Friday, November 28, 2008

Azumi - Um programa surpreendente no Rio de Janeiro

Desde que eu comecei a escrever esse blog, tenho me aventurado muito mais para conhecer lugares diferentes e ter sempre assunto para escrever aqui. O Azumi, em Copacabana está minha lista desde o começo, ontem, finalmente o dia chegou e não deixou a desejar, era mais ou menos o que eu imaginava, com algumas surpresas bem positivas. O Azumi é o mais tradicional japonês do Rio de Janeiro, tem uma decoração péssima, fica em um lugar perto de casas de show duvidosas e é muito mal decorado, mas tudo isso já era esperado. Ao chegarmos fomos recepcionados pelos japoneses, que tomam conta do restaurante, muito simpáticos.

Para começar pedimos um edamame, que são vagens de soja (será que posso chamar assim) salgadinhas de onde saem, ao apertar com os seus dentes, deliciosos “feijões” verdes, que com o salgadinho que está na casca fazem daquilo o mais próximo que eu conheço do amendoim cozido do São João na Bahia. Depois passarmos para um “carpaccio” de atum e peixe branco, com um molho leve, puxado no limão, cebolinha e um rabanete ralado com pimenta, leve e saboroso. Além disso, pedimos um tartar de atum, com um ovo de codorna cru e finas tirinhas de alga bem sequinhas, as texturas do atum com o ovo, se misturavam com a alga e davam um sabor e textura diferente de todos os tartars que já provei.

Começamos pelos grelhados, com a pele do salmão fresca grelhada que é completamente diferente do que eu estava acostumado a comer em outros restaurantes. Depois partimos para uma ostra – enorme! –que é grelhada aberta na casca com um leve molho que lembra um desses caldos japoneses para peixe, excepcionalmente leve. A ostra fica sequinha e com as bordas levemente queimadas por cima, a parte de baixo protegida pela concha tem a textura de algo que foi levemente cozido, mas não ao ponto de perder a sua textura macia e leve. Os sabores se misturavam o doce do queimado das bordas com o gosto de mar da ostra da parte de baixo, absolutamente incrível. Além disso, pedimos lulas grelhadas, simples anéis de lula grelhados fazendo a sua textura atingir uma semi perfeição, com um gosto suave que só algo cozido por um longo tempo pode ter, sem a pressa dos clientes.

Passamos para os sushis, naquele ponto já estava convencido que tinha achado um lugar incrível, nem precisava o sushi ser bom. Pedimos um combinado simples de sushis e sashimis, estavam todos muito bons, com cortes precisos e grossos, como devem ser. Os peixes eram realmente frescos, diferente do que comemos em muitos restaurantes por aí, o atum se destacou em minha opinião, mas na mesa cada um escolheu o seu preferido e quase que não tinha repeteco, acho que uma afirmação da qualidade do peixe. Para finalizar pedimos ainda uma dupla exótica de um mini polvo, que vem vermelho, em cima do arroz, a consistência é quase que de um rabanete ou uma beterraba e tem um gosto completamente diferente do que já tinha provado de polvo, não foi o meu favorito, mas achou seus fãs na mesa.

A conta não foi barata exatamente, mas tomamos uma garrafa de sake e vamos combinar foi um festival gastronômico. Acho que vale cada centavo pago para os bons apreciadores de comida. O serviço foi ok, sem atrapalhar, mas também sem ser considerado um diferencial. A ostra que eu comi lá não deve nada a nenhum restaurante japonês que eu já fui. Sem dúvidas é um programa imbatível no Rio de Janeiro para os apreciadores da culinária japonesa.

Azumi,

R. Ministro Viveiro de Castro, 127
Copacabana – Rio de Janeiro
Tel – 21-2541-4294

3***
$$$

Wednesday, November 26, 2008

Le Vin - Preço do Rio é diferente de preço em São Paulo

Abriu em Ipanema a um ano uma filial do Le Vin, um gracioso bistrô paulista que é de donos cariocas. Já fui lá algumas vezes e sempre saio de lá com a sensação que comi bem, principalmente nos almoços executivos da filial paulista. O restaurante é um dos poucos do Rio que tem alguns pratos típicos franceses/belgas como escargot e mulles et frites, que eu adoro. O ambiente é charmoso, uma pequena casa, quase que perdida no meio de Ipanema, com uma decoração simples, e com uma adega bonita. Acho que o ambiente só falta um ar condicionado mais potente, porque não estamos em São Paulo e vamos combinar que no Rio as pessoas gostar de ar condicionado forte.

Logo que vc chega é recebido um meio pão italiano com manteiga e um patê, o pão normalmente vem quentinho com um miolo leve e uma casca bem crocante. O patê é simples mas a combinação com o pão quentinho é de fato muito boa. Os drinks lá são bem feitos e as caipivodkas muito boas, mas já a carta de vinhos é excessivamente cara, para um restaurante com o tom de informalidade que ele tem, acho que devia ter uma carta de vinhos menos pretenciosa, esse não é o francês que vc leva pessoas para um programa refinado e sim um programa relaxado.

Já fui lá alguma vezes e sempre comi bem, a salada de rúcula com couscous marroquino é especialmente saborosa, bem leve e com um cousous bem sequinho e salgado como deve ser. O carpacio é bem gostoso também com um amargor balanceado com a o gosto fresco da carne. Mas o meu prato preferido é o mulles frites, esse prato típico que tem uma cumbuca grande de mexilhões cozidos em um leve molho a base de vinho braço, cebolas, alho e azeite é muito bom lá – tenho que admitir que pode ser que dado que como lá quando estou com saudade do prato meu nível de exigência esteja alterado – o que fica devendo são as batatas fritas, que são meio murchas e sem um sabor especial. Provei o raviole de pato com molho de laranja e estava também muito saboroso.

De sobremesa a mesa optou por um creme brulle, leve e bem executado, com o gostinho que queimado que deve ter e profiteroles, que não provei pois não como chocolate, mas a mesa elogiou muito. Para finalizar cafés nespresso que são garantia contra a incapacidade dos baristas locais. O único problema desse programa é o preço, os donos cariocas esqueceram que o Rio tem restaurantes em média 20% mais baratos que São Paulo, então em comparação com seus pares o Le Vin fica um pouco caro pelo o que oferece.

Le Vin
Rua Br Torre, 490
Rio de Janeiro - RJ, 22411-002
Tel - 21 3502-1002

2**
$$$

Monday, November 24, 2008

Tèréze - Um ambiente delicioso, mas quase só isso.

Como tinha falado em um dos últimos post eu queria conhecer o novo restaurante do super hotel em Santa Teresa, que se chama Tèréze, a Luciana Fróes havia falado muito bem e tendo a gostar das opiniões dela. Acho que dessa vez vamos discordar. O restaurante estava em soft opening, com isso, acho que não vou nem comentar o serviço sofrido que tivemos, pois está implícito nesse tipo de situação. Desejo a eles o treinamento mais eficiente do mundo antes da abertura, pois estão longe de ser razoáveis.

O hotel é de fato muito charmoso, em um casarão de Santa Teresa antigo, com uma decoração incrível. O restaurante que fica meio que na parte de baixo, tem entrada pelo outro lado da ladeira, talbém tem uma decoração incrível. Os móveis são de madeira pesada e com linhas simples, os tons naturais completam a vista linda do verde e no fundo da Baia de Guanabara.

Ao chegarmos fomos recebidos de forma muito educada pelo staff, e já fiquei animado. De entrada pedimos uma Terrine com um chutney de lentilha e um tipo de pastel malaio de pato, estavam muito saborosos, mas era porções individuais e acabamos que ficamos com um pouco de fome. Sem dúvidas os destaques estavam nas entradas. A cesta de pães vem com um creme de alho leve, e cremoso. A terrine estava muito saborosa e bem harmonizada com o doce do chutney.

O meu prato era uma cavaquinha grelhada com um gnocchi de aboborá, com uma glasê de mel e tomilho. Em princípio muito bom, mas não só o gnocchi estava ressecado e sem a leveza que eu gosto, como o chef deve ter se empolgado com seu glasê, o prato ficou excessivamente doce, uma vez que abóbora também é adocicada. Os prato do resto da minha mesa (provamos quase todos os pratos do menu) estavam apenas bons, sem nenhum destaque em especial.

De sobremesa ficamos com bolinhos franceses, com salada de goiaba, menta e Cachaça Magnífica e sorvete de queijo minas. Mais uma vez a descrição melhor que o prato, o gosto de cachaça estava muito forte, deixava lugar para mais nenhum gosto basicamente, além disso, o bolinho francês mais parecia o bolo Ana Maria que minha irmã, sem paladar, adora.

Para completar a conta foi alta, muito mais alta do que a comida indicaria como razoável. Mas o ambiente era de fato agradabilíssimo. Dado que as entradas eram boas e os drinks também, acho que vou voltar para o bar, que fica do outro lado do restaurante em um ambiente que lembra uma senzala, chamado do Bar dos Descasados.

Tèréze
R. Almirante Alexandrino, 660,
Santa Teresa - Rio de Janeiro
Tels.: 21 2222-  2755

2**
$$$$

Monday, November 17, 2008

Stravaganze - Minha pizza favorita, no Rio de Janeiro

Pizza é quase uma religião para os paulistas, acho que os cariocas sempre levaram menos a sério essa brincadeira, mas nos últimos anos isso vem mudando, inclusive com a entrada da Braz aqui no Rio, deixou a competição acirrada. A minha favorita não é nem a paulista, nem a famosa – talvez por razões não gastronômicas – Capriciosa. Para mim a Stravaganze é a melhor pizzaria do Rio, pronto falei! Originalmente em Botafogo, a pizzaria abriu uma simpática filial há alguns anos atrás em Ipanema, que tem uma decoração simpática, com muita madeira e uma mesa comunitária como Center piece do segundo andar.

Pedimos de entrada um cornicione, uma espécie de pizza com uma massa mais fina que a torna crocante e com sabores mais simples, como sal grosso e alecrim (quase uma pizza branca) ou a nossa escolha cebolas roxas caramelizadas e pecorrino. Os sabores combinavam perfeitamente com o azedo do queijo, balanceando a doçura quase que sutil da cebolas, a massa por ser mais fina, é mais crocante que uma pizza normal, mas ainda não ser um biscoito.

Para nossa pizza, a minha favorita, a Cipolla, sei que isso a torna quase uma não pizza, meus amigos italianos me disseram que um lugar com mais de 5 sabores de pizza, não é verdadeiramente italiano, mas tenho que admitir que eu adoro. Esta vem com uma camada de cebolas crocantes, levemente empanadas, por cima de uma pizza simples de mussarela, as cebolas tem uma crocância suave e combina bem com a textura úmida da pizza.  

As sobremesas são boas, mas o forte mesmo da casa são as pizzas, mas a série de opções com goiabada é de fato boa. O preço é incrivelmente justo, gastamos 30 reais por pessoa, nem me lembrava a última vez que tinha ido a um restaurante transado na zona sul e gastado isso, obviamente nós não bebemos alcoólicos. Insisto que não é a melhor pizza que conheço, mas é a que eu mais gosto no Rio.

Stravaganze
Rua Maria Quitéria, 132 - Ipanema
Rio de Janeiro
Tel – 21- 2523-239  

2**
$

Aprazível - Mágica em Santa Teresa

Eu acho que pode ser o fim de Santa Teresa o fato que estou achando que tem várias coisas boas e legais por lá. Sei que não sou o público padrão de lá, mas sempre tive um carinho especial pelo bairro, que é bucólico e deliciosamente antiquado. O Aprazível, o qual eu já tinha ido algumas outras vezes, é o símbolo de um charme que já existe há muito tempo. O bairro também recebeu nesse último mês um hotel de alto nível, com um restaurante chamado Tèréze, que a Luciana Fróes falou na semana passada e já está na minha lista. Mas voltemos ao que importa.

O Aprazível fica na Rua Aprazível, que é quase que escondida, o que torna a aventura ainda mais divertida. O restaurante fica em uma casa antiga, em uma pirambeira, como diríamos na Bahia. O acesso é complicado por uma escadinha que tenho certeza nenhum arquiteto desenharia, mas quando vc chega lá em baixo vc já nota que todo o esforço vai valer a pena. A decoração é rústica, com muita madeira e um design que privilegia a beleza da madeira mais que o conforto. Nós sentamos na varanda perto da bar, as mesas dos gazebos e da balaustrada são disputadas, mas as outras não são tão ruins assim.

Para começar pedimos drinks, a minha caipiroska de tangerina estava impecável, refrescante e leve como um sábado de sol pede. O mojito que o resto da mesa pediu também foi muito elogiado. Para entrada pedimos uma porção de pasteis de lingüiça rústica e queijo, com chutney de tomates, estava sequinho, saboroso e surpreendentemente leve. Além disso, pedimos um escondidinho de carne seca e purê de barôa que estava sensacional, a profundidade e suavidade da batata são a combinação perfeita da textura e sal da carne seca, acho que o aipim perdeu o posto para mim, de acompanhamento ideal.

Para os pratos a mesa pediu pratos diferentes, todos estama bons, mas não a altura do ambiente, entradas e drinks. O meu prato foi uma galinhada, com feijão de corda e banana da terra, estava saboroso, mas talvez um pouco caseiro de mais. O peixe da costa do maranhão com molho de laranha e arroz de coco estava muito bem executado, e a lasanha de cogumelos parecia especialmente saborosa.

O serviço foi especialmente desatencioso, exigindo que chamássemos atenção deles quase que toda a refeição. A experiência foi super agradável apesar do serviço, não sei se foram as companhias, o sábado de sol, a caipiroska, o ambiente, mas sai de lá tão satisfeito que tenho que ser justo e dar as estrelas que me vêem a cabeça. Pensando bem, pode ter sido o sol, eu fui para praia mais cedo, evento raro para esse baiano no Rio de Janeiro.

Aprazível
R. Aprazível, 62
Santa Teresa – Rio de Janeiro
Tel 21-2508-9174

3***
$$$$

ps: Aparentemente o Aprazível está passado por uma reforma, que pode ter comprometido a qualidade dessa refeição. 

ps: O trabalho está intenso, desculpa aos 3 leitores pela falta de post.