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Friday, October 08, 2010

Um francês não tão francês

Quando apresentado a pergunta: qual é o melhor francês do Rio de Janeiro, com a exceção do Olympe, eu prontamente respondi: Le Pre Catalan, que tem um menu clássico francês de Cuisine, que deixa qualquer um impressionado. A Sua trilogia de Foi Gras é uma das melhores coisas que se pode comer no Rio de Janeiro. Mas fui questionado, porque não o Le Vin, ou até mesmo o CT Brasserie, no mesmo Troigos, que é dono do Olympe.

Resolvi então voltar ao CT com essa pergunta em mente, poderia eu estar subestimando um dos melhores restaurantes franceses da cidade. Ao chegar ao Fashion Mall, olhando de fora, eu me surpreendi, de fato a decoração é bastante francesa, com várias gravuras que nos remetem a Paris, um chão azulejado, com pé direito alto e ventiladores charmosos de madeira. As cadeiras e mesas pequenas não nos deixam enganar, estamos diante da clássica decoração de bistrô. Mas no final do salão, entre nós e a vista para o verde de São Conrado, eu vejo um forno a lenha, um pouco italiano talvez, mas quando noto: ele está todo assinado por celebridades, de fato estamos muito perto da Barra da Tijuca.

A carta de vinho me dá certeza que estou em um restaurante francês, com uma boa variedade dos “nacionais”, mas os preços altos em R$, não me deixam esquecer que estou no Brasil, estes estão ficando cada vez mais obscenos. Ao mergulhar no cardápio, uma das coisas que eu mais gosto de fazer em um restaurante é ler TODO o cardápio, noto logo nas entradas um Steak Tartar, Moules Marniere,várias saladas, tartar de peixe com abacate e outras coisas. Mas foi ao ler os principais que realmente me convenci que não havia a menor possibilidade do CT ser um francês. Os pratos de peixe não traziam nada especialmente francês, as Bruschetas cariocas – Ahhh o forno a lenha – também não. Mas a seção de carnes era um menu estilo gula gula, seu grelhado mas acompanhamento.

Optamos por começar com um steak tartar e moulles. Boas escolhas: o steak tartar estava leve, com a dose certa de ovo para o meu paladar e com claras levemente cozidas. As torradinhas que acompanhavam estavam também uma delícia. Os moulles eram enormes e gordos, com um molho que estava um pouco carregado na manteiga para ser apreciado sozinho, como a colher de sopa sugeria, mas não chegou a atrapalhar o moulles.

Nos pratos principais eu fiquei com o um clássico Croque Monsieur que estava gostoso, com sabores equilibrados, mas um pão um pouco farinhento, veio acompanhado de uma salada verde com um vinagrete de mostarda – isso os franceses sabem fazer como ninguém – e batatas fritas, que me deram a impressão de ser congeladas e não estavam nada de especial. Meu companheiros ficaram com um dos peixes, com molho de limão siciliano e tomates confit, o molho estava excessivamente forte e o peixe levemente sem sal. O último prato foi um magret de canard que tinha um molho de canela, e pêssegos que estava delicioso, a mesma saladinha verde, com batatas gratinadas que estavam saborosas.

Para sobremesa, junto com a nossa segunda garrafa de vinho, pedimos o Mille Foglie, que é 3 leves biscoito com um chantilly e morangos e calda natural deste. Leve e saboroso o creme podia ser um pouco mais encorpado para ser mais francês. Sem dúvidas os pontos fortes do restaurante estavam nos pratos mais clássicos, nossos desvios nos mostraram isso. Vai ver que se vc se ater a apenas essa parte do cardápio o restaurante é até melhor do que o conjunto da obra.

CT Braserrie
Fashion Mall
Rio de Janeiro

2**
$$$$

Ps: Já estive outras vezes lá que estiveram melhores, por isso já tem um outro post aqui, com observações mais elogiosas.

Wednesday, September 08, 2010

Astor - Um belo bar, onde se pestica bem!

O Astor está se tornando um dos meus bares favoritos, em parte porque a música é muito boa, mas também porque não só os drinks são gostosos, como até hoje tinha comido muito bem por lá. Para um bar que se vende como muito boêmio, acho que fechar as 3:00 am, um pouco cedo para uma cidade onde há o baixo Leblon, que até as 6:00 ainda est está funcionando. Mas poucos lugares são tão charmosos como lá, em uma esquina privilegiada, o Astor traz a eficiência paulista a paisagem natural carioca, que é imbatível.

As filas quilométricas, quase a a qualquer hora que você vá, deixa claro que o bar caiu nas graças dos cariocas, talvez em parte a toda dedicação dos donos de se carioquizar, com quadros de bares antigos cariocas, e com algumas alterações no menu, o Astor é um sucesso. Neste final de semana, fui almoçar em um final de tarde lá, para finalmente sair do aspecto bar, onde só comia petiscos e finalmente comer de verdade. Infelizmente, acho que me decepcionei, com a comida.

Para entradas pedimos os deliciosos pasteis, sequinhos bem recheados e saborosos, com um pouco de pimenta, vira o casal perfeito para uma das melhores capiriroskas que já tomei na minha vida. Os bolinhos de arroz, me lembraram do San Martin, meu finado bar favorito, sequinho por fora e crocante, com uma textura quase cremosa interna, acho que além do sushi, a minha forma favorita do arroz. Para finalizar a mini porção de rabada com polenta e agrião. Esta vem uma mini panelinha, com um gratin da polenta que cobra a porção geneorsa da carne desfiada, o sabor da carne é impressionane, poderoso e meloso ao menos tempo. Acho que poderia ter um pouco mais da polenta, para que o contraste de texturas fosse até o final da panela. Esse é um prato para repetir!

Nos principais pedimos um picadinho, que vem com uma porção enorme, o pastel é quase a melhor parte do prato, junto com a gostosa banana a milanesa, cremosa e sequinha. Achei a carne um pouco sem gosto, sem a profundidade que o prato pede, aquela sensação que foi cozido em uma panela por horas. Realmente esperava mais, depois da rabada. O meu prato foi Alheiras, uma lingüiça feita de pão e alho frita, com fritas e ovos fritos, a “lingüiça” estava até interessante, mas as batatas estão sem crocância, acho que acabou por comprometer o contraste dos sabores. Por fim, pedimos um arroz de brócolis, tomates e camarões, um clássico carioca, mais uma vez acho que faltou aquele sabor profundo de cozimento lento, achei q faltou sabor. Para sobremesa apenas um gostos pavê foi pedido e aprovado pela mesa.

O ambiente, os drinks e os petiscos vão me fazer voltar inúmeras vezes. Ainda por isso, vou voltar para comer lá e provar outros pratos. Talvez a culpa tenha sido das minhas expectativas, mas sem dúvidas pela fama e tradição da casa, acho que poderia ser melhor.

Bar Astor
Av Viera Souto, 110
Ipanema
Tel 21-2523-0085

2**
$$$

Wednesday, September 01, 2010

Beth - Comida caseira de verdade, mas a preços paulistas

Começo fazendo um disclaimer que não fiquei, de uma hora para outra, menos crítico, mas apenas que estou revisitando os meus restaurantes favoritos desses tempos sem blog, esses sempre foram a razão que eu escrevi por aqui, são as boas refeições que me inspiram para escrever.

Essa semana eu fui a um almoço despretensioso de terça-feira no Itaim em São Paulo. Quando isso acontece, não me resta dúvidas em relação a qual restaurante ir, Beth Cozinha de Estar. Em uma pequena casa, no bairro nobre do Itaim, este é um restaurante que possivelmente partiu de um sonho de uma cozinheira de mão cheia, de servir uma comida caseira e saudável para os empresários e funcionários do bairro, no entanto, a qualidade e a consistência de sua comida são tão espetaculares que virarão quase que um culto a comida caseira.

Não me parece que há a pretensão de seguir uma tendência de “Confort Food”, como o Mian Mian faz no Rio, mas simplesmente fazer comida bem feira, com ingrediente de primeira. A casinha que já dobrou de tamanho e triplicou de preços, para que a demanda diminuísse e qualidade não caísse, é simples tem uma decoração branca, com painéis de fotos de saladas, serviço ágil e atrás do balcão sempre a Beth ou sua neta, dando saborosas explicações do que estamos prestes a comer.

O menu muda muito, mas é sempre bom. Há lá um dos melhores picadinhos que já comi, mas nunca mais dei sorte de achar no Buffet, que sempre começa com uma vistosa salada verde, ou uma leitura da grega, que vc pode salpicar uma deliciosa granola salgada. Desta fez também tínhamos a opção de um tabule que estava delicioso, sequinho e com os tomates crocantes. Além disso, comi uma deliciosa berinjela assada, com uma fina fatia de tomate e queijo mozarela, coberto com uma leve farofa de pão puxada na manteiga, as texturas cremosas dos legumes e queijos, contrastavam com a farofa, que quase dissolvia na boca.

O filezinho de peixe a milanesa me lembrou o que sempre comi na minha casa na Bahia. Peixe branquinho e fresco, com uma capinha, seca que quase q descola da carne. Havia ainda a opção de um strogonoff de frango, com batatas palhas feitas lá mesmo, crocantes e douradas. Por fim, eu provei o Kafta, quase pequenos hamburgers, ainda úmido por dentro, com um leve molho de Iogurte e hortelã, que acompanhava um arroz de lentinha e cebolas douradas, de fazer inveja a qualquer árabe. Mas na verdade não há como sair de lá sem comer o feijão mulatinho, que tem um caldo espesso e cremoso quase, com gosto de abraço de avó.

Sem dúvidas vc acaba comendo mais que vc gostaria, dado que tudo tem uma aparência deliciosa e de fato tudo é, portanto chegar a sobremesa é uma tarefa que quase nunca atinjo. Se vc tiver coragem pode pedir um dos deliciosos picolés Dilleto, ou um brigadeiro de colher – há coisa mais casa de vó do que brigadeiro de sobremesa? Eu normalmente acabou pedindo um café e me satisfazendo com um pequeno cubo de bolo de cenoura, que o acompanha.

As filas lá são um testemunho da qualidade da comida da Beth, seus clientes são fiéis a comida saudável. O preço de R$ 50 reais pelo almoço, parece abusivo, mas pela qualidade da comida, ouso a dizer que não é, com o antigo preço de R$ 32 as filas eram intermináveis e qualidade acabava sendo comprometida, esse foi o equilíbrio de mercado. A razão do sucesso em uma cidade como SP, só pode ser a busca por algo que nos lembre de onde nós somos, em um mar de restaurantes franceses, italianos e japoneses, a única coisa que não havia no Itaim era um caseiro, de qualidade.

Beth Cozinha de Estar
Rua Pedroso Alvarenga, 1061
Tel 11 - 3073-0354

Monday, August 23, 2010

Primeira Pá - China de verdade, um pouco mais perto!

Comer comida étnica não é uma tarefa muito simples no Rio, apesar da profusão de restaurantes japoneses, a maioria das culinárias é muito mal representada na capital carioca. A culinária chinesa é uma que não necessariamente é pouco representada, mas sim mal representada, a profusão de China in Box style onde a comida é sempre excessivamente doce e os ingredientes não necessariamente frescos não é exatamente um bom embaixador. Há aqui dois representantes mais fidedignos, o pirotécnico Mr. Lan e o escondido Primeira Pá! Nenhum dos dois pode ser considerado exatamente barato, mas ambos mostram um pouco mais do que a rica culinária chinesa tem a oferecer, a verdade é representar a culinária chinesa, é muito diversa, portanto, para ser mais honesto estes são uma representação da comida cantonesa.

O Primeira Pá fica no bairro da Tijuca, no Centro de Cultura da Imigração Chinesa, a maioria das pessoas no restaurante são chinesas matando a saudade de casa, o que é um ótimo sinal. Ao entrar no restaurante tive a impressão de estar entrando na China, dada a decoração e a língua mais usada, o chinês. As tolhas douradas, as grandes mesas redondas com plataforma redonda que giram, são o mais próximo que já vi da China por aqui. O cheiro duvidoso e os banheiros incrivelmente sujos, também são uma representação justa do país.

Para entradas podemos comer um delicado guioza, que vem com um recheio de carne de porco e alho poro, que são delicados, como os dim sums são na China. Mas o meu favorito é um pão no vapor, com recheio de porco agridoce, a massa é branquinha e meio puxa, com um gosto leve, o recheio pequenos cubos de porco, adicionam bem com textura e sabor. A culinária chinesa pode parece excessivamente “sem gosto”, para os nossos paladres, mas na verdade é a delicadeza de alguns de seus pratos que é o grande destaque.

Para prato principal sempre peço o delicioso Pato laqueado, que é exatemente o que torna a refeição mais cara. Recebemos a mesa leves panquecas feitas a base da arroz, um espesso molho adocicado, cebolinha e pepinos frescos, e uma generosa porção de peito de pato, coberto pelos pedaços de pelo, brilhantes e doces, que se dissolve na boca rapidamente. Devemos montar manualmente as panquecas e comer, o frescor dos verdes com a carne de pato e a pele crocante é uma das combinações mais gostosas que conheço. O de lá não é o melhor que já comi, mas é sem dúvidas um exemplar respeitável. Além disso, já pedi um deliciosa macarrão, uma carne com shitake e bambu, e um deliciosa arroz colorido, que me fez repensar a minha idéia de nunca comer arroz.

As sobremesas predominantemente de doce de feijão, são fidedignas, mas meu paladar não alcança. O serviço é oscilante mas incrivelmente simpático, alguns dos garçons não falam português, que dificulta um pouco a comunicação. Como de hábito na China, não se traz todos os pratos de uma vez, portanto, nesse aspecto acredito que nós ocidentais podemos ficar um pouco perdidos. Se vc vai até lá comer, faça com eles, peça vários pratos e deixe o caos da China fazer sua tarde mais alegre.

Primeira Pá
Rua Gonçalves Crespo, 450
Tijuca – Praça da Bandeira
Tel – 2293-2653

3***
$$

Monday, August 16, 2010

Marcel - Comida espetacular e desambientada

São Paulo nunca deixa de me impressionar, muitas vezes porque projetos incríveis aparecem como o Kaa que o ambiente é espetacular e milhões são investidos, mas a comida deixa a desejar. Este final de semana, me deparei com a situação exatamente oposta, comi em um restaurante que me fez suspirar e querer mais, apesar dos 8 pratos, mas o ambiente era completamente desconectado da comida. O Marcel fica em um hotel desses meio baratos, no Jardins, que tem um público meio misturado de nordestinos de meia idade e pessoas do interior do estado. O público do restaurante é parcialmente dominado pelos hóspedes e por amantes dos tradicionais suflês que são o antigo carro chefe de casa. No entanto, nada disso tem a ver com o desfile de pratos que o menu degustação oferece.

Ao chegar o atendimento é um pouco confuso, mas uma vez q eu fiz a escolha pelo menu degustação o Chef Rafael Despirite passa a controlar com precisão cirúrgica o timming dos pratos que vem como um balé a mesa, seguido de uma envergonha explicação sobre o que está diante de nós, dada pelo próprio chef. Para começar um incrível Foie Gras selado com uvas congeladas com cachaça, a brincadeira de texturas e temperaturas é um sucesso retumbante, deixando a melosidade do Foie Gras ser balanceada pela notas agudas da uva e cachaça. O segundo prato um carpacio com molho defumado é uma surpresa engraçada, dado que as texturas são de carne crua enquanto o sabor lembra uma carne longamente defumada.

Para o terceiro prato o chef trouxe para mim o grande destaque da noite: um camarão em ponto de cocção perfeito, com uma textura tão leve, com molho de açafrão e um tagliatele feito de finas fatias de cenoura que estava al dente. Passamos para um peixe (dourado?) que era assado inteiro e depois cortado em pequenos quadrados, servido sobre uma maionese que usava como gordura os sucos do próprio peixe e algumas ervas do jardim do chef, como jambú fresco. O prato talvez tenha sido o que menos se destacou para mim, a maionese era muito leve e saborosa, e balanceava bem o peixe q estava um pouco “peixoso” de mais para meu paladar.

De um chef muito orgulhoso recebemos um suflê de gruyere, receita do avô que explica porque o restaurante é conhecido por esse prato, estava na textura ideal com o sabor pujante do queijo, mas a leveza do suflê. Após isso, ainda havia espaço para uma deliciosa costeleta de cordeiro, mais uma vez, no ponto certo, acompanhada de um purê de batata doce frio e um azeite com tapenade. Um prato simples, mas tão bem executado que mereceu ser devorado. Ainda havia espaço para mais, a surpresa para os olhos eram os fios d´ovos, mas ao colocar na boca uma deliciosa sorbet de manga. Segundo o chef, ele simplesmente congela a manga e passa por um ralador, a simplicidade que leva a surpresa.

Ainda comemos um queijo parmesão com redução de balsâmico, que foi seguido finalmente por um suflê de cupuaçu e sorvete de creme. O suflê estava delicado como o a fruta é, com um sabor sutil que ela completado pelo sorvete. O jantar foi sem dúvidas uma grande surpresa, não só pela idade do chef, mas principalmente porque tive a clara sensação que ele está no restaurante errado, tanto do ponto de vista do serviço, quanto do ambiente. Mas para quem gosta de boa comida, pelo preço cobrado, esta é uma experiência imperdível em São Paulo.

Marcel
Rua da Consolação 3555
São Paulo
Tel – 11- 3064-3089

3***
$$$$

Thursday, October 22, 2009

Ulus 29 - Uma bela vista, com um bom restaurante

Istanbul é uma cidade feia, pronto falei! Mas uma cidade que dentro da sua feiúra, de prédios velhos e transito caótico, tem mesquitas incrivelmente bonitas e iluminadas a noite. Além disso, o rio que cruza a cidade cria uma sensação de amplitude muito bacana. Mas o mais importante, a cidade sabe tirar o melhor de si, aproveita as suas vistas, iluminas as suas pontes e mesquitas e transforma a ilha do governador do oriente médio (em honra de Sarkozy) uma cidade encantadora.

A comida turca é muito gostosa, mas o melhor restaurante que fomos lá é um de comida contemporânea, Ulus 29. Fica em um bairro quase que residencial que seu taxista turco irá te cobrar 5 vezes mais que ele cobraria de um local. Ao chegar ao local vc se depara com um salão over decorated, com um toque kitch. No entanto, isso é até vc ver a belíssima vista que temos do Rio Bósoforo e toda a cidade iluminada abaixo. A vista é realmente de tirar o fôlego, imagino que se o Vidigal não tivesse lá, o Rio poderia ter um restaurante como essa, só que com uma vista ainda mais bonita.

Para entrada eu optei por vieiras seladas com foir gras e uma leve mousse de wassabi. A combinação da viera com o foi gras é uma delicia, as texturas se contrastam e a profundidade do foie gras, com o sabor limpo da viera são imbatíveis para completar uma nota de wasabi. A execução estava boa, mas deixou a desejar. Para prato principal eu pedi o camarão pistola com molho apimentado de cebolinha e pimentões com torradas de Aioli, o camarão estava no ponto, e o molho era profundo e apimentado no ponto certo, mas até agora eu me pergunto o que aquela torrada estava fazendo ali.

O serviço foi amigável, apesar do pouco conhecimento do inglês para um restaurante desse nível. Além disso, a carta de vinho era cara, mas essa parece ser uma característica de toda a Turquia. No final as contas a comida é boa, mas a vista e ambiente são espetaculares.

Ulus 29
1 Kireçhane Sokak, Adnan Saygun Caddesi, Ulus Parkı
Ulus
Istanbul
Turquia
Tel: 90 212 265 6181

3***
$$$$

Monday, September 21, 2009

Ping Pong - gostinho de China cool chega em São Paulo

Quando estava de malas prontas para a China só pensava em o que iria comer, havia ouvido de várias pessoas que a comida era horrível e que não gostaria. No entanto, me lembrava com boas recordações de várias refeições em restaurantes chineses espalhados pelo mundo. Em Londres eu aprendi a delícia que pode ser uma refeição inteira de Dim Sums, que se aproxima de um guioza esteticamente, mas é completamente diferente na prática. Existe uma série de tipos, inclusive o rolinho primavera é um desses.

Em Londres eu fui iniciado ao hábito e acabei conhecendo a rede de restaurantes especializados nessa delícias, a Ping Pong. Qual não foi a minha surpresa ao descobrir que logo ali no Itaim, em frente a Cebicheria La Mar (assunto para outro post), havia aberto uma filial da mesma cadeia. O local me remeteu a Londres, com uma decoração super bonita e igualzinha a das filiais britânicas, mesas redondas comunitárias com bancos baixos, ou mesas de bar com badeiras mais altas, tudo preto, com uma parede de plantas – a versão pobrinha do Káa – no final do salão.

O cardápio está com os nomes ainda em inglês, mas com as explicações em português, divido em categorias entre os fritos, feitos no vapor, puffs (pão chinês recheado feito no vapor) e outras especialidades, bem didático para o público não acostumado. Cada pedido ver com 3 dim dums, então em uma mesa grande o ideal é pedir uma série de coisas para que se possa experimentar todos os sabores.

Pedimos algumas coisas, um delicioso rolinho harumaki de pato, com molho agridoce, que estava super crocante, com pouca gordura e com o gosto do pato marcante. Um ultra crocante de camarão, com macarrão frito por fora, dando uma aparência de ouriço. Pedimos um puff de vegetais, que achei um pouco massudo de mais, em comparação com os que já tinha experimentado, mas os vegetais que estava dentro eram deliciosos, talvez um pouco mais de recheio para balancear resolvesse parte do problema. Os dim sums no vapor que são os mais difíceis de executar foram os que mais deixaram a desejar. Normalmente é uma massa super delicada com uma explosão de sucos na primeira mordida, e por isso são pequenos e delicados. Os de lá eram tinham a massa um pouco grossa de mais, e sem os sucos que tornam a experiência tão mágica, o sabor estava bom, com um tempero leve.

Para sobremesa pedimos uma mousse de pistache, que estava bastante honesta. O serviço foi esforçado e simpático que é tudo que se pode pedir de um soft opening. Eu voltarei por vários motivos, mas principalmente a saudade de uma refeição só de Dim Sums.

Ping Pong
Rua Lopes Neto, 15, São Paulo
Tel. (11) 3078-5808

3***
$$$

Friday, September 18, 2009

L´Entrecôte - Paraíso dos indecisos, mas quase só deles!

Em São Paulo há um mês a traz houve um burburinho em torno da abertura do L´ Entrecôte, novo restaurante do Olivier Anquier, um ex chef televisivo, o barulho era menos pela sua fama, que pelo estilo do restaurante. Se você for uma pessoa indecisa este é o restaurante certo, só há uma opção, um entrecôte (contra filé?) com o molho da Tia dele e batatas fritas, apenas isso.

Para entrada uma salada verde com um delicioso molho vinagrete típico francês com um toque distante de mostarda, com amêndoas picadas por cima. Sem dúvidas de uma simplicidade ímpar, mas muito bem executado, o molho estava uma delícia e dava vontade de passar o pão para aproveitar o restinho.

O prato principal veio no ponto que eu havia pedido e a minha carne estava macia, já ouvi relatos menos elogiosos sobre a carne, o molho era realmente saboroso. Mais uma vez a mostarda aparecia, mas havia ali sucos da carne que complementavam com profundidade, encorpando sem maisena, simples e gostoso. A batata frita é sequinha e gostosa, esta é supostamente servida ao longo da refeição. Acredito que como estava no horário de pico houve alguma falha, pois faltou batata frita na minha mesa, em um restaurante que se propõe a ter uma proposta tão simples, não há espaço para erros.

A decoração do local é muito simpática, típica de bistrôs no Brasil, cadeiras levemente desconfortáveis de madeira, nesse caso vermelha, ladrilhos nas paredes e toalhas brancas. O salão é lotado de garçons mas infelizmente isso me faz lembrar que não estamos na França, onde há 5 vezes menos garçons e 10 vezes mais eficiência. Como experiência até que vale, até porque não é nada caro, mas infelizmente, está longe de ser um delírio gastronômico.

L´Entrecôte de Ma Tante
Rua Doutor Mário Ferraz, 17
São Paulo
Tel - 11 3034-5324

2**
$$

Thursday, September 17, 2009

Piantella - Um clássico que tem seu valor

Tem certos restaurantes que são clássicos, que se vc perguntar aos avôs mais tradicionais das cidades eles vão recomendar sem hesitação. No Rio de Janeiro, acho que esse título vai para o Antiquarius ou que sabe D´Amici. Já em Belo Horizonte , o Veccio Sogno cumpre esse papel. Em Brasília, esse título vai para o Piantella, antro dos políticos da capital, este restaurante é cercado de lendas e rumores sobre o que já foi decidido sobre o nosso futuro ali. Sem dúvidas o ambiente não é nada especial, mas é a aura que traz as pessoas.

O restaurante se propõe a ser um clássico italiano, com um cardápio amplo de opções de massa. O serviço é bastante cordial, mas imagino que com a casa cheia de poderosos, a qualidade para os mortais possa cair, dada a falta de atenção em alguns momentos mesmo com o restaurante vazio. O courvet que nos foi servido era simples, com um pão baguete um pouco duro de mais, para um restaurante desse nível. Nos foi oferecido ainda uma muzzarela de búfala (?) no azeite, que estava dura de mais, talvez até dormida.

Para prato principal eu pedi um linguado com molho cítrico,e legumes cozidos em tirinhas. O peixe estava no ponto certo, molhado como devia ser, o molho era leve e tinha umas tirinhas da casca de frutas cítricas que acrescentam uma acidez leve a sutileza do sabor do peixe. Os legumes cortados em pequenas tiras, puxados no azeite estavam al dente. O prato era bastante sutil, vindo de um restaurante estilo avô, acabei surpreendido.

Não ousamos nas sobremesas, um dos defeitos de almoços corporativos, mas o café estava bem tirado com biscoitinhos delicados.

Piantella
Cls 202 Bl A s/n lj 34
Brasília - DF, 70232-515
Tel - 61 3224-9408

Brasília – DF

3***
$$$$

Monday, September 14, 2009

Zuu – Uma explosão de sabores, nem sempre é bom.

Atualmente quando ouço a descrição de um restaurante como contemporâneo, já fico um pouco ressabiado. Talvez eu esteja descobrindo o valor escondido nos clássico e na simplicidade, mas acho que na verdade os Chefs estão abusando deste conceito e extrapolando além da conta. Inicialmente essa cozinha era marcada por combinações de sabores inesperadas e mistura de influências, mas todo cuidado é pouco para não virar uma panacéia de ingredientes no prato.

Esta semana, estava de passagem pela nossa capital, que tem como referência gastronômica o Universal, da chef Mara Alcamin. Portanto, nada mais natural do que experimentar o seu restaurante mais refinado, o Zuu. A decoração é muito bonita, com um pé direito altíssimo e muito preto, que contrastava com as belas janelas de madeira veneziana, que abriam usando-se cordas rústicas que davam um toque mais natural a decoração padrão de um restaurante contemporâneo.

Logo que chegamos recebemos o courvet que tinha bolinhos de arroz com açafrão, fritos, que estavam um pouco frios de mais e com menos crocância que eu gostaria. Uma charmosa panelinhas de cobre com azeite, onde podíamos molhar uma foccacia, e uma mousse de queijo “brie” com uma geléia de damasco, que estava saborosa. O cardápio me parecia promissor, poucas opções, do tipo que vc fala ao garçom: “o Atum”; e ele entende o prato.

Ao iniciar a leitura me deparei com exatamente o que temia, uma explosão de ingredientes em cada prato. Acabei optando por uma combinação que já conhecia a muito tempo do Zuka, atum em crosta de gergelim e wassabi. No prato original, tínhamos um atum levemente selado e um purê de batatas com um toque do wassabi. Na versão que experimentei lá tínhamos um pedaço enorme de atum, que passou do ponto, deixando as bordas ressecadas, uma “mousseline” de barôa – que era um purê, devido a falta de leveza -, cogumelos refogados, uma combuca de mousse de wassabi e pimenta rosa. Até agora não sei o que os pobres dos cogumelos estavam fazendo ali, pois não adicionavam nada ao prato e sumiam diante do exagero de influências. Além do peixe, estar ressecado por fora, acredito que a montagem do prato com a mousse de wassabi complicava ainda mais a apreciação dos sabores, era simplesmente difícil entender como combinávamos os sabores em uma só garfada. Para completar também não entendi o que a pimenta rosa estava fazendo na mousse, uma vez que o seu sabor aromático muitas vezes apagava a sutileza do wassabi da mousse.

Decidimos por pular a sobremesa, e partimos para o café, que veio com gostosos biscoitinhos, pedacinhos de mini tortas e chocolates que estava gostoso. A carta de vinhos me pareceu muito mais cara do que deveria ser, mas com boas opções. Além disso, o serviço foi muito atencioso e rápido, um dos highligths do restaurante. O custo benefício não é exatamente espetacular, mas acho que eu gostaria de voltar lá, para experimentar mais alguma prato, porque tenho esperança que nem tudo seja uma “explosão de sabores”.

Zuu a.Z. d.Z.
Asa Sul, Quadra 210, Bloco C, Loja 38
Brasília – DF
Tel – 61 - 3244-1039

2**
$$$

Saturday, August 29, 2009

Roberta Sudbrac - A versão culinária dos violinos de Elenor Rigby dos Beatles

Nesses últimos meses distantes do blog eu voltei várias vezes a Roberta Sudbrack, que na minha modesta opinião, é o melhor do Rio de Janeiro. Não porque se come comida de qualidade, porque existem outras opções assim no Rio de Janeiro, mas poucas inovam com tanta freqüências e executam com tamanho primor, consistentemente, como a Roberta e sua equipe fazem. Além disso, o serviço é agradável e o ambiente super charmoso, a decoração da casinha laranja é simples, alinhada com o estilo da comida, lá a beleza da cozinha está na simplicidade dos sabores, misturados de forma magistral.

Havia algumas semanas e algumas trocas de tweets que eu só pensava em experimentar o tal dos managritos, a chef que é uma pessoa apaixonada, parecia ter achado uma nova paixão e a curiosidade me dominou. Vamos ao jantar completo. Um jantar lá começa sempre com um delicioso pão quentinho e manteiga simples e salgadinha, depois vamos aos gourgeres, versão francesa do pão de queijo que é aerado e cremoso com o sabor inconfundível do queijo, de forma mais delicada.

Para começar eu optei pelo tartare de abóbora, poderia ter repetido a maravilhosa broinha de milho com foie gras, mas aí está a graça de jantar lá, o tartare de abóbora que pode parecer menos nobre se sobressai em uma linda cumbuca preta, com pequenos quadrados, muito pequenos, que dão a abóbora uma textura durinhas, mas mastigável, com um leve molho com notas acidas, que contrastavam com a doçura natural da abóbora. Eventualmente vc comia uma semente torrada, que era sequinha e macia. Não tinha nada de mais, mas existia algo de poético em como os sabores e texturas se opunham.

Depois disso fomos impressionados por um lindo e suculento aspargos brancos, que tem uma textura um pouco diferente do normal, menos fibroso, mais macio, uma com uma calda de amendoim e um pouco de amendoim picado. O amendoim tem ma profundidade que normalmente dura na sua boca, mas com o aspargos isso era relativizado, criando mais uma delicia.

Passamos para um enrolado de lagostin, em uma lamina de chuchu com um caldo de lete de amendoim. Aqui de novo a “pegajosidade” do amendoim é o elemento que contrasta com o sabor afiado de um fruto de mar fresco, que por sua vez também está suavizado pelo chuchu, que envolve. Esse prato é um daqueles exepcionalmente simples, mas muito bom.

Chegou a hora das estrelas da noite, o raviole de mangaritos em 3 texturas, o badalado e sazonal ingrediente é um tubérculo pequeno com uma casca preta, que quando assada exala um cheiro de chocolate e café – não sou muito de sentir essas coisas em vinhos por exemplo, mas nesse caso é claro. O prato é um raviole de purê de mangaritos, pedacihos da casca torrada, e pequenas fatias dos mangaritos assadas salpicadas por cima. O sabor do mangarito é algo especial, tem as caracteristicas das grandes iguarias do mundo, no sabor uma riqueza de gordura própria que faz este durar na sua boca tempos depois de vc ter comido. O raviole sem molho apenas a manteiga que os mangaritos produzem estava divino, a combinação das texturas da casca, dele assado e do purê se balanceavam. Mas o impressionante é a capacidade de prencher sua boca de forma completa que o purê tem, como se vc estivesse entrando em uma jacuzzi em uma estação de esqui. Quando vc combinava isso com a casca, o sabor extremamente térreo desta trazia um contraste ao véu aveludado que era formado na sua boca. Tive o prazer de comer um segundo prato, graças a delicadeza da chef diante do meu encantamento, adoro esses mimos. A noite estava ganha, correto?

Ah não, isso é o melhor restaurante do Rio, não basta uma surpresa na noite ainda havia o prato principal uma barriga de porco com as batatas fritas de lá. A pele era sequinha, me lembrou muito o pato laqueado chinês, era crocante e quando vc cortava encontrava uma carne macia e profunda, com um sabor terno. Este foi um dos melhores porcos que eu já comi na minha vida. Imagino que a expressão orgamos múltiplos podia ser usada nesses último jantar, porque nada pode ser tão prazeroso assim. Eu estava absolutamente inebriado de tantos sabores e descobertas.

Ainda fomos presentados com um sorvete de banana manchadinha que era algo de transcendental, estava diante de mim o sabor do doce de banana mais caseiro que já comi, no entanto, sem o excesso de açúcar que os acompanha, apenas a doçura natural. O sorvete adquire uma textura mais densa, mas ainda há ali o frescor de um belíssimo sorvete de fruta. Quem disse que só de comida salgada se vive?

A sobremesa era uma creme de chocolate amargo, com uma pele de leite e pedacinhos de chocolate. Meu pai, que me acompanhou, e que é chocolatra em alto teor, gemeu! Ao final ele falou: “Tenho uma teoria política: O FHC se candidatou a reelicao por causa da chef”. O programa não é barato, that is for sure, mas para quem gosta de comida no Rio de Janeiro não há nada igual! Um jantar lá é como os violinos em Elenor Rigby dos Beatles, simplesmente emocionante.

Roberta Sudbrack

Av. Lineu de Paula Machado, 916

Jardim Botânico – Rio de Janeiro

Tel : 21- 3874-0139

4****

$$$$

Wednesday, April 29, 2009

Alfaia - In é ser simples!

Segundo a Alexandra Forbes, uma das blogueiras mais cools que conheço, está “in” coisas menos extravagantes, principalmente as com altíssimo custo benefício. Tempos de crise não são nada fáceis para os perdulários. Juntei isso a dica de um amigo, que sempre respeito, que é obviamente a definição de understatement – há algo mais cool que isso? Descobri um dos melhores restaurantes portugueses: ali no meio de Copacabana.

O Alfaia é um desses clássicos cariocas, onde a decoração é cafona e conta com prateleiras de madeira e vinhos no roda teto. Os garçons são velhos conhecidos dos freqüentadores habitues e usam um terno branco alvo, com uma gravata preta! Há algo mais Rio de Janeiro anos 60 que isso? Os pratos são servidos em baixela de inox e as mesas são forradas com uma toalha branca, meio desgastada por cima de uma colorida.

Para começar pedimos um bolinho de bacalhau, que chegou quentinho e dourado, por dentro muito bacalhau uma textura perfeita. Para comer dentre as muitas opções ficamos com o bacalhau ao murro. Duas lindas postas de bacalhau, levemente douradas, só com aquela crocância por fora. Para acompanhar: batatas ao murro que estava macias e levente puxadas no azeite, pimentões e cebolas grelhados, ambos com poucas áreas queimadinhas só para contrastar os sabores. A cebola era macia e docinha um verdadeiro sonho. Havia um molho de alho e azeite quente, mas não foi o meu favorito, a simplicidade do prato não pedia mais nada a não ser um fio de azeite.

Levamos os nosso vinhos que foram servidos com simpatia pelos garçons. Esses eram muito atenciosos e ágeis, coisa pouco comum aqui no Rio. A dose foi tão boa, que repeti na semana seguinte, pedi o mesmo prato, para ver se era verdade. Ainda bem que sim! Até porque em tempos de crise....

Alfaia
Rua Inhangá ,30 - loja B
Copacabana – Rio de Janeiro
Tel – 21 -2236-1222

3***
$$

Thursday, April 09, 2009

Le Compotoir du Relais - When the inovation is actually the classic!

The beggining fo all this trend in Bistronomique basically started with Yves Canderborde, when he left Le Relégade, and decided to serve simples, classic, good food for affordable prices and his very charming Le Compotoir de Relais. This little bistro is located in the always charming Saint Germain area, close to the Odeon. The restaurant is a small “aquarium” style with a few tables outside where you can do one of the Parisians favorite sports: People watching. We set outside and it was a tad cold, no worries, they provided us with some blankets to our legs!

The service is quite Parisian, slightly rude but very efficient! The menu was vast and full of classic and a bit edgy choices. I was craving for a real patê de campgane, since I had arrived in Paris and could not resist when I saw that beautiful white porcelain squared bowl full of this Patê. It was a great choice, it was heavy and very deep tasting, with the forestry taste, with a great Italian bread toast! I could not eat it all, cause it was huge, but is great start for a large group to a taste of country France.

For main I had the belly pig, imagine a VERY thick bacon, I know it sounds disgusting, cause of all the fat part, but I promise it is not! The meat part was incredibly tender and moist, with a rich flavor; the fat part was almost creamy and was a interesting mix of textures with the more consistent part. It was lying in a bet of this velvety mashed potatoes, and covered with this tangy sauce, with a heavy dosage of butter! As French as it gets!

Also in the table it was order this galette (a young chicken, sorry!) , that was cooked very simples, baked, and served with potatoes. Nevertheless it had a wonderful light mustard taste a very crispy skin and was so moist that I wondered how that was possible. This is as classic as it gets, but sometimes is that you want from Paris?

Le Compotoir du Relais
Carrefour de l´Ódeon, 5
Paris (m: Ódeon)
Tel: 01 44 27 07 97

3***
$$$

Tuesday, April 07, 2009

Le Timbre – If only that was the average waiter!

As u may had noticed I had been in Paris eating in this nice little bistros that don´t charge u a fortune for wonderful food. If I had to pick the restaurant that best represents this, from my trip, it is Le Timbre. This tine little 24 people restaurant is not located in any of the fancy areas of Paris, it is hidden in a hard to get street, with just a big window that u can see the entire restaurant from outside. Two rows of table, half seat on the couch the other half on little wood chairs, to get to the sofa u must pull your table, actually the waiter will do that.

The service was incredibly nice for Paris, maybe because the waiter was from Manchester and not Parisian, but what stroke me as remarkable was not how nice he was, but the fact that he was the SINGLE person in the restaurant. After a few moments I realized he was the Chef, waiter and host! Absolutely incredible, considering the quality of the food and the service.

We took the full menu, I started with escargot and lentils, with a herb olive oil. The textures were wonderful, the slightly floury part of the lentils with the firm, escargot. The iron flavor of the lentils with the delicate escargots. As my second I opted for the classic, confit de carnard with mashed potatoes, the duck was perfect extremely crispy on the outside and moist in the inside, with the fatty after taste that completes so well the deepness of the duck flavor. The mashed potatoes were rustic and with a touch or garlic were wonderfull complement to the duck.

The deserts were also great. I had a Mil Foglie, a thousand layers  with a vanilla cream that was 3 layers of a wonderfully crispy biscuit with a very delicate cream, nice textures. Also we had a pear cooked in brandy with some honey, the tastes balanced very well. The food was remarkably well executed for a single person restaurant, nothing fancy but very tasty. In the end the check was affordable even cheaper then average touristy places in Paris.

Le Timbre
Rue de Sainte Beuve, 3
Paris 75006
Tel 0145491040

3***
$$$

Monday, April 06, 2009

Aconchego Carioca - Comida de verdade em boteco de respeito

Descobrir boa comida baiana fora da Bahia é um desafio que me persegue como baiano. O Rio de Janeiro é cheio de bons restaurantes e botecos com boa comida, mas neste final de semana eu conheci o Aconchego Carioca, que já vem sendo super badalado aqui pelo Rio, mereceu até visita de Pierre Troigois em sua última visita. O carro chefe de lá é o famoso bolinho de feijoada, uma invenção da chef Katita que é dos deuses, com um recheio de couve quase crocante, e um gosto de feijoada profundo e saboroso.

Também comemos o bolinho de aipim com molho de bobó, em minha opinião, o melhor da casa, dourados por com uma massa bem leve e macia. Com uma provinha do delicioso bobó para ser jogado por cima como molho. O engraçado é que isso não deixa de ser uma releitura de um clássico, ela brinca com a textura natural de um bobó que tem o creme de aipim muito cremoso, quando aqui ele é mais massudo.

Para o prato principal pedimos um Bobó de verdade que veio acompanhado de uma deliciosa farofa de dendê, como só tinha comido na Bahia, bem amarela e crocante. O bobó era aveludado, com a dose certa de dendê para os paladares cariocas. Os camarões graúdos e carnudos cozidos no ponto certo eram a estrela, embebidos no molho leve e cremoso do bobó. Sem dúvida um dos melhores que já comi na minha vida. Além disso, pedimos um escondidinho de carne seca, que vem gratinado com queijo derretido por cima, mas o purê de aipim que normalmente cobre esse prato é mais leve com uma textura mais para um suflê. A carne seca vem em tirinhas, e não desfiada, fica bem saborosa, com aquele gosto de manteiga de garrafa.

O bar/boteco é em uma rua antiga e descuida da tijuca com poucas e disputada mesas. O ambiente é de um típico boteco carioca com mesas pequenas apertadas e com moveis com cara de velhos. A decoração é simples e cheia de referências ao incrível menu de cervejas que deixa qualquer apreciador feliz, tem de tudo por lá das clássicas a as excelentes e caras importadas.  Mas me desculpe a estrela lá com certeza é a comida!

Aconchego Carioca
Rua Barão de Iguatemi ,388
Praça da Bandeira – Rio de Janeiro
Tel - 2273-1035

3***
$$

Thursday, February 19, 2009

Enviado Especial a Portugal - O Lagar

Caros 3 Leitores,

Esse blog está ficando muito chique! Dado que eu já vivo no limite das minhas viagens, eu estou incorporando uma crítica de meu amigo FF, assíduo comentador do blog e companheiro de diversas aventuras gastronômicas. Esta será uma série de dicas (que são sempre imperdíveis, I migth add) de lugares para descobrir um pouco da culinária portuguesa. 

Muito Obrigado FF pela ajuda! 

T

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Come-se muito bem em Portugal. A máxima é verificada quando entramos num despretensioso restaurante perto de Bombarral. A decoração simples, com diplomas gastronômicos regionais e recortes de jornal pendurados na parede acima dos azulejos faz com que não se distraia do que deve ser a principal estrela de um restaurante.

O local estava vazio por ser um almoço de dia de semana numa zona rural, o que ajudou para a atenção que recebemos. De qualquer maneira a simpatia do atendimento familiar conta muitos pontos a favor

Vamos ao que interessa:

De entrada fomos de pequenas porções do que são consideradas as especialidades da casa. Um queijo curado de massa cremosa local primo do da serra da estrela com a diferença que neste além de leite de ovelhas também é usado de cabras; paio de pata negra; manto branco de pata negra (que nada mais é do que a parte mais rica do defumado); sardinhas com molho a escabeche. Todos deliciosos sendo que o destaque ficou para as sardinhas, que fizeram com que minha companhia não muito chegada a “peixes pequenos” pensasse em repetir.

Escolhemos um vinho branco da Quinta das Cerejeiras que fica ali logo ao lado para acompanhar. Bastante bom. Vale destacar que a carta de vinhos era realmente completa e a escolha de um vinho regional foi simplesmente para compor o almoço. Havia outras excelentes opções.

Antes dos pratos principais ainda fomos oferecidos mexilhões que haviam acabado de chegar de Peniche. Eles eram de um tamanho de fazer corar os moules que estamos acostumados aqui no Brasil. Foram preparados de maneira simples, porém irrepreensível. Refogados com cebola num molho com toque de vinho não ofuscando o ingrediente principal.

De primeiro prato pedimos chocos fritos com açorda de tomates. Chocos até então me eram desconhecidos. São moluscos primos da lula, mas com uma textura um pouco mais densa. Foram muito bem com a açorda apimentada. Até eu que não sou o maior fã de coentro (ou coentros como falam nossos amigos) comi com gosto.

De carne ficamos em dúvida entre a aba de vitela grelhada e os filés de porco preto. Fomos aconselhados a ficar com meia porção de cada. Ambas muito saborosas, mas por melhor que seja a vitela fica difícil de competir com o porco. Ele foi o responsável por apagar de minha cabeça o bacalhau como ícone da culinária portuguesa. Vá a Portugal e coma um porco preto! Fica como uma sugestão de campanha. As carnes vieram com batatas fritas. Sequinhas e crocantes.

Ainda arranjamos espaço para a sobremesa e escolhemos a “delícia do Lagar”, um doce de maçã com suspiros. Curiosamente a sobremesa que leva o nome do local não mereceu maior destaque.

O Lagar
Rua Senhor Jesus do Carvalhal 8
Carvalhal - Portugal


Wednesday, February 18, 2009

Lorenzo - Charme carioca com potencial

O Rio de Janeiro continua lindo, e cada vez mais surgem restaurantes que tentam aproveitar ao máximo essa beleza e esse clima privilegiado. No lugar do falecido Lulu, na entrada na Lopes Quinta, no jardim botânico, fica o Lorenzo, uma mistura de bistrô com uma cantina moderna italiana. A decoração é totalmente relacionada com o primeiro, mesinhas pequenas, uma varanda deliciosa e um terraço no terceiro andar imperdível, de lá pode-se apreciar o Cristo Redentor, de um lugar quase que bucólico.

O menu de lá é bem variado com massas caseiras e alguns pratos típicos de brasseries francesas, já estive lá duas vezes e comi bem em ambas. O couvert é simpático com rabanetes mornos, azeite, grisinis – que poderiam ser mais crocantes – e uma focaccia que poderia ser melhor. De entrada dessa última vez comemos um steak tartare de magret de canard, que estava muito saboroso. Nunca tinha comido esse prato e achei simples e poderoso, como pato deve ser.

Para principal já comi uma pescada amarela com salada verde, em um dia mais ligth, super honesto e da última vez pedi um mulles frites, que estava bom. O molho estava faltando um pouco daquela força do alho, que te faz ter vontade de molhar um pão no caldo, que era talvez excessivamente amanteigado. Além disso, as fritas era apenas, ok, meio moles. Dito isso, os mexilhões eram enormes e fartos, e mesmo sem um molho espetacular o prato estava honesto. Faltou a gentileza do serviço de trazer uma lavanda para lavarmos as mãos depois de comer, além disso, um outro bowl para colocarmos as cascas.

Nunca cheguei as sobremesas, mas o menu me parece bom. O serviço é bom, talvez um pouquinho lento, mas tenho sido tão mal atendido no Rio ultimamente que já considerei esse bom. O ambiente é de fato muito agradável e os preços super aceitáveis, acho que vou voltar lá para ver se acho um prato excepcional.

Lorenzo
Rua Visconde de Carandaí ,2 
Jardim Botânico – Rio de Janeiro
Tel – 21 - 2294-7830

2**
$$$

Tuesday, February 17, 2009

Arturito - Comida marcante em ambiente estranho.

Tem alguns restaurantes que causam polemicas sendo o Arturito um dos que mais causou na blogosfera recente. Em um posto do ótimo Que bicho me mordeu, ele foi considerado confuso entre querer ser fashion week e comida sólida, não por menos a chef os convidou para uma visita a cozinha. Vale a pena ler a polemica por lá. Depois de tanta confusão eu decidi que eu tinha que ir conferir. O restaurante é da chef Argentina Paola, que já passou pelo Dona Júlia (que fui semana passada e adorei) e do Figueira Rubayat.

O restaurante é meio escondido em uma pequena casa, com decoração bem moderna! A iluminação é bem baixa e em seu corredor comprido o resturante parece de fato, uma passarela de desfile. O bar imponente completa a decoração moderna, além disso, um pedaço do restaurante tem um teto retrátil que deve ser agradável em noites estreladas. A decoração de alguma forma é toda muito escura. Logo na entrada pães com jeito de caseiros, uma cremosa manteiga salgadinha e um pratinho de azeite com alecrim e parmegiano ralado. Os pães não eram nada de especial, mas cumpriam bem seu papel.

Depois de sofrer um pouco para achar um vinho com preço justo na carta que me pareceu levemente over priced, partimos para a escolha dos principais. Eu fiquei com o ojo de bifé curado e purê de batatas Robuchon,  a carne era bem diferente do que estamos acostumados, mas não menos saborosa. Com uma crosta bem sequinha, e levemente adocicada devido ao processo de curagem, o miolo é um belíssimo ojo de bife, no ponto certo, rosado e macio. Esse contraste de texturas é realmente muito bom, me lebrou um pouco uma carne do sol muito bem feita. O purê de batatas que vinha em uma panelinha separada era muito macio, mas de consitência firme, mais uma vez aqui com um sabor mais leve, mais creme de leite ou manteiga e menos batata, estava sensacional. Na mesa ainda pedimos um Spagetini de frutos do mar que foi elogiado,além de um fagoto (grão de trigo) cozido como risoto com aboroas grelhadas que estava uma delícia.

Para a sobremesa profiteroles que estavam muito bons, aerados, leves e simples. O serviço era muito atencioso e sugestivo, dando atenção na dose certa durante toda a noite. Imagino que em noites mais movimentadas a experiência possa ser diferente, pois nesta noite estava bem vazio. No final das contas, a conta foi um pouco mais cara que eu imaginava, mas sempre tenho que me lembrar que estamos em São Paulo.

Arturito
R. Arthur de Azevdo, 542
Pinheiros – São Paulo
Tel – 11 – 3063 – 4951

3***
$$$$

Friday, February 13, 2009

Lavoura Café - café da manhã com gostinho de fazenda

Eu tenho que admitir eu amo tomar café da manhã, talvez porque eu seja o que os americanos chamam de “morning person”, acordo feliz e acelerado querendo fazer alguma coisa. Portanto, ir tomar café da manhã é um de meus programas favoritos. Adoro os sabores caseiros da Casa da Tatá na Gávea, não paro de sonhar com o banquete incrível que é a Escola do Pão. Essa semana, descobri mais um para a minha lista, desses com sabores caseiros, o Lavoura Café, que a Constance Escobar já tinha falado e eu ainda não tinha ido conferir.

O lugar é uma pequena casa de esquina (porque todo lugar charmoso é sempre de esquina?), verde, que combina bem com a linda vista dos fundos do Jardim Botanico. As mesas se espalham pelas calçadas, como que de um bistrô. Pedimos um café da manhã individual que é uma série de pratos, a sensação é de estar na sua fazenda no interior (no meu caso, na Bahia). Começamos com um delicioso suco de laranja, fresco, seguido do prato de frutas, um mamão também gostoso. Depois em canequinhas de metal esmaltado nos chega um iogurte cremoso, levemente azedo, com gosto de caseiro, além disso, uma granola super crocante e um potinno de mel, de fato um pedacinho de céu na terra.

Depois disso chega a mesa um bolo, no nosso dia, um de “branco” com pedacinho de goiabada, completamente caseiro, tenho que admitir que como moro sozinho e longe da casa de minha mãe, coisas caseiras tem um valor todo especial para mim. Depois uma cestinha com quatro variedades de pães, um de queijo que estava muito bom, com um gosto azedinho do povilho e outras variedades, para acompanhar queijo minas, manteiga bem salgadinha e peito de peru – nessa minha nova fase ligth, faltou um pãozinho integral, mas perdoável, em casa de avó tudo engorda mesmo.

Para finalizar ainda temos a opção de um café ou um cappuccino, mas tenho que confessar que com o calor de 40 graus que fazia no Rio de Janeiro, não tive coragem de experimentar. O serviço é relativamente lento, mas quem tem pressa com uma revista na mão em um sábado de manhã!?

Lavoura Café
Rua Pacheco Leão, 812
Horto – Rio de Janeiro
Tel -21- 2512-7308

2**
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Thursday, February 12, 2009

Kaá - Sabor, ambiente... mas o serviço!

Tem poucas cidades do mundo que comportam investimentos milionários em restaurantes, com certeza São Paulo está entre uma delas. Ao entrar no Kaá logo pensei: “Isso no Rio durava 6 meses, em Salvador nem abria”. O restaurante fica em uma discreta casa, com uma porta mais discreta ainda na movimentada Juscelino Kubicheck, de fora pensei mas que confusão que deve ser isso aí dentro, mas ao entrar me deparei com um oásis em São Paulo. Um enorme galpão de pé direito elevadíssimo, com um espelho d´agua enorme na entrada. Mas a estrela da decoração é a parede lateral direita que é inteiramente coberta por plantas, não eras ou coisas assim, plantas mesmo. O efeito é incrível uma sensação de aconchego e frescor que não posso imaginar uma decoração não verde possa dar, também não parei de pensar como eles molham aquelas plantas?

No meio do salão havia um bar e ao fundo a cozinha com janelões de vidro para vermos a movimentação. Depois de tanta descrição da decoração a pergunta natural é se a comida estava a altura e posso dizer que sim. Fomos sentados em uma mesa do lado oposto da parede verde e perto da cozinha, o atendimento me parecia um pouco apressado, imagino que a pressão para sentar todas as pessoas da fila era grande. No entanto, na hora da sobresas houve demora de mais de 30m minutos para um petit gateau, com certeza o serviço está muito aquém do ambiente.

Um dos sócios é o Paulo Barros, o famoso chef do Due Cuocchi (eu preciso voltar lá urgente para escrever aqui), mas o chef é um espanhol que fica sempre na cozinha.  Pedimos um prato de antepasto para acompanhar a cestinha de pães que estava uma delícia. Clássicos italianos, bem executados, pimentões marinados, mussarela de búfala com pesto leve, proscciuto bem cortado.

Meu prato foi uma costeleta de cordeiro com um spaguetini com manteiga e sálvia – absolutamente adoro essa cominação de manteiga e sálvia – a carne estava praticamente perfeita, tostadinha por fora e levemente rosada por dentro, sem aquele ranço que cordeiro tem em alguns lugares. A carne era simplesmente grelhada e macia, com um sabor aveludado, fazia um ótimo contraste com o gosto pontiagudo da sálvia, a massa estava no ponto certo al dente.

A sobremesa não chegou como já falei e os preços eram bem a lá São Paulo. Sem dúvidas o serviço poderia ser muito melhor, mas aquela costela de cordeiro entra na minha lista de favoritos desse prato e isso não se pode negar.

Kaá
Avenida
 Juscelino Kubitscheck, 279 
Itaim  São Paulo
Tel
 - 11 3045-0043

2**
$$$$