minha modesta opinião, é o melhor do Rio de Janeiro. Não porque se come comida de qualidade, porque existem outras opções assim no Rio de Janeiro, mas poucas inovam com tanta freqüências e executam com tamanho primor, consistentemente, como a Roberta e sua equipe fazem. Além disso, o serviço é agradável e o ambiente super charmoso, a decoração da casinha laranja é simples, alinhada com o estilo da comida, lá a beleza da cozinha está na simplicidade dos sabores, misturados de forma magistral.

Havia algumas semanas e algumas trocas de tweets que eu só pensava em experimentar o tal dos managritos, a chef que é uma pessoa apaixonada, parecia ter achado uma nova paixão e a curiosidade me dominou. Vamos ao jantar completo. Um jantar lá começa sempre com um delicioso pão quentinho e manteiga simples e salgadinha, depois vamos aos gourgeres, versão francesa do pão de queijo que é aerado e cremoso com o sabor inconfundível do queijo, de forma mais delicada.

Para começar eu optei pelo tartare de abóbora, poderia ter repetido a maravilhosa broinha de milho com foie gras, mas aí está a graça de jantar lá, o tartare de abóbora que pode parecer menos nobre se sobressai em uma linda cumbuca preta, com pequenos quadrados, muito pequenos, que dão a abóbora uma textura durinhas, mas mastigável, com um leve molho com notas acidas, que contrastavam com a doçura natural da abóbora. Eventualmente vc comia uma semente torrada, que era sequinha e macia. Não tinha nada de mais, mas existia algo de poético em como os sabores e texturas se opunham.

Depois disso fomos impressionados por um lindo e suculento aspargos brancos, que tem uma textura um pouco diferente do normal, menos fibroso, mais macio, uma com uma calda de amendoim e um pouco de amendoim picado. O amendoim tem ma profundidade que normalmente dura na sua boca, mas com o aspargos isso era relativizado, criando mais uma delicia.

Passamos para um enrolado de lagostin, em uma lamina de chuchu com um caldo de lete de amendoim. Aqui de novo a “pegajosidade” do amendoim é o elemento que contrasta com o sabor afiado de um fruto de mar fresco, que por sua vez também está suavizado pelo chuchu, que envolve. Esse prato é um daqueles exepcionalmente simples, mas muito bom.

Chegou a hora das estrelas da noite, o raviole de mangaritos em 3 texturas, o badalado e sazonal ingrediente é um tubérculo pequeno com uma casca preta, que quando assada exala um cheiro de chocolate e café – não sou muito de sentir essas coisas em vinhos por exemplo, mas nesse caso é claro. O prato é um raviole de purê de mangaritos, pedacihos da casca torrada, e pequenas fatias dos mangaritos assadas salpicadas por cima. O sabor do mangarito é algo especial, tem as caracteristicas das grandes iguarias do mundo, no sabor uma riqueza de gordura própria que faz este durar na sua boca tempos depois de vc ter comido. O raviole sem molho apenas a manteiga que os mangaritos produzem estava divino, a combinação das texturas da casca, dele assado e do purê se balanceavam. Mas o impressionante é a capacidade de prencher sua boca de forma completa que o purê tem, como se vc estivesse entrando em uma jacuzzi em uma estação de esqui. Quando vc combinava isso com a casca, o sabor extremamente térreo desta trazia um contraste ao véu aveludado que era formado na sua boca. Tive o prazer de comer um segundo prato, graças a delicadeza da chef diante do meu encantamento, adoro esses mimos. A noite estava ganha, correto?

Ah não, isso é o melhor restaurante do Rio, não basta uma surpresa na noite ainda havia o prato principal uma barriga de porco com as batatas fritas de lá. A pele era sequinha, me lembrou muito o pato laqueado chinês, era crocante e quando vc cortava encontrava uma carne macia e profunda, com um sabor terno. Este foi um dos melhores porcos que eu já comi na minha vida. Imagino que a expressão orgamos múltiplos podia ser usada nesses último jantar, porque nada pode ser tão prazeroso assim. Eu estava absolutamente inebriado de tantos sabores e descobertas.

Ainda fomos presentados com um sorvete de banana manchadinha que era algo de transcendental, estava diante de mim o sabor do doce de banana mais caseiro que já comi, no entanto, sem o excesso de açúcar que os acompanha, apenas a doçura natural. O sorvete adquire uma textura mais densa, mas ainda há ali o frescor de um belíssimo sorvete de fruta. Quem disse que só de comida salgada se vive?

A sobremesa era uma creme de chocolate amargo, com uma pele de leite e pedacinhos de chocolate. Meu pai, que me acompanhou, e que é chocolatra em alto teor, gemeu! Ao final ele falou: “Tenho uma teoria política: O FHC se candidatou a reelicao por causa da chef”. O programa não é barato, that is for sure, mas para quem gosta de comida no Rio de Janeiro não há nada igual! Um jantar lá é como os violinos em Elenor Rigby dos Beatles, simplesmente emocionante.

Roberta Sudbrack

Av. Lineu de Paula Machado, 916

Jardim Botânico – Rio de Janeiro

Tel : 21- 3874-0139

4****

$$$$

Wednesday, April 29, 2009

Alfaia - In é ser simples!

Segundo a Alexandra Forbes, uma das blogueiras mais cools que conheço, está “in” coisas menos extravagantes, principalmente as com altíssimo custo benefício. Tempos de crise não são nada fáceis para os perdulários. Juntei isso a dica de um amigo, que sempre respeito, que é obviamente a definição de understatement – há algo mais cool que isso? Descobri um dos melhores restaurantes portugueses: ali no meio de Copacabana.

O Alfaia é um desses clássicos cariocas, onde a decoração é cafona e conta com prateleiras de madeira e vinhos no roda teto. Os garçons são velhos conhecidos dos freqüentadores habitues e usam um terno branco alvo, com uma gravata preta! Há algo mais Rio de Janeiro anos 60 que isso? Os pratos são servidos em baixela de inox e as mesas são forradas com uma toalha branca, meio desgastada por cima de uma colorida.

Para começar pedimos um bolinho de bacalhau, que chegou quentinho e dourado, por dentro muito bacalhau uma textura perfeita. Para comer dentre as muitas opções ficamos com o bacalhau ao murro. Duas lindas postas de bacalhau, levemente douradas, só com aquela crocância por fora. Para acompanhar: batatas ao murro que estava macias e levente puxadas no azeite, pimentões e cebolas grelhados, ambos com poucas áreas queimadinhas só para contrastar os sabores. A cebola era macia e docinha um verdadeiro sonho. Havia um molho de alho e azeite quente, mas não foi o meu favorito, a simplicidade do prato não pedia mais nada a não ser um fio de azeite.

Levamos os nosso vinhos que foram servidos com simpatia pelos garçons. Esses eram muito atenciosos e ágeis, coisa pouco comum aqui no Rio. A dose foi tão boa, que repeti na semana seguinte, pedi o mesmo prato, para ver se era verdade. Ainda bem que sim! Até porque em tempos de crise....

Alfaia
Rua Inhangá ,30 - loja B
Copacabana – Rio de Janeiro
Tel – 21 -2236-1222

3***
$$

Monday, April 06, 2009

Aconchego Carioca - Comida de verdade em boteco de respeito

Descobrir boa comida baiana fora da Bahia é um desafio que me persegue como baiano. O Rio de Janeiro é cheio de bons restaurantes e botecos com boa comida, mas neste final de semana eu conheci o Aconchego Carioca, que já vem sendo super badalado aqui pelo Rio, mereceu até visita de Pierre Troigois em sua última visita. O carro chefe de lá é o famoso bolinho de feijoada, uma invenção da chef Katita que é dos deuses, com um recheio de couve quase crocante, e um gosto de feijoada profundo e saboroso.

Também comemos o bolinho de aipim com molho de bobó, em minha opinião, o melhor da casa, dourados por com uma massa bem leve e macia. Com uma provinha do delicioso bobó para ser jogado por cima como molho. O engraçado é que isso não deixa de ser uma releitura de um clássico, ela brinca com a textura natural de um bobó que tem o creme de aipim muito cremoso, quando aqui ele é mais massudo.

Para o prato principal pedimos um Bobó de verdade que veio acompanhado de uma deliciosa farofa de dendê, como só tinha comido na Bahia, bem amarela e crocante. O bobó era aveludado, com a dose certa de dendê para os paladares cariocas. Os camarões graúdos e carnudos cozidos no ponto certo eram a estrela, embebidos no molho leve e cremoso do bobó. Sem dúvida um dos melhores que já comi na minha vida. Além disso, pedimos um escondidinho de carne seca, que vem gratinado com queijo derretido por cima, mas o purê de aipim que normalmente cobre esse prato é mais leve com uma textura mais para um suflê. A carne seca vem em tirinhas, e não desfiada, fica bem saborosa, com aquele gosto de manteiga de garrafa.

O bar/boteco é em uma rua antiga e descuida da tijuca com poucas e disputada mesas. O ambiente é de um típico boteco carioca com mesas pequenas apertadas e com moveis com cara de velhos. A decoração é simples e cheia de referências ao incrível menu de cervejas que deixa qualquer apreciador feliz, tem de tudo por lá das clássicas a as excelentes e caras importadas.  Mas me desculpe a estrela lá com certeza é a comida!

Aconchego Carioca
Rua Barão de Iguatemi ,388
Praça da Bandeira – Rio de Janeiro
Tel - 2273-1035

3***
$$

Wednesday, February 18, 2009

Lorenzo - Charme carioca com potencial

O Rio de Janeiro continua lindo, e cada vez mais surgem restaurantes que tentam aproveitar ao máximo essa beleza e esse clima privilegiado. No lugar do falecido Lulu, na entrada na Lopes Quinta, no jardim botânico, fica o Lorenzo, uma mistura de bistrô com uma cantina moderna italiana. A decoração é totalmente relacionada com o primeiro, mesinhas pequenas, uma varanda deliciosa e um terraço no terceiro andar imperdível, de lá pode-se apreciar o Cristo Redentor, de um lugar quase que bucólico.

O menu de lá é bem variado com massas caseiras e alguns pratos típicos de brasseries francesas, já estive lá duas vezes e comi bem em ambas. O couvert é simpático com rabanetes mornos, azeite, grisinis – que poderiam ser mais crocantes – e uma focaccia que poderia ser melhor. De entrada dessa última vez comemos um steak tartare de magret de canard, que estava muito saboroso. Nunca tinha comido esse prato e achei simples e poderoso, como pato deve ser.

Para principal já comi uma pescada amarela com salada verde, em um dia mais ligth, super honesto e da última vez pedi um mulles frites, que estava bom. O molho estava faltando um pouco daquela força do alho, que te faz ter vontade de molhar um pão no caldo, que era talvez excessivamente amanteigado. Além disso, as fritas era apenas, ok, meio moles. Dito isso, os mexilhões eram enormes e fartos, e mesmo sem um molho espetacular o prato estava honesto. Faltou a gentileza do serviço de trazer uma lavanda para lavarmos as mãos depois de comer, além disso, um outro bowl para colocarmos as cascas.

Nunca cheguei as sobremesas, mas o menu me parece bom. O serviço é bom, talvez um pouquinho lento, mas tenho sido tão mal atendido no Rio ultimamente que já considerei esse bom. O ambiente é de fato muito agradável e os preços super aceitáveis, acho que vou voltar lá para ver se acho um prato excepcional.

Lorenzo
Rua Visconde de Carandaí ,2 
Jardim Botânico – Rio de Janeiro
Tel – 21 - 2294-7830

2**
$$$

Friday, February 13, 2009

Lavoura Café - café da manhã com gostinho de fazenda

Eu tenho que admitir eu amo tomar café da manhã, talvez porque eu seja o que os americanos chamam de “morning person”, acordo feliz e acelerado querendo fazer alguma coisa. Portanto, ir tomar café da manhã é um de meus programas favoritos. Adoro os sabores caseiros da Casa da Tatá na Gávea, não paro de sonhar com o banquete incrível que é a Escola do Pão. Essa semana, descobri mais um para a minha lista, desses com sabores caseiros, o Lavoura Café, que a Constance Escobar já tinha falado e eu ainda não tinha ido conferir.

O lugar é uma pequena casa de esquina (porque todo lugar charmoso é sempre de esquina?), verde, que combina bem com a linda vista dos fundos do Jardim Botanico. As mesas se espalham pelas calçadas, como que de um bistrô. Pedimos um café da manhã individual que é uma série de pratos, a sensação é de estar na sua fazenda no interior (no meu caso, na Bahia). Começamos com um delicioso suco de laranja, fresco, seguido do prato de frutas, um mamão também gostoso. Depois em canequinhas de metal esmaltado nos chega um iogurte cremoso, levemente azedo, com gosto de caseiro, além disso, uma granola super crocante e um potinno de mel, de fato um pedacinho de céu na terra.

Depois disso chega a mesa um bolo, no nosso dia, um de “branco” com pedacinho de goiabada, completamente caseiro, tenho que admitir que como moro sozinho e longe da casa de minha mãe, coisas caseiras tem um valor todo especial para mim. Depois uma cestinha com quatro variedades de pães, um de queijo que estava muito bom, com um gosto azedinho do povilho e outras variedades, para acompanhar queijo minas, manteiga bem salgadinha e peito de peru – nessa minha nova fase ligth, faltou um pãozinho integral, mas perdoável, em casa de avó tudo engorda mesmo.

Para finalizar ainda temos a opção de um café ou um cappuccino, mas tenho que confessar que com o calor de 40 graus que fazia no Rio de Janeiro, não tive coragem de experimentar. O serviço é relativamente lento, mas quem tem pressa com uma revista na mão em um sábado de manhã!?

Lavoura Café
Rua Pacheco Leão, 812
Horto – Rio de Janeiro
Tel -21- 2512-7308

2**
$

Thursday, February 05, 2009

Le Pré Catalan - Um francês como deve ser

Era meu aniversário e depois desse blog eu decidi que merecia uma comemoração digna de uma comensal. Tinha um bom tempo que eu não ia ao Le Pré Catalan, restaurante do chef Roland Vilard, que havia sido todo reformado. A reforma ficou sensacional, os móveis de madeira escura, quase preta, e estofado clarinho, sem tolhas de mesa só com uma passadeira branca. As mesas e cadeiras arredondadas combinam com o formato da sala que tem o mesmo formato, beirando a janela com a linda vista da praia de Copacabana. Olhando para dentro todo o restaurante é coberto por leves cortinas brancas, que nos dá uma impressão de surpresa por trás, e de fato somos surpreendidos pela cozinha do Chef.

Cheguei sozinho e decidi que eu merecia um belíssimo jantar e pedi uma taça de champagne para começar minha noite. Na mesa uma cestinha com grissinis amanteigados que se desfaziam na boca e torradas com azeite de oliva ultra finas que estalavam na boca. Resolvemos que fazer as escolhas no menu seria muito doloroso porque não pedir e Menu Confiance e deixar o chef nos impressionar com 10 pratos?

Antes de começar nos foi oferecida uma seleção de pães todos quentinhos e maravilhosos, meu preferido, nozes com passas. O primeiro prato foi um mini gaspacho, com um cherne envolto em um cream fraiche, estava gostoso, com bons contrastes e salgadinha; havia um outro pratinho que era um cogumelo com farofa de anchovas, incrível, levemente amanteigada e crocante faziam um belo par com o cogumelo cozido no ponto certo.

A salada de lagostim com uma levíssima maionese de ervas e massa philos crocante e sequinha, sob pequenos cubinhos de aipo, pimentões e tomates estava espetacular. O lagostim estava no ponto certo, e contrastava bem com a massa crocante enquanto os pequenos cubos davam o frescor enquanto quase que estalavam na sua boca. Seguindo esse prato nos foi servido uma costela de tambaqui, peixe de rio do norte, com molho de tomilho fresco e um purê de barôa defumada, o peixe estava macio e levinho, com um molho que dava toque de ervas para aquela carne firme. O purê, ou seria um mousse, talvez um souflê, era tão macia, quase com textura de algodão doce, e um gostinho defumado distante.

Em um restaurante tão francês, o Foie Gras não podia deixar de ser a grande estrela da noite. A trilogia de foie gras, trazia ele fresco – não tem como errar – com uma geléia de figos e brioches, eu gosto mais com geléias mais doces, mas estava sensacional. Um ravióli de foie gras com alho poro, massa perfeita, profundo pela gordura do foie como pelo tempo de cozimento daquele caldo do alho poro. E por fim ele selado sobre uma tortinha de maça, que estava espetacular, o foie gras é macio, quase viscoso, que contrasta com a maça levemente cozida, sua gordura com a refrescância da maça. Neste ponto já estávamos tomando um belíssimo e honestíssimo St. Emilion 2003.

Para limpar o paladar e uma granita de frutas vermelhas e champagne, simplesmente o que vc precisa para tirar da sua boca o sabor persistente do Foie Gras. Entramos nas carnes empolgados, primeiro veio uma vitela, com molho do próprio cozimento e legumes, a carne poderia estar um pouco menos passada, mas seu molho era balanceado e os legumes estavam ainda levemente crocantes e faziam uma combinação muito boa. Depois chegou uma palheta de cordeiro, no ponto certo com batatas em cubos, ainda meio durinhas com um levíssimo molho branco, o prato era simplesmente uma boa execução, mas nada de surpreendente.

Até esse momento o serviço me parecia uma sinfonia perfeita! Tudo estava sincronizado, mas parece que fomos esquecidos e o prato mais simples que seguia, uma  combinação de queijos demorou mais de 20 minutos, inadimissível em um jantar como esse. Mas eu perdôo até isso. O prato de queijos era formado por pequenos pedaços de queijos de verdade - nada dos tipo brie - o chevre estava especialmente bom, com mais pães fresquinhos. O nosso Sauternes combinava perfeitamente com os queijos e preparava nosso paladar para os doces.

Para sobremesa começamos com umas provinhas do carrinho do chef de patisserrie, que sinceramente deveria abrir uma loja em separado para vender as delicias deles. Provei os ovos nevados, que estavam aerados e leves como devem ser. Um suspiro/macarron com um leve creme de nozes dentro era inacreditável, a cada mordida ele se desfazia na boca deixando o sabor forte das nozes sem excesso nenhum de açúcar.  Segundos os chocóltras na mesa a mouse de chocolate também estava um sonho.

A sobremesa de verdade era um profiteroles, com uma calda de chocolate que eu não provei. Para mim uma seleção de sorbets, todos refrescantes e naturais: cupuaçu, graviola, tamarindo, manga e mangaba. Acompanhado de Madeleines muito boas. No café ainda fomos agraciados com uma mini torta de limão com massa se esfarelando e um creme perfeitamente acido. Na hora de ir embora, umas caixinhas com dois macarrons. Eu que era aniversariante e ainda ganhei em uma linda caixa uma torta do chef de pâtisserie, adoro esses mimos.

A refeição não é nada barata, mas para ocasiões especiais acho que vale a pena. Este é um programa para os apreciadores de uma boa culinária francesa, com alguma influência de ingredientes nacionais e execução quase sem falhas. Dito isto, não há nada de muito surpreendente, apesar de muito bom.

Le Pré Catalan
Hotel Sofitel – Avenida Atlântica ,4240
Copacabana – Rio de Janeiro
Tel – 21 - 2525-1160

3***
$$$$

Friday, January 30, 2009

Adega do Pimenta - Comida Alemã em local tipicamente carioca

Estou cada vez mais convencido do valor da baixa gastronomia, acho que podemos comer coisas tão surpreendente em botecos e afins como em um super restaurante. O importante é saber harmonizar sabores e texturas, e isso muitas pessoas já nascem sabendo. Quando combinamos essa simplicidade com prato típicos de outros países a coisa vai ficando mais complicada. No entanto, a Adega do Pimenta em Santa Teresa consegue entregar tudo em um só pacote.

O restaurante fica em uma pequena casa na Almirante Alexandrino, com decoração que pode ser qualificada como um quebra cabeça de quinquilharias que lembrem cerveja ou Alemanha e o que não está coberto, uma madeira envernizada mais de 15 vezes sem ter sido passado uma lixa. O restaurante não tem ar condicionado o que em um dia quente ou pode ficar fora da sua lista ou pode ser uma desculpa para beber o delicioso chopp nas canecas de porcelana.

Para começar pedimos as salsichas caseiras e croquetes de carne, a selação de salsichas estava uma delícia, com a vienense sendo o destaque, macia com um leve sabor de fumaça que caia super bem com a mostrada forte da casa. O croquete estava sequinho por fora e muito cremoso por dentro, um achado.

Pedimos nesse dia o Eisbein, quer dizer pedimos no dia anterior, esse prato típico alemão, que é um joelho de porco assado tem que ser pedido com 24 horas de antecedência e tem que ser para grupos grandes. Ele é assado por horas antes de ser servido, o tamanho do joelho é inacreditável. O nosso serviu com fartura 12 pessoas, não posso imaginar o tamanho do porco que era dono do joelho, ele deveria ser quase do tamanho de uma vaca.

O joelho é marinado e temperado com pimenta do reino e manjerona, que foram uma crosta sobre a pele do porco e carne que fica sequinha e crocante. A carne do joelho fica mais macia que o porco normal, e o tempero dele é incrível tem um gosto de terra do excesso da pimenta do reino e um ardor meio que distante, a carne está ainda bem úmida, acho que pelo modo de preparo. Já a Mangerona deixa uma pista de amargor que completa a quase doçura da carne de porco.

O serviço era cordenado por um garçom mal humorado mas eficiente que nos sugeriu os acompanhamentos de couve flor, repolho roxo e batatas coradas, nenhum merece especial destaque. Além disso, ainda pedimos uma salada de batatas que estava boa, com pedaços ainda firmes e uma maionese bem leve, perfeita com a mostarda. A experiência precisa de programação mas vale a pena para experimentar algo completamente diferente.  

Adega do Pimenta
Rua Almirante Alexandrino, 296
Santa Teresa – Rio de Janeiro
TEL: - 21 -2224-7554

2**
$$

Wednesday, January 28, 2009

Shin Miura - Good old classic

O centro do Rio de Janeiro é pavoroso em muitos sentidos, mas em meio a todo o caos dos camêlos, milhões de pessoas andando apressadas e do calor desumano do Rio de Janeiro existem tesouros gastronômicos, como o Bar Luiz, o Eça, o Gourmet by Celidônio e o Shin Miura. Sendo esse último um dos meus favoritos por aqui, este é um japonês bem tradicional, cheio de japoneses almoçando por lá, o que já é atestado de qualidade. A decoração assim como do Azumi, em Copacabana, é péssima, com mesas de granito, parede com calendários japoneses e serviços americanos de plástico do Saara – 25 de março carioca.

O serviço depois de muito freqüentar e reclamar se tornou bom, mas as primeiras vezes são sofridas. Mas tudo é compensado pelos pratos da casa. O menu é hibrido, tem os super clássicos japoneses, como aquelas sopas de macarrão e legumes, os sushis, os teppanyakis – coisas na chapa - até um menu degustação do super criativo Nao Nara que faz inveja a qualquer restaurante contemporâneo. O chefe Nao acabou de abrir seu próprio restaurante no Fashion Mall, vizinho da CT Brasserie, com esse menu mais moderno e mais caro, obviamente.

Eu já experimentei muitas coisas lá, mas o Teppanyaki de Lula é um dos meus favoritos, é uma lula levemente empanada, provavelmente só com farinha de trigo, passada nessa chapa com legumes na chapa e arroz. A lula vem sequinha e macia, a parte de dentro ainda tem uma textura ainda mais macia, quase que cremosa. Os legumes são crocantes ainda, mas ao menos tempo não são mais crus, acho que o calor elevador e a velocidade de contato conseguem isso. O arroz é grudadinho e tem aquele gosto agudo que o arroz japonês tem, dada a alga que eles conzinha junto.

Os sushis de lá também são bem gostosos, cortes preciso e com sahimis gordos, como falei o arroz é muito bom e os rolls são firmes. Os invencionismos ali se limitam ao hot philadelphia e um califórnia de morango. Além disso, só sushi bom e simples. Os pratos da degustação são uma história completamente diferente, coisa como magret de cannard com calda de framboesa e coulies de brie, todos que eu provei até hoje eram muito bons, mas é uma brincadeira cara (R$ 77 reais por uma degustação de 4 pratos) que não combina com o almoço no centro corrido. Não posso esperar para jantar no Nao, no Fashion Mall esses pratos.

Shin Miura
Avenida Rio Branco ,156 - 3º andar,
loja 324 e 325 (Edifício Avenida Central)
Rio de Janeiro
Tel - 21-2262-3043

3***
$$

Líquido - Frescor em Ipanema

Existem restaurantes que são pontos de almoço em dia de sol, se é que vcs me entendem. Sábado fui conhecer mais um desses lugares, o Líquido, que fica em uma simpática varanda, debruçada sobre a Praça Nossa Senhora da Paz em Ipanema. O restaurante é pequeno e completamente aberto, que o torna ainda mais um programa pós praia, no Rio de Janeiro. O cardápio é recheado de opções mais saudáveis e leves que o normal.

Para beber eu fiquei com um chá verde gelado, com gelo de limão. Estava muito gostoso e o chá é fresco que o faz ser mais leves que os industrializados, além de vir em um gadget super interessante, com o qual vc mesmo mistura o chá com o gelo. Além disso, tinha uma seleção interessante de smoothies que tinha uma cara ótima, mas vai ficar para a próxima visita. Para entrada pedimos um ceviche, prato típico do peru – peixe fresco cozido no suco de limão com um leve vinagrete. Estava delicioso, perfeito para o dia de verão, fresco com o azedo do limão, a crocância das cebolas bem pequenas, com a textura híbrida do peixe entre o cru e o levemente cozido. Eu adoro esse prato e o de lá estava de fato bom.

Para prato principal eu pedi uma Dosas, um crepe indiano de massa leve, meu recheio era salada verde, tomates, frango, mozarela de búfala e creme de queijo. Achei um pouco sem sal, sem contar que era muito grande e os ingredientes estavam quase que compartimentados, então ou comia a salada ou o frango com o creme. O creme era um pouco excessivo e definitivamente não tinha muito gosto.

Os doces estavam com uma cara apetitosa, mas optamos por ficar só com isso. O serviço foi desatencioso e para a quantidade de garçons inadmissível. Tivemos que chamar a atenção dos garçons mais de 4 vezes. Além desses crepes o menu tem pratos que pareciam interessantes, vou voltar para dar mais uma chance apesar de ter achado o meu principal fraco, quem sabe um smoothie e um ceviche em um pós praia!

Líquido
R. Barão da Torre, 398 A,
Ipanema – Rio de Janeiro
TEL – 21 - 2267-6519.

2**
$$

Friday, January 23, 2009

Boteco Casual - Tesouso no centro do Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro tem uns lugares que são a sua cara, displicentes, confusos e deliciosos como a cidade é. O boteco Casual no centro do Rio de Janeiro é provavelmente a síntese do Rio de Janeiro, boa comida, ambiente caótico e completamente displicente. Eu fui em um almoço desses de trabalho corridos,  o que muda muito o seu nível de expectativas, imagino que se tivesse mais tempo, não me arrependeria também.

O Casual fica em uma casa antiga no centro do Rio de Janeiro, na Rua do Ouvidor, onde não se passa carros, é uma rua que poderia ser muito mais charmosa se bem conservada, porém, esse desleixo só torna o local muito mais carioca. Com poucas mesas, sugiro que se tenha paciência nos dias concorridos, que depende dos pratos do dia, uma vez que os pratos do cardápio normal demoram muito e torna o almoço um processo não sugerido nem pelo próprio garçom para os apressados.  

Ficamos em uma mesa na rua, que é calçada e no meio do movimento da rua, poderia haver algo mais displicente que isso? Eu pedi um peixe vermelho, levemente empanado, com molho de cenoura, arroz de brócolis e batatas ao murro. O peixe estava no ponto certo, levinho e apesar de frito, sem excesso de gordura, o molho de cenoura levava mais alguma coisa, talvez uma mostarda escura e tinha uma profundidade gostosa. As batatas estavam bem executadas, macias e com um gosto leve do azeite na casca, o arroz com aquele gosto de tempero caseiro completava o prato super honesto e com excelente custo benefício.

Mas o grande destaque veio na sobremesa, pedimos os pastéis de Belém, ou de nata – como vc preferir. Eles chegaram quentinhos na mesa, polvilhados com um pouco de açúcar e canela, a massa era folhada sem excesso de manteiga e levemente crocante, mas aquela crocância de massas delicadas que o toque da língua fazem ela se desfazer. O recheio um creme meloso, aveludado e levemente morno, uma dentada enchia a sua boca com este até a massa estalar na sua boca, perfeição simples na combinação de texturas.

O serviço é levemente desatenciosos mas para um almoço rápido está dentro do esperado, no final das contas, é um programa carioca e ser marrento é parte do show. A conta foi módicos R$20 , para uma refeição acima da média, de fato um achado.

Boteco Casual
Rua do Ouvidor, 33
Tel – 21-2232-0250

2**
$

Ps: pela sobremesa só seria 3***

Monday, January 12, 2009

CT Brasserie - Troigos despojado e charmoso

O Rio de Janeiro estava precisando de uma novidade como a que eu experimentei nesse final de semana. Depois de um tempo meio que esquecido pelos moradores da Zona Sul, dados os tiroteios na Rocinha, o Fashion Mall parece estar disposto a ocupar o lugar que teve no começo da década. Neste final de semana fui conhecer a CT Brasserie, um empreendimento do mais carioca dos franceses Claude Troigos, chef de uma linhagem espetacular no sul da França, que está a três gerações com 3 estrelas Michellin no restaurante em Roane. A CT é um projeto bem executado nessa área “nova” do shopping, que é aberto e nos tira a sensação de espera no ar condicionado dos seus concorrentes.

A decoração é típica de projetos que imitam as brasseries francesas, vidros com detalhes, chão de azulejos pequenos, com alguns detalhes, mesas pequenas e cadeiras levemente desconfortáveis. Na parte de fora – mas não tão fora pois está dentro de um shopping – há uma agradável varanda, já dentro temos uma ambiente simpático com pé direito elevado e uma bela vista para a floresta, do lado oposto da Lagoa- Barra. Ao fundo podemos ver o forno de pizza e parte da cozinha.

O menu é um pouco confuso, inclui grelhados, peixes entradas e pizzas o que me deixou um pouco nervoso se ele conseguiria executar todos bem, não provei as pizzas mas depois dessa experiência vou querer voltar para provar. Para começar pedimos um Mule Meuniere, que esteva delicioso, com um molho aveludado e fresco, com os mexilhões saborosos frescos, depois molhar o pão sequinho naquele molho foi um sonho. Além disso, o couvert que era uma pizza branca, pães, um queijo de cabra no azeite e uma manteiga salgadinha e cremosa, deliciosa.

Para meu prato principal pedi um steak tartare da Tia Madeleine, que estava impecável, a carnet era cortada na posta da faca e não moída e podia sentir os pequenos pedaços de cebola e do ovo, além disso, o sabor levemente amargo das ervas que temperam esse prato. Não tenho certeza que a receita do Claude Troigos leva o molho inglês (Worcestershire), que tem um gosto mais marcante que a leveza dessa receita. Os meus companheiros de mesa pediram um pede com costela de cordeiro que estava com uma aparência ótima e foi muito elogiado e uma salada de frango e maçãs, com a cara do Rio de Janeiro.

Não resistimos e pedimos sobremesas também eu fiquei com um mil folhas de morango e chantilly fresco, que tinha 3 camadas de um biscoito intercalados com uma camada abundante desse creme airado e leve, que contrastavam bem com as texturas dos morangos e do biscoito. Mas o destaque sem dúvida ficou com os ovos nevados com as amêndoas crocantes, que ficavam em cima dessa nuvem branca de sabor suave, sob uma calda leve de baunilha (acho que chamam isso de molho inglês também, pelo menos minha avó chama!) . A combinação de texturas e sabores era incrível o doce da calda e da cobertura das amêndoas era balanceado pelos ovos nevados, assim como as texturas balanceavam entre leveza, cremosidade e crocância.

O serviço era bem intencionado mas levemente desatencioso, e necessitava que nós chamássemos a atenção deles durante todo o almoço. Além disso, o Forno de pizza que fica quase que no meio do salão acaba esquentando muito o ambiente das mesas próximas, imagino que se aumentarem o ar condicionado as mesas mais distantes vão ficar muito frias e a comida iria acabar perdendo. Tirando isso, o almoço foi muito agradável e a comida entregou a sua proposta, comida do Claude Troigos com preços e ambiente mais acessíveis.

CT Brasserie
Fashion Mall – 3º Piso.
São Conrado
Tel – 21 -
3322-1440

3***
$$$

Wednesday, December 17, 2008

66 Bistrô - Good old classic

O Rio de Janeiro está de fato vivendo um boom gastronômico a quantidade de casas novas e de qualidade que abrem é incrível. Acho que isso é parte do meu contante interesse em escrever aqui no blog, mas tem certas coisas velhas que são clássicas. Em um domingo de tentativas eu acabei no clássico Boteco 66, que mudou de nome para 66 bistrô, mas a decoração continua a mesma, uma casinha pequena e charmosa no Jardim Botânico com um jardim de inverno coberto, com plantas na parede, de fato muito agradável.

O menu é tipicamente de bistrô e não deixa dúvidas, com alguns pratos clássicos e comidas com muito molho e acompanhamentos simples. De entrada pedimos ostras de Santa Catarina, que acho que dadas as chuvas não deviam ser exatamente de lá, mas tudo bem, estavam bem frescas e saborosas, com o gostinho de mar salgadinho, com o suco de limão espremido esta se transforma em um delicioso mergulho.

Para o principal eu fiquei com o peixe crocante, um filé de cherne alto e branco que vem com uma crosta de mini croutons crocante passados em muita manteiga, que eu adoro, mas tenho que admitir acho que estava amanteigado de mais, até para mim. O meu acompanhamento foi um arroz croc croc, que era simplesmente um arroz branco com umas coisinhas crocantes em cima, nada de especial. Meu companheiro pediu um filé com batatas fritas, que eu provei e estava muito melhor que o meu prato, as batatas em especial uma versão das chips quase que transparentes com sálvia frita, deliciosamente amarga e crocante.

Para sobremesa um clássico, creme brule: beirando a perfeição a crosta querimada estava deliciosa, queimadinha com o gosto ocre e o creme era suave como hidrante na pele depois de um dia de sol. O serviço foi ótimo,  sincronizado e atencioso, mas o restaurante estava vazio. A carta de vinhos tinha ótimos exemplares com bons preços.

66 Bitrô (FKA Boteco 66)
Rua Alexadre Ferreira 66
Jardim Botânico – Rio de Janeiro
Tel 21- 2266-0838

2**
$$$

Caranguejo - Frescor em meio do caos

Quando se tem muitas expectativas de um lugar, dificilmente o resultado final é bom. Eu ouvi tanto falar do caranguejo de Copacabana, que não podia mais esperar para conhecer o restaurante e suas delícias de frutos de mar e aperitivos. Um restaurante simples em Copacabana, estilo boteco carioca que eu adoro e com frutos do mar frescos. Parecia a receita perfeita, mas deixou a desejar.

O restaurante fica na movimentada esquina da Xavier da Silveira com Barata Ribeiro, com uma decoração de boteco, simples e mesas de plástico do lado de fora. Os garçons são tipicamente cariocas, mais velhos, meio desatentos em momentos e seus melhores amigos nos próximos. Acima de tudo eficientes em trazer um chopp gelado. O resultado final é a clara sensação de que vc está no Rio de Janeiro.

De entrada fomos de pastel de camarão e siri. O primeiro é sequinho, bem grande, tem um creme saboroso e leve que conta com alguns camarões graúdos e carnudos. O segundo é simplesmente um creme de siri catado, senti um pouco de falta de mais siri, para deixar aquele gosto simples e fresco. Além disso, as empadas são altamente recomendadas, mas essa minha nova fase de dieta não me permitiu ir tão longe.

Para o prato principal eu tenho que admitir que fomos ousados. Resolvemos ir de moqueca de camarão, esperava que os grandes elogios fossem se converter em um achado no Rio de Janeiro, ledo engano. Infelizmente para começar não foi servida uma moqueca, simples assim, e não porque não tinha dendê – está é uma velha briga entre baianos e capixabas, nós chamamos a moqueca capixaba de ensopado, pois não tem dendê – pois simplesmente não era. Os camarões eram grandes e carnudos, frescos estavam em um creme, que mais parecia um pirão que uma moqueca ou ensopado. Não chegava a ser um bobó, pois não tinha a suavidade do aipim. Para acompanhar uma farofa, que também não tinha dendê, de farinha grosseira e um pirão – que tinha a mesma consistência da moqueca – com pedacinhos de peixe do caldo que serviu de base. Achei a comida um pouco sem sal além de tudo. Não posso dizer que estava ruim, simplesmente não era o que eu pedi.

Pedimos de sobremesa doces portugueses que estava fracos, mas acho que vou dar mais uma chance para lá. Os frutos do mar eram muitos frescos e mesmo os camarões da minha “pirãozada” estavam muito gostosos. Acho que vou voltar lá e pedir um prato de grelhados para tirar o que eles tem de melhor, frescor. No final, depois do que comemos não achei caro, mas também não bebemos.

Caranguejo
Rua Barata Ribeiro 771
Copacabana – Rio de Janeiro
Tel – 21 - 
2235-1249

1*
$$

Friday, November 28, 2008

Azumi - Um programa surpreendente no Rio de Janeiro

Desde que eu comecei a escrever esse blog, tenho me aventurado muito mais para conhecer lugares diferentes e ter sempre assunto para escrever aqui. O Azumi, em Copacabana está minha lista desde o começo, ontem, finalmente o dia chegou e não deixou a desejar, era mais ou menos o que eu imaginava, com algumas surpresas bem positivas. O Azumi é o mais tradicional japonês do Rio de Janeiro, tem uma decoração péssima, fica em um lugar perto de casas de show duvidosas e é muito mal decorado, mas tudo isso já era esperado. Ao chegarmos fomos recepcionados pelos japoneses, que tomam conta do restaurante, muito simpáticos.

Para começar pedimos um edamame, que são vagens de soja (será que posso chamar assim) salgadinhas de onde saem, ao apertar com os seus dentes, deliciosos “feijões” verdes, que com o salgadinho que está na casca fazem daquilo o mais próximo que eu conheço do amendoim cozido do São João na Bahia. Depois passarmos para um “carpaccio” de atum e peixe branco, com um molho leve, puxado no limão, cebolinha e um rabanete ralado com pimenta, leve e saboroso. Além disso, pedimos um tartar de atum, com um ovo de codorna cru e finas tirinhas de alga bem sequinhas, as texturas do atum com o ovo, se misturavam com a alga e davam um sabor e textura diferente de todos os tartars que já provei.

Começamos pelos grelhados, com a pele do salmão fresca grelhada que é completamente diferente do que eu estava acostumado a comer em outros restaurantes. Depois partimos para uma ostra – enorme! –que é grelhada aberta na casca com um leve molho que lembra um desses caldos japoneses para peixe, excepcionalmente leve. A ostra fica sequinha e com as bordas levemente queimadas por cima, a parte de baixo protegida pela concha tem a textura de algo que foi levemente cozido, mas não ao ponto de perder a sua textura macia e leve. Os sabores se misturavam o doce do queimado das bordas com o gosto de mar da ostra da parte de baixo, absolutamente incrível. Além disso, pedimos lulas grelhadas, simples anéis de lula grelhados fazendo a sua textura atingir uma semi perfeição, com um gosto suave que só algo cozido por um longo tempo pode ter, sem a pressa dos clientes.

Passamos para os sushis, naquele ponto já estava convencido que tinha achado um lugar incrível, nem precisava o sushi ser bom. Pedimos um combinado simples de sushis e sashimis, estavam todos muito bons, com cortes precisos e grossos, como devem ser. Os peixes eram realmente frescos, diferente do que comemos em muitos restaurantes por aí, o atum se destacou em minha opinião, mas na mesa cada um escolheu o seu preferido e quase que não tinha repeteco, acho que uma afirmação da qualidade do peixe. Para finalizar pedimos ainda uma dupla exótica de um mini polvo, que vem vermelho, em cima do arroz, a consistência é quase que de um rabanete ou uma beterraba e tem um gosto completamente diferente do que já tinha provado de polvo, não foi o meu favorito, mas achou seus fãs na mesa.

A conta não foi barata exatamente, mas tomamos uma garrafa de sake e vamos combinar foi um festival gastronômico. Acho que vale cada centavo pago para os bons apreciadores de comida. O serviço foi ok, sem atrapalhar, mas também sem ser considerado um diferencial. A ostra que eu comi lá não deve nada a nenhum restaurante japonês que eu já fui. Sem dúvidas é um programa imbatível no Rio de Janeiro para os apreciadores da culinária japonesa.

Azumi,

R. Ministro Viveiro de Castro, 127
Copacabana – Rio de Janeiro
Tel – 21-2541-4294

3***
$$$