Monday, August 23, 2010

Primeira Pá - China de verdade, um pouco mais perto!

Comer comida étnica não é uma tarefa muito simples no Rio, apesar da profusão de restaurantes japoneses, a maioria das culinárias é muito mal representada na capital carioca. A culinária chinesa é uma que não necessariamente é pouco representada, mas sim mal representada, a profusão de China in Box style onde a comida é sempre excessivamente doce e os ingredientes não necessariamente frescos não é exatamente um bom embaixador. Há aqui dois representantes mais fidedignos, o pirotécnico Mr. Lan e o escondido Primeira Pá! Nenhum dos dois pode ser considerado exatamente barato, mas ambos mostram um pouco mais do que a rica culinária chinesa tem a oferecer, a verdade é representar a culinária chinesa, é muito diversa, portanto, para ser mais honesto estes são uma representação da comida cantonesa.

O Primeira Pá fica no bairro da Tijuca, no Centro de Cultura da Imigração Chinesa, a maioria das pessoas no restaurante são chinesas matando a saudade de casa, o que é um ótimo sinal. Ao entrar no restaurante tive a impressão de estar entrando na China, dada a decoração e a língua mais usada, o chinês. As tolhas douradas, as grandes mesas redondas com plataforma redonda que giram, são o mais próximo que já vi da China por aqui. O cheiro duvidoso e os banheiros incrivelmente sujos, também são uma representação justa do país.

Para entradas podemos comer um delicado guioza, que vem com um recheio de carne de porco e alho poro, que são delicados, como os dim sums são na China. Mas o meu favorito é um pão no vapor, com recheio de porco agridoce, a massa é branquinha e meio puxa, com um gosto leve, o recheio pequenos cubos de porco, adicionam bem com textura e sabor. A culinária chinesa pode parece excessivamente “sem gosto”, para os nossos paladres, mas na verdade é a delicadeza de alguns de seus pratos que é o grande destaque.

Para prato principal sempre peço o delicioso Pato laqueado, que é exatemente o que torna a refeição mais cara. Recebemos a mesa leves panquecas feitas a base da arroz, um espesso molho adocicado, cebolinha e pepinos frescos, e uma generosa porção de peito de pato, coberto pelos pedaços de pelo, brilhantes e doces, que se dissolve na boca rapidamente. Devemos montar manualmente as panquecas e comer, o frescor dos verdes com a carne de pato e a pele crocante é uma das combinações mais gostosas que conheço. O de lá não é o melhor que já comi, mas é sem dúvidas um exemplar respeitável. Além disso, já pedi um deliciosa macarrão, uma carne com shitake e bambu, e um deliciosa arroz colorido, que me fez repensar a minha idéia de nunca comer arroz.

As sobremesas predominantemente de doce de feijão, são fidedignas, mas meu paladar não alcança. O serviço é oscilante mas incrivelmente simpático, alguns dos garçons não falam português, que dificulta um pouco a comunicação. Como de hábito na China, não se traz todos os pratos de uma vez, portanto, nesse aspecto acredito que nós ocidentais podemos ficar um pouco perdidos. Se vc vai até lá comer, faça com eles, peça vários pratos e deixe o caos da China fazer sua tarde mais alegre.

Primeira Pá
Rua Gonçalves Crespo, 450
Tijuca – Praça da Bandeira
Tel – 2293-2653

3***
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Tuesday, August 17, 2010

Argentina Assado - Sorry my fellow Brazilians....

During many many years while I was growing up and hosting all my foreign friends in Brazil I told them a lie. I use to affirm with great certainty that they should enjoy the great meat of our barbecues, since that was as good as it gets. I hope they will all forgive me since this was a mix of naiveness, ignorance and the typical 3rd world patriotism, where despite of all we believe that we are good with food. A couple years ago I started to eat more frequently the Argentine assado, their version of the barbecue! Oh lord!

I might be completely overwhelmed by the hospitality of my wonderful argentine hosts the Ayams, but the truth is that after eating with them, I was convinced that being a vegetarian is a non option. There is a kind of religious ritual in order to appreciate the meat in a assado. Differently from us, the time that the meat will come out is mandatory to determine what time it will start. The other major difference is the barbecue itself, while we use as everyone else in the world I guess, the very deep barbecue, they use basically a flat surface, with a grill that is liftable by a leverage on the side, the chalk will have to be distributed with a precision of nuclear weapons since the meat is soo close to it. This allows them to control to what temperature the meat is exposed, enabling to get very different textures for different cuts.

An assado at the Ayams is a great garden event, while Robby our untirable "assado man" takes care of the meat, the wonderful Hilda is preparing an array of salads to serve as sides for the meat, another great thing about their approach to barbecues, no heavy triple carbs like us that will eat farofa, rice and potatoes on top of the meat! This would overshadow the main star of the party!

To start and accompany our wonderful Malbec bottle why not start with a delicious choclo empanada, a delicate pastry filled with corn and onions mix that is sweet and tangy, of even a beef empanada with some eggs and olives cooked for a long time, so it has this juicy deep taste. The actual barbecue it always start with the chorizos, which its sliced in half and put back in the grill, that dries up some of the fat and gives a extra crunchy texture. There are several cuts in a typical assado, these time we moved on for a pork fillet that had a thin layer of fat, that was so juice and moist that it almost did not look like pork, these cut is barbecued on one of its side only so its like the bottom holds all its deliciousness. Then we moved to the pork ribs, that came out easily of the bones, and the little burned parts had that smoky feeling, that only a good chalk barbecue can have.

The star of the meal in my opinion is the Lomo, the fillet is spectacular, despite the lack of natural strong taste of the meat, our meat genius Robby, uses a great technique. He puts a big frying pan directly on to the fire, and drops some of his farm made sweet olive oil, the lomo is then seared very briefly in order to keep its juices inside. It goes back to the grill until its ready to served with a spoon, cause at this point a knife is unnecessary. As sides for all this there a great abundance of salads, a wonderful salsa that reminded me of our version of vinagrete, but with more red and yellow peppers, more finely chopped, and a bit sweeter. But the star of this part was the Guacamole, I did not even like avocados until then, but the creaminess of the avocado and its richness would balance the savory taste and texture of the meat. One thing that it was common across all the cuts served is the different amount of salt used compared to us, they use a similar salt as fleur de sel, that although it does not lets you miss the salt, it also does not make you go in state of thirsty, that only 2 liters of cold bear will save you. Maybe that explains why the wine goes so well with the assado and not with the churrasco.

The desert can be the infamous brownie and dulche the leche pie, that make me wish I liked chocolate! But why not a dulche the leche tentacion, from Fredo, the ice cream that is half ice cream half actual dulche de leche. Followed by wonderful spresso and Malamado, a version of the port wine made with malbec grapes, that is less sweet and still quite powerful. The experience is a full one and makes u wonder, why the patriotism when a flight away u can find all that, sorry gringo friends for all the lies

Monday, August 16, 2010

Marcel - Comida espetacular e desambientada

São Paulo nunca deixa de me impressionar, muitas vezes porque projetos incríveis aparecem como o Kaa que o ambiente é espetacular e milhões são investidos, mas a comida deixa a desejar. Este final de semana, me deparei com a situação exatamente oposta, comi em um restaurante que me fez suspirar e querer mais, apesar dos 8 pratos, mas o ambiente era completamente desconectado da comida. O Marcel fica em um hotel desses meio baratos, no Jardins, que tem um público meio misturado de nordestinos de meia idade e pessoas do interior do estado. O público do restaurante é parcialmente dominado pelos hóspedes e por amantes dos tradicionais suflês que são o antigo carro chefe de casa. No entanto, nada disso tem a ver com o desfile de pratos que o menu degustação oferece.

Ao chegar o atendimento é um pouco confuso, mas uma vez q eu fiz a escolha pelo menu degustação o Chef Rafael Despirite passa a controlar com precisão cirúrgica o timming dos pratos que vem como um balé a mesa, seguido de uma envergonha explicação sobre o que está diante de nós, dada pelo próprio chef. Para começar um incrível Foie Gras selado com uvas congeladas com cachaça, a brincadeira de texturas e temperaturas é um sucesso retumbante, deixando a melosidade do Foie Gras ser balanceada pela notas agudas da uva e cachaça. O segundo prato um carpacio com molho defumado é uma surpresa engraçada, dado que as texturas são de carne crua enquanto o sabor lembra uma carne longamente defumada.

Para o terceiro prato o chef trouxe para mim o grande destaque da noite: um camarão em ponto de cocção perfeito, com uma textura tão leve, com molho de açafrão e um tagliatele feito de finas fatias de cenoura que estava al dente. Passamos para um peixe (dourado?) que era assado inteiro e depois cortado em pequenos quadrados, servido sobre uma maionese que usava como gordura os sucos do próprio peixe e algumas ervas do jardim do chef, como jambú fresco. O prato talvez tenha sido o que menos se destacou para mim, a maionese era muito leve e saborosa, e balanceava bem o peixe q estava um pouco “peixoso” de mais para meu paladar.

De um chef muito orgulhoso recebemos um suflê de gruyere, receita do avô que explica porque o restaurante é conhecido por esse prato, estava na textura ideal com o sabor pujante do queijo, mas a leveza do suflê. Após isso, ainda havia espaço para uma deliciosa costeleta de cordeiro, mais uma vez, no ponto certo, acompanhada de um purê de batata doce frio e um azeite com tapenade. Um prato simples, mas tão bem executado que mereceu ser devorado. Ainda havia espaço para mais, a surpresa para os olhos eram os fios d´ovos, mas ao colocar na boca uma deliciosa sorbet de manga. Segundo o chef, ele simplesmente congela a manga e passa por um ralador, a simplicidade que leva a surpresa.

Ainda comemos um queijo parmesão com redução de balsâmico, que foi seguido finalmente por um suflê de cupuaçu e sorvete de creme. O suflê estava delicado como o a fruta é, com um sabor sutil que ela completado pelo sorvete. O jantar foi sem dúvidas uma grande surpresa, não só pela idade do chef, mas principalmente porque tive a clara sensação que ele está no restaurante errado, tanto do ponto de vista do serviço, quanto do ambiente. Mas para quem gosta de boa comida, pelo preço cobrado, esta é uma experiência imperdível em São Paulo.

Marcel
Rua da Consolação 3555
São Paulo
Tel – 11- 3064-3089

3***
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Friday, August 13, 2010

Venga! – e nunca mais deixe de voltar

Esse tempo de blog parado foi de descobertas e de vícios! E como era de se esperar na minha volta não posso deixar de falar das minhas refeições mais recorrentes. O Venga! no Rio é uma dessas descobertas incríveis q eu nunca canso de voltar. Quando quero uma coisa rápida, porém, saborosa é para lá que eu vou, vale ressaltar que só fica rápido depois que vc senta em uma das mesas mais concorridas da Dias Ferreira. O local é bem pequeno com no máximo uns 25 lugares sentados, mas eles já até servem algumas coisas na calçada para fazer a espera menos dolorosa.

No Venga quase tudo é muito gostoso. Não tem nenhum elemento extremamente criativo, dado que é uma casa de tapas q segue a risca as receitas mais tradicionais da Espanha. Mas quando a execução é tão bem feita, o restaurante salta aos olhos. Eu sempre peço o novo Croqueta de Paella, que é um bolinho de arroz, com queijo gruyere derretido dentro, espetado em cima dele esta um camarão terno, com aquele gostinho de chapa! A combinação do queijo q explode com o arroz e a croncância do bolinho são incríveis, sabores sutis que deixa o camarão aparecer.

O meu prato favorito é um delicioso polvo a la galega. O polvo vem na textura perfeita, macio, mais uma vez com aquele gostinho levemente queimado da chapa. As batatas são pequenos pedaços cozidas al dente, com páprica envolta delas. A textura do polvo com as batatas é impecável e esse prato fez vários amigos que não gostam de polvo gostarem. Eu tb adoro a tortilla de batatas que é um clássico espanhol e lá não deixa a desejar. As lulas fritas vem sequinhas com uma casquinha que se desfaz na sua boca, com um delicioso molho leve, impossível comer uma só.

Já comi uns sanduíches lá, mas nada que tenha me marcado tanto quanto os pratos acima. Para finalizar não deixo de pedir os Churros que vem com uma calda de chocolate que meus amigos chocólotras adoram, mas eu como apenas o Churros. Além disso, uma boa carta de espumante e duas deliciosas opções de sangria completam a minha noite sempre no Venga. Não para não volta.

Venga
Rua Dias Ferreira, 113
Tel – 21- 2512-9826
Rio de Janeiro

3***
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Wednesday, August 11, 2010

Bottagallo - Para fazer a Nonna suspirar

Ao longo dos últimos meses fui algumas vezes ao novo empreendimento da Turma do Braz, o Bottagallo, uma casa de “tapas” italianas que faz qualquer nonna suspirar. O restaurante tem alguns componentes incríveis: serviço rápido, chopp espetacular e o mais importante comida de primeira. Eu tenho certeza que não sou o único a achar isso, uma vez que as filas beira o intolerável, chegar depois das 21:00 torna o programa um tanto menos agradável.

O menu é dividido em seções sendo que as últimas que são macarronadas e carnes eu nunca cheguei perto. Sempre fico nas pequenas porções para dividir, que acredito que é onde está o forte da casa. Para começar, sem dúvidas recomendo a Scarpetta uma simples tigela de molho de tomate, a minha preferida ainda vem incrementada com uma calabresa rústica. O molho é profundo e aveludado, pouco acido e com uma textura incrível. Este vem acompanhado de dois tipos de pães que podia vir mais quentinhos, mas na casa dos italianos o pão também é servido assim, portanto, acho perdoável.

Sempre peço um plim no quardanado, uma massa simples e recheada com uma carne que tem o gosto de um longo cozimento, a massa é sequinha, servida em um guardanapo, perfeito para uma mesa grande e uma boa taça de vinho. Além disso, o Ovo Guido é sempre uma boa pedida, um ovo com cozimento lento que tem uma leve gema sobre um molho de trufado q está longe de ser enjoativo como nos outros lugares, para completar, uma deliciosa torrada super crocante, que brinca com a textura do ovo.

O meu prato favorito é o Gnocchi Dourado, que é o melhor que já comi. A massa excepcionalmente leve, com um gostinho distante de manteiga queimada, acompanha uma ricota fresca, rúcula e cubos de tomate. O contraste frio da salada com o morno gnocchi é espetacular. O ponto alto sem dúvida é a massa que me faz sempre comer mais do que deveria. O outro destaque é a costelinha de porco que solta do osso com facilidade e tem um sabor super intenso. Já provei vários outros pratos, sendo a Lula o único q eu não recomendaria, com um molho muito ácido e o molusco um pouco cozido em excesso, essa foi a minha única decepção.

Por fim, a panacota é outro primor, leve e saborosa é o ponto final perfeito para uma refeição lá. O serviço é estilo Braz, rápido e informal, entrega sem encantar a não ser pela agilidade. As sugestões dos garçons nunca são os meus preferidos e simplesmente desisti de escutar eles. Por fim, o ambiente é muito gostoso, bem informal com talhes em copos e muita madeira, fazendo com que fique bem aconchegante. Os preços não são exatamente baratos, mas vale pela qualidade da comida.

Bottagallo
R. Jesuino Arruda, 520
Itaim Bibi
Tel - 11-3078-2858

3***
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