Thursday, October 22, 2009

Ulus 29 - Uma bela vista, com um bom restaurante

Istanbul é uma cidade feia, pronto falei! Mas uma cidade que dentro da sua feiúra, de prédios velhos e transito caótico, tem mesquitas incrivelmente bonitas e iluminadas a noite. Além disso, o rio que cruza a cidade cria uma sensação de amplitude muito bacana. Mas o mais importante, a cidade sabe tirar o melhor de si, aproveita as suas vistas, iluminas as suas pontes e mesquitas e transforma a ilha do governador do oriente médio (em honra de Sarkozy) uma cidade encantadora.

A comida turca é muito gostosa, mas o melhor restaurante que fomos lá é um de comida contemporânea, Ulus 29. Fica em um bairro quase que residencial que seu taxista turco irá te cobrar 5 vezes mais que ele cobraria de um local. Ao chegar ao local vc se depara com um salão over decorated, com um toque kitch. No entanto, isso é até vc ver a belíssima vista que temos do Rio Bósoforo e toda a cidade iluminada abaixo. A vista é realmente de tirar o fôlego, imagino que se o Vidigal não tivesse lá, o Rio poderia ter um restaurante como essa, só que com uma vista ainda mais bonita.

Para entrada eu optei por vieiras seladas com foir gras e uma leve mousse de wassabi. A combinação da viera com o foi gras é uma delicia, as texturas se contrastam e a profundidade do foie gras, com o sabor limpo da viera são imbatíveis para completar uma nota de wasabi. A execução estava boa, mas deixou a desejar. Para prato principal eu pedi o camarão pistola com molho apimentado de cebolinha e pimentões com torradas de Aioli, o camarão estava no ponto, e o molho era profundo e apimentado no ponto certo, mas até agora eu me pergunto o que aquela torrada estava fazendo ali.

O serviço foi amigável, apesar do pouco conhecimento do inglês para um restaurante desse nível. Além disso, a carta de vinho era cara, mas essa parece ser uma característica de toda a Turquia. No final as contas a comida é boa, mas a vista e ambiente são espetaculares.

Ulus 29
1 Kireçhane Sokak, Adnan Saygun Caddesi, Ulus Parkı
Ulus
Istanbul
Turquia
Tel: 90 212 265 6181

3***
$$$$

Monday, September 21, 2009

Ping Pong - gostinho de China cool chega em São Paulo

Quando estava de malas prontas para a China só pensava em o que iria comer, havia ouvido de várias pessoas que a comida era horrível e que não gostaria. No entanto, me lembrava com boas recordações de várias refeições em restaurantes chineses espalhados pelo mundo. Em Londres eu aprendi a delícia que pode ser uma refeição inteira de Dim Sums, que se aproxima de um guioza esteticamente, mas é completamente diferente na prática. Existe uma série de tipos, inclusive o rolinho primavera é um desses.

Em Londres eu fui iniciado ao hábito e acabei conhecendo a rede de restaurantes especializados nessa delícias, a Ping Pong. Qual não foi a minha surpresa ao descobrir que logo ali no Itaim, em frente a Cebicheria La Mar (assunto para outro post), havia aberto uma filial da mesma cadeia. O local me remeteu a Londres, com uma decoração super bonita e igualzinha a das filiais britânicas, mesas redondas comunitárias com bancos baixos, ou mesas de bar com badeiras mais altas, tudo preto, com uma parede de plantas – a versão pobrinha do Káa – no final do salão.

O cardápio está com os nomes ainda em inglês, mas com as explicações em português, divido em categorias entre os fritos, feitos no vapor, puffs (pão chinês recheado feito no vapor) e outras especialidades, bem didático para o público não acostumado. Cada pedido ver com 3 dim dums, então em uma mesa grande o ideal é pedir uma série de coisas para que se possa experimentar todos os sabores.

Pedimos algumas coisas, um delicioso rolinho harumaki de pato, com molho agridoce, que estava super crocante, com pouca gordura e com o gosto do pato marcante. Um ultra crocante de camarão, com macarrão frito por fora, dando uma aparência de ouriço. Pedimos um puff de vegetais, que achei um pouco massudo de mais, em comparação com os que já tinha experimentado, mas os vegetais que estava dentro eram deliciosos, talvez um pouco mais de recheio para balancear resolvesse parte do problema. Os dim sums no vapor que são os mais difíceis de executar foram os que mais deixaram a desejar. Normalmente é uma massa super delicada com uma explosão de sucos na primeira mordida, e por isso são pequenos e delicados. Os de lá eram tinham a massa um pouco grossa de mais, e sem os sucos que tornam a experiência tão mágica, o sabor estava bom, com um tempero leve.

Para sobremesa pedimos uma mousse de pistache, que estava bastante honesta. O serviço foi esforçado e simpático que é tudo que se pode pedir de um soft opening. Eu voltarei por vários motivos, mas principalmente a saudade de uma refeição só de Dim Sums.

Ping Pong
Rua Lopes Neto, 15, São Paulo
Tel. (11) 3078-5808

3***
$$$

Friday, September 18, 2009

L´Entrecôte - Paraíso dos indecisos, mas quase só deles!

Em São Paulo há um mês a traz houve um burburinho em torno da abertura do L´ Entrecôte, novo restaurante do Olivier Anquier, um ex chef televisivo, o barulho era menos pela sua fama, que pelo estilo do restaurante. Se você for uma pessoa indecisa este é o restaurante certo, só há uma opção, um entrecôte (contra filé?) com o molho da Tia dele e batatas fritas, apenas isso.

Para entrada uma salada verde com um delicioso molho vinagrete típico francês com um toque distante de mostarda, com amêndoas picadas por cima. Sem dúvidas de uma simplicidade ímpar, mas muito bem executado, o molho estava uma delícia e dava vontade de passar o pão para aproveitar o restinho.

O prato principal veio no ponto que eu havia pedido e a minha carne estava macia, já ouvi relatos menos elogiosos sobre a carne, o molho era realmente saboroso. Mais uma vez a mostarda aparecia, mas havia ali sucos da carne que complementavam com profundidade, encorpando sem maisena, simples e gostoso. A batata frita é sequinha e gostosa, esta é supostamente servida ao longo da refeição. Acredito que como estava no horário de pico houve alguma falha, pois faltou batata frita na minha mesa, em um restaurante que se propõe a ter uma proposta tão simples, não há espaço para erros.

A decoração do local é muito simpática, típica de bistrôs no Brasil, cadeiras levemente desconfortáveis de madeira, nesse caso vermelha, ladrilhos nas paredes e toalhas brancas. O salão é lotado de garçons mas infelizmente isso me faz lembrar que não estamos na França, onde há 5 vezes menos garçons e 10 vezes mais eficiência. Como experiência até que vale, até porque não é nada caro, mas infelizmente, está longe de ser um delírio gastronômico.

L´Entrecôte de Ma Tante
Rua Doutor Mário Ferraz, 17
São Paulo
Tel - 11 3034-5324

2**
$$

Thursday, September 17, 2009

Piantella - Um clássico que tem seu valor

Tem certos restaurantes que são clássicos, que se vc perguntar aos avôs mais tradicionais das cidades eles vão recomendar sem hesitação. No Rio de Janeiro, acho que esse título vai para o Antiquarius ou que sabe D´Amici. Já em Belo Horizonte , o Veccio Sogno cumpre esse papel. Em Brasília, esse título vai para o Piantella, antro dos políticos da capital, este restaurante é cercado de lendas e rumores sobre o que já foi decidido sobre o nosso futuro ali. Sem dúvidas o ambiente não é nada especial, mas é a aura que traz as pessoas.

O restaurante se propõe a ser um clássico italiano, com um cardápio amplo de opções de massa. O serviço é bastante cordial, mas imagino que com a casa cheia de poderosos, a qualidade para os mortais possa cair, dada a falta de atenção em alguns momentos mesmo com o restaurante vazio. O courvet que nos foi servido era simples, com um pão baguete um pouco duro de mais, para um restaurante desse nível. Nos foi oferecido ainda uma muzzarela de búfala (?) no azeite, que estava dura de mais, talvez até dormida.

Para prato principal eu pedi um linguado com molho cítrico,e legumes cozidos em tirinhas. O peixe estava no ponto certo, molhado como devia ser, o molho era leve e tinha umas tirinhas da casca de frutas cítricas que acrescentam uma acidez leve a sutileza do sabor do peixe. Os legumes cortados em pequenas tiras, puxados no azeite estavam al dente. O prato era bastante sutil, vindo de um restaurante estilo avô, acabei surpreendido.

Não ousamos nas sobremesas, um dos defeitos de almoços corporativos, mas o café estava bem tirado com biscoitinhos delicados.

Piantella
Cls 202 Bl A s/n lj 34
Brasília - DF, 70232-515
Tel - 61 3224-9408

Brasília – DF

3***
$$$$

Monday, September 14, 2009

Zuu – Uma explosão de sabores, nem sempre é bom.

Atualmente quando ouço a descrição de um restaurante como contemporâneo, já fico um pouco ressabiado. Talvez eu esteja descobrindo o valor escondido nos clássico e na simplicidade, mas acho que na verdade os Chefs estão abusando deste conceito e extrapolando além da conta. Inicialmente essa cozinha era marcada por combinações de sabores inesperadas e mistura de influências, mas todo cuidado é pouco para não virar uma panacéia de ingredientes no prato.

Esta semana, estava de passagem pela nossa capital, que tem como referência gastronômica o Universal, da chef Mara Alcamin. Portanto, nada mais natural do que experimentar o seu restaurante mais refinado, o Zuu. A decoração é muito bonita, com um pé direito altíssimo e muito preto, que contrastava com as belas janelas de madeira veneziana, que abriam usando-se cordas rústicas que davam um toque mais natural a decoração padrão de um restaurante contemporâneo.

Logo que chegamos recebemos o courvet que tinha bolinhos de arroz com açafrão, fritos, que estavam um pouco frios de mais e com menos crocância que eu gostaria. Uma charmosa panelinhas de cobre com azeite, onde podíamos molhar uma foccacia, e uma mousse de queijo “brie” com uma geléia de damasco, que estava saborosa. O cardápio me parecia promissor, poucas opções, do tipo que vc fala ao garçom: “o Atum”; e ele entende o prato.

Ao iniciar a leitura me deparei com exatamente o que temia, uma explosão de ingredientes em cada prato. Acabei optando por uma combinação que já conhecia a muito tempo do Zuka, atum em crosta de gergelim e wassabi. No prato original, tínhamos um atum levemente selado e um purê de batatas com um toque do wassabi. Na versão que experimentei lá tínhamos um pedaço enorme de atum, que passou do ponto, deixando as bordas ressecadas, uma “mousseline” de barôa – que era um purê, devido a falta de leveza -, cogumelos refogados, uma combuca de mousse de wassabi e pimenta rosa. Até agora não sei o que os pobres dos cogumelos estavam fazendo ali, pois não adicionavam nada ao prato e sumiam diante do exagero de influências. Além do peixe, estar ressecado por fora, acredito que a montagem do prato com a mousse de wassabi complicava ainda mais a apreciação dos sabores, era simplesmente difícil entender como combinávamos os sabores em uma só garfada. Para completar também não entendi o que a pimenta rosa estava fazendo na mousse, uma vez que o seu sabor aromático muitas vezes apagava a sutileza do wassabi da mousse.

Decidimos por pular a sobremesa, e partimos para o café, que veio com gostosos biscoitinhos, pedacinhos de mini tortas e chocolates que estava gostoso. A carta de vinhos me pareceu muito mais cara do que deveria ser, mas com boas opções. Além disso, o serviço foi muito atencioso e rápido, um dos highligths do restaurante. O custo benefício não é exatamente espetacular, mas acho que eu gostaria de voltar lá, para experimentar mais alguma prato, porque tenho esperança que nem tudo seja uma “explosão de sabores”.

Zuu a.Z. d.Z.
Asa Sul, Quadra 210, Bloco C, Loja 38
Brasília – DF
Tel – 61 - 3244-1039

2**
$$$

Friday, September 11, 2009

Top 5 – Comidas que comi enquanto o blog estava morto.

1 – Hamburger do L`Atelier Joel Robuchon (HK e NYC)
2 – O peixe do Milos em Atenas, só com suco de limão.
3 – O pato laqueado do Made in China em Beijing
4 – A lasanha do Tappo Tratoria em São Paulo
5 – Os petiscos novos do Aconchego Carioca, no Rio de Janeiro.

Thursday, September 10, 2009

Capão - Uma viagem em todos os sentidos.

Viajar a Bahia é sempre uma viagem gastronômica. Dessa vez lá fui eu redescobrir a Chapada Diamantina. No meio do nada, literalmente, há uma vila, não mais do que isso, conhecida como Capão. Por algum motivo que me foge, meu avô recém aposentado resolveu construir uma casa nessa vila, que é dominada por hippies que envelheceram, mas ainda buscam os mesmos ideais. Que depois desse final de semana, se resumem para mim como paz de espírito e poucas obrigações.

A estrada de barro que leva 40 minutos a partir de Palmeiras, que por sua vez está à uma hora do aeroporto mais próximo, já deixa claro que o local é só para quem quer muito chegar, e que o progresso ainda está longe de querer, ou, nesse caso, de ser desejado por lá. O local tem um visual incrível e modéstia parte, o novo projeto do aposentado é uma casa com uma vista deslumbrante para um vale, que é rodeado por chapadas em ambos os lados, dando a sensação de estarmos navegando em um grande fjord de mar verde.

Ao retornar a uma típica casa de campo da Bahia sou lembrado das delícias da culinária típica. Como uma deliciosa carne seca, ensopada, com abóbora. O sal da carne é balanceado pela doçura da abóbora, completando isso com uma leve farofa douradinha e crocante, temos um clássico dos clássicos da Bahia, sabor de infância para todos os lados.

O ensopado de carneiro também traz uma carne macia que se desmancha no toque do garfo, mais uma vez com a onipresente farofa, enxuga o excesso de molho, que tem um gosto profundo, que segundo os especialistas de lá vem de “rechear a carne”. Também podíamos falar do requeijão, um queijo rústico e excepcionalmente gorduroso, que quando frito transforma o queijo na melhor maneira para encurtar sua trajetória para um enfarte.

A vila, ao contrário do que se pode imaginar, não tem restaurantes charmosos, com bossa de hippie. A vila é simplesmente hippie, mas tem uma interessante pizza de massa integral com cenoura em tirinhas, que quando coberta com um delicioso mel com pimenta, pode ser caracterizado como uma boa experiência gastronômica. O restaurante Canto das Fadas é provavelmente a melhor pedida se quiser charme e comida. Come-se boas massas e pratos italianos, principalmente quando comparamos com a competição local.

Como disse, as experiências são muitas, como o delicioso mel com pimenta – tudo orgânico claro – ou os morangos mais doces que já comi na minha vida, que não levaram nem uma gosta de agrotóxico. Mas nada se compara ao desespero alimentar na volta de uma viagem de 9 horas, que só pode ser saciado com comida de posto. Comi provavelmente a receita mais maligna para pessoas com problemas de coração e tensão alta – meu avô nesse caso – uma farofa de carne seca que estava gordurosa e mais salgada que minha boca podia agüentar, servida em um charmoso compartimento de quentinhas de papel alumínio. Nem sempre, uma experiência é uma de luxo e glamour.

No final das contas, o Capão é um lugar com muito potencial para gerar boas opções de comida orgânica com sabores diferentes, mas ainda está longe de ter uma cena gastronômica de balneário de inverno. No entanto, quando vc tem a sua casa e seus sabores de infância para revisitar, não é que vale a pena? Só precisamos de vôos para voltar!

Saturday, August 29, 2009

Roberta Sudbrac - A versão culinária dos violinos de Elenor Rigby dos Beatles

Nesses últimos meses distantes do blog eu voltei várias vezes a Roberta Sudbrack, que na minha modesta opinião, é o melhor do Rio de Janeiro. Não porque se come comida de qualidade, porque existem outras opções assim no Rio de Janeiro, mas poucas inovam com tanta freqüências e executam com tamanho primor, consistentemente, como a Roberta e sua equipe fazem. Além disso, o serviço é agradável e o ambiente super charmoso, a decoração da casinha laranja é simples, alinhada com o estilo da comida, lá a beleza da cozinha está na simplicidade dos sabores, misturados de forma magistral.

Havia algumas semanas e algumas trocas de tweets que eu só pensava em experimentar o tal dos managritos, a chef que é uma pessoa apaixonada, parecia ter achado uma nova paixão e a curiosidade me dominou. Vamos ao jantar completo. Um jantar lá começa sempre com um delicioso pão quentinho e manteiga simples e salgadinha, depois vamos aos gourgeres, versão francesa do pão de queijo que é aerado e cremoso com o sabor inconfundível do queijo, de forma mais delicada.

Para começar eu optei pelo tartare de abóbora, poderia ter repetido a maravilhosa broinha de milho com foie gras, mas aí está a graça de jantar lá, o tartare de abóbora que pode parecer menos nobre se sobressai em uma linda cumbuca preta, com pequenos quadrados, muito pequenos, que dão a abóbora uma textura durinhas, mas mastigável, com um leve molho com notas acidas, que contrastavam com a doçura natural da abóbora. Eventualmente vc comia uma semente torrada, que era sequinha e macia. Não tinha nada de mais, mas existia algo de poético em como os sabores e texturas se opunham.

Depois disso fomos impressionados por um lindo e suculento aspargos brancos, que tem uma textura um pouco diferente do normal, menos fibroso, mais macio, uma com uma calda de amendoim e um pouco de amendoim picado. O amendoim tem ma profundidade que normalmente dura na sua boca, mas com o aspargos isso era relativizado, criando mais uma delicia.

Passamos para um enrolado de lagostin, em uma lamina de chuchu com um caldo de lete de amendoim. Aqui de novo a “pegajosidade” do amendoim é o elemento que contrasta com o sabor afiado de um fruto de mar fresco, que por sua vez também está suavizado pelo chuchu, que envolve. Esse prato é um daqueles exepcionalmente simples, mas muito bom.

Chegou a hora das estrelas da noite, o raviole de mangaritos em 3 texturas, o badalado e sazonal ingrediente é um tubérculo pequeno com uma casca preta, que quando assada exala um cheiro de chocolate e café – não sou muito de sentir essas coisas em vinhos por exemplo, mas nesse caso é claro. O prato é um raviole de purê de mangaritos, pedacihos da casca torrada, e pequenas fatias dos mangaritos assadas salpicadas por cima. O sabor do mangarito é algo especial, tem as caracteristicas das grandes iguarias do mundo, no sabor uma riqueza de gordura própria que faz este durar na sua boca tempos depois de vc ter comido. O raviole sem molho apenas a manteiga que os mangaritos produzem estava divino, a combinação das texturas da casca, dele assado e do purê se balanceavam. Mas o impressionante é a capacidade de prencher sua boca de forma completa que o purê tem, como se vc estivesse entrando em uma jacuzzi em uma estação de esqui. Quando vc combinava isso com a casca, o sabor extremamente térreo desta trazia um contraste ao véu aveludado que era formado na sua boca. Tive o prazer de comer um segundo prato, graças a delicadeza da chef diante do meu encantamento, adoro esses mimos. A noite estava ganha, correto?

Ah não, isso é o melhor restaurante do Rio, não basta uma surpresa na noite ainda havia o prato principal uma barriga de porco com as batatas fritas de lá. A pele era sequinha, me lembrou muito o pato laqueado chinês, era crocante e quando vc cortava encontrava uma carne macia e profunda, com um sabor terno. Este foi um dos melhores porcos que eu já comi na minha vida. Imagino que a expressão orgamos múltiplos podia ser usada nesses último jantar, porque nada pode ser tão prazeroso assim. Eu estava absolutamente inebriado de tantos sabores e descobertas.

Ainda fomos presentados com um sorvete de banana manchadinha que era algo de transcendental, estava diante de mim o sabor do doce de banana mais caseiro que já comi, no entanto, sem o excesso de açúcar que os acompanha, apenas a doçura natural. O sorvete adquire uma textura mais densa, mas ainda há ali o frescor de um belíssimo sorvete de fruta. Quem disse que só de comida salgada se vive?

A sobremesa era uma creme de chocolate amargo, com uma pele de leite e pedacinhos de chocolate. Meu pai, que me acompanhou, e que é chocolatra em alto teor, gemeu! Ao final ele falou: “Tenho uma teoria política: O FHC se candidatou a reelicao por causa da chef”. O programa não é barato, that is for sure, mas para quem gosta de comida no Rio de Janeiro não há nada igual! Um jantar lá é como os violinos em Elenor Rigby dos Beatles, simplesmente emocionante.

Roberta Sudbrack

Av. Lineu de Paula Machado, 916

Jardim Botânico – Rio de Janeiro

Tel : 21- 3874-0139

4****

$$$$

Friday, August 28, 2009

Uma tentativa de volta!

Este blog estava morto, na verdade em coma profundo! Não é para dizer que eu não tive experiências gastronômicas maravilhosas. Eu fui no meu primeiro L´Atelier de Robouchon e comi o melhor hambúrguer da minha vida, ao ponto que levei um grupo de non foodies em HK para a minha segunda dose daquele tesouro. Mas esta ainda não tinha sido experiência suficiente para me inspirar novamente.

Na verdade também me faltou tempo. Depois de 10 dias na China – quem ainda agüenta me ouvir falar de China – eu poderia ter contado todas as novas descobertas gastronomias que eu fiz, como mil e uma maneiras de comer porco e legumes crocantes feitos na wok, ou finalmente a maravilha que são as frutas chinesa na sua pureza, sabor e simplicidade. Melhor ainda contar o desabor que foi comer o sea cucumber, provavelmente uma das piores coisas que eu já comi na minha vida, quem sabe um dia eu ainda escrevo sobre isso.

Eu poderia ter delirado pelo achado que o almoço do Jean George, que por míseros US$ 50, vc come como um rei e é tratado como um sheik. A sutileza dos sabores era encantadora, este se tornou o meu programa must do in NYC, porque é imbatível.

Eu poderia ter aclamado o fresco do peixe do Milos em Atenhas que era servido com limão apenas e sinceramente não precisava de mais nada. Poderia falar também da vista e comida do restaurante 216 em Oia, Santorini que me tirou o fôlego por alguns minutos. Mas se quisesse falar de comida grega ia ficar para a próxima década o post de ressurgimento.

Se dependesse então da comida guatemaca que tem feijões refritos no café da manhã, tacos no almoço, e croquetes no jantar eu teria ficado mais de uma década sem falar sobre comida. Obviamente é possível achar um restaurante típico bacana com sabores diferentes, mas a comida de lá estava longe de fazer suspirar.

Eu provavelmente deveria ter falado sobre o meu novo vício em SP, que é o tiramissu do Tappo Tratoria, que tem um balanceamento de sabores e texturas como eu nem sabia que tiramissu podia ter. Mas tudo de lá é bom, eu poderia passar alguns post – espero que o blog volte e que esses post venham – falando sobre a comida do Benny Novak do ICI e do Tappo.

Finalmente aqui na cidade maravilhosa poderia enaltecer as maravilhas que é ter um yoggoberry na sua quadra e quanto isso vai aumentar o seu consumo, poderia também passar muito tempo explicando porque vale a pena esperar aquela interminável fila do Venga, que parece não ter sentido, mas quando vc come o polvo com batatas vc entende porque.

Mas nada disso conseguiu me trazer de volta para cá, até que um dia, neste maldito vício maior, o twitter eu ouvi falar de mangaritos. A Chef Roberta Sudbrack estava pirando com eles, o Zubim Metha pediu para repetir a Cora Ronai escreveu uma crônica, eu tinha tido um dia glorioso, achei uma Cia e parti para lá..... o que eu achei, vcs já sabem..... sensacional.

Mas isso é assunto para um outro post!

Wednesday, April 29, 2009

Alfaia - In é ser simples!

Segundo a Alexandra Forbes, uma das blogueiras mais cools que conheço, está “in” coisas menos extravagantes, principalmente as com altíssimo custo benefício. Tempos de crise não são nada fáceis para os perdulários. Juntei isso a dica de um amigo, que sempre respeito, que é obviamente a definição de understatement – há algo mais cool que isso? Descobri um dos melhores restaurantes portugueses: ali no meio de Copacabana.

O Alfaia é um desses clássicos cariocas, onde a decoração é cafona e conta com prateleiras de madeira e vinhos no roda teto. Os garçons são velhos conhecidos dos freqüentadores habitues e usam um terno branco alvo, com uma gravata preta! Há algo mais Rio de Janeiro anos 60 que isso? Os pratos são servidos em baixela de inox e as mesas são forradas com uma toalha branca, meio desgastada por cima de uma colorida.

Para começar pedimos um bolinho de bacalhau, que chegou quentinho e dourado, por dentro muito bacalhau uma textura perfeita. Para comer dentre as muitas opções ficamos com o bacalhau ao murro. Duas lindas postas de bacalhau, levemente douradas, só com aquela crocância por fora. Para acompanhar: batatas ao murro que estava macias e levente puxadas no azeite, pimentões e cebolas grelhados, ambos com poucas áreas queimadinhas só para contrastar os sabores. A cebola era macia e docinha um verdadeiro sonho. Havia um molho de alho e azeite quente, mas não foi o meu favorito, a simplicidade do prato não pedia mais nada a não ser um fio de azeite.

Levamos os nosso vinhos que foram servidos com simpatia pelos garçons. Esses eram muito atenciosos e ágeis, coisa pouco comum aqui no Rio. A dose foi tão boa, que repeti na semana seguinte, pedi o mesmo prato, para ver se era verdade. Ainda bem que sim! Até porque em tempos de crise....

Alfaia
Rua Inhangá ,30 - loja B
Copacabana – Rio de Janeiro
Tel – 21 -2236-1222

3***
$$

Monday, April 13, 2009

Top 5 coisas que me arrependo de não ter aprendido a gostar antes.

  1. Pêra – Hoje em dia é uma de minhas frutas favoritas, e só dei uma chance a mais ou menos 1 anos atrás.
  2. Carneiro – Não comia quando criança, mas aprendi a gostar quando bem preparado.
  3. Mexilhões – Morria de nojo da textura, hoje em dia, mulles é um de meus pratos favoritos.
  4. Salada, em geral – Passei anos sem gostar de salada, hoje em dia em um dia de calor só penso em comer isso, talvez a mais marcante transformação.
  5. Cerveja – Mesmo morando na Inglaterra eu não bebia cerveja, deixei de beber guiness em Dublin. Hoje em dia adoro, sem contar quantos programas eu perdi, porque não bebia cerveja! 
E vcs? Se arrependem de ter sido frescos e não terem aproveitado algo?

Thursday, April 09, 2009

Le Compotoir du Relais - When the inovation is actually the classic!

The beggining fo all this trend in Bistronomique basically started with Yves Canderborde, when he left Le Relégade, and decided to serve simples, classic, good food for affordable prices and his very charming Le Compotoir de Relais. This little bistro is located in the always charming Saint Germain area, close to the Odeon. The restaurant is a small “aquarium” style with a few tables outside where you can do one of the Parisians favorite sports: People watching. We set outside and it was a tad cold, no worries, they provided us with some blankets to our legs!

The service is quite Parisian, slightly rude but very efficient! The menu was vast and full of classic and a bit edgy choices. I was craving for a real patê de campgane, since I had arrived in Paris and could not resist when I saw that beautiful white porcelain squared bowl full of this Patê. It was a great choice, it was heavy and very deep tasting, with the forestry taste, with a great Italian bread toast! I could not eat it all, cause it was huge, but is great start for a large group to a taste of country France.

For main I had the belly pig, imagine a VERY thick bacon, I know it sounds disgusting, cause of all the fat part, but I promise it is not! The meat part was incredibly tender and moist, with a rich flavor; the fat part was almost creamy and was a interesting mix of textures with the more consistent part. It was lying in a bet of this velvety mashed potatoes, and covered with this tangy sauce, with a heavy dosage of butter! As French as it gets!

Also in the table it was order this galette (a young chicken, sorry!) , that was cooked very simples, baked, and served with potatoes. Nevertheless it had a wonderful light mustard taste a very crispy skin and was so moist that I wondered how that was possible. This is as classic as it gets, but sometimes is that you want from Paris?

Le Compotoir du Relais
Carrefour de l´Ódeon, 5
Paris (m: Ódeon)
Tel: 01 44 27 07 97

3***
$$$

Tuesday, April 07, 2009

Le Timbre – If only that was the average waiter!

As u may had noticed I had been in Paris eating in this nice little bistros that don´t charge u a fortune for wonderful food. If I had to pick the restaurant that best represents this, from my trip, it is Le Timbre. This tine little 24 people restaurant is not located in any of the fancy areas of Paris, it is hidden in a hard to get street, with just a big window that u can see the entire restaurant from outside. Two rows of table, half seat on the couch the other half on little wood chairs, to get to the sofa u must pull your table, actually the waiter will do that.

The service was incredibly nice for Paris, maybe because the waiter was from Manchester and not Parisian, but what stroke me as remarkable was not how nice he was, but the fact that he was the SINGLE person in the restaurant. After a few moments I realized he was the Chef, waiter and host! Absolutely incredible, considering the quality of the food and the service.

We took the full menu, I started with escargot and lentils, with a herb olive oil. The textures were wonderful, the slightly floury part of the lentils with the firm, escargot. The iron flavor of the lentils with the delicate escargots. As my second I opted for the classic, confit de carnard with mashed potatoes, the duck was perfect extremely crispy on the outside and moist in the inside, with the fatty after taste that completes so well the deepness of the duck flavor. The mashed potatoes were rustic and with a touch or garlic were wonderfull complement to the duck.

The deserts were also great. I had a Mil Foglie, a thousand layers  with a vanilla cream that was 3 layers of a wonderfully crispy biscuit with a very delicate cream, nice textures. Also we had a pear cooked in brandy with some honey, the tastes balanced very well. The food was remarkably well executed for a single person restaurant, nothing fancy but very tasty. In the end the check was affordable even cheaper then average touristy places in Paris.

Le Timbre
Rue de Sainte Beuve, 3
Paris 75006
Tel 0145491040

3***
$$$

Monday, April 06, 2009

Aconchego Carioca - Comida de verdade em boteco de respeito

Descobrir boa comida baiana fora da Bahia é um desafio que me persegue como baiano. O Rio de Janeiro é cheio de bons restaurantes e botecos com boa comida, mas neste final de semana eu conheci o Aconchego Carioca, que já vem sendo super badalado aqui pelo Rio, mereceu até visita de Pierre Troigois em sua última visita. O carro chefe de lá é o famoso bolinho de feijoada, uma invenção da chef Katita que é dos deuses, com um recheio de couve quase crocante, e um gosto de feijoada profundo e saboroso.

Também comemos o bolinho de aipim com molho de bobó, em minha opinião, o melhor da casa, dourados por com uma massa bem leve e macia. Com uma provinha do delicioso bobó para ser jogado por cima como molho. O engraçado é que isso não deixa de ser uma releitura de um clássico, ela brinca com a textura natural de um bobó que tem o creme de aipim muito cremoso, quando aqui ele é mais massudo.

Para o prato principal pedimos um Bobó de verdade que veio acompanhado de uma deliciosa farofa de dendê, como só tinha comido na Bahia, bem amarela e crocante. O bobó era aveludado, com a dose certa de dendê para os paladares cariocas. Os camarões graúdos e carnudos cozidos no ponto certo eram a estrela, embebidos no molho leve e cremoso do bobó. Sem dúvida um dos melhores que já comi na minha vida. Além disso, pedimos um escondidinho de carne seca, que vem gratinado com queijo derretido por cima, mas o purê de aipim que normalmente cobre esse prato é mais leve com uma textura mais para um suflê. A carne seca vem em tirinhas, e não desfiada, fica bem saborosa, com aquele gosto de manteiga de garrafa.

O bar/boteco é em uma rua antiga e descuida da tijuca com poucas e disputada mesas. O ambiente é de um típico boteco carioca com mesas pequenas apertadas e com moveis com cara de velhos. A decoração é simples e cheia de referências ao incrível menu de cervejas que deixa qualquer apreciador feliz, tem de tudo por lá das clássicas a as excelentes e caras importadas.  Mas me desculpe a estrela lá com certeza é a comida!

Aconchego Carioca
Rua Barão de Iguatemi ,388
Praça da Bandeira – Rio de Janeiro
Tel - 2273-1035

3***
$$

Saturday, April 04, 2009

Chocolate - Descobrindo prazeres de infância!

Ola queridos 3 leitores,

 

Primeiro lugar desculpe o sumiço mas a vida tem estado tão corrida que de fato os post foram ficando para depois e o tempo voou. Mas estou de volta, apenas um mês depois ainda sonhando com o que comi em Paris e prometo fazer os posts sobre a viagem!

 

Bjs

T

 

Eu não como chocolate! Eu sei que isso pode parecer uma heresia para alguém que acha que entende de comida, como é possível alguém que teoricamente gosta de comida e comer bem, pode ficar sem comer um petit gauteau ou um brownnie? Acredite em mim, já tentei algumas vezes gostar, mas o resultado é sempre um enjôo que dura por horas, mesmo com os chocolates de alta concentração.

 

It gets worse, sou de uma família baiana, e tradicional produtora de cacau! Será que Freud teria algo a dizer sobre isso? Mas a verdade é que simplesmente não gosto de chocolate e sou sempre o assunto favorito de uma mesa de mulheres, que sonham com ter a mesma doença que a minha. Na verdade, as pessoas tendem a ver isso como uma falha no meu caráter, que juntamente com o fato de eu não gostar de cachorros deve me tornar uma pessoa evil!

 

Mas não gostar de chocolate já me trouxe muitas frustrações! Quando criança eu não podia me deliciar com todos aqueles ovos de páscoa como as minhas irmãs, isso de alguma forma sempre me incomodou. No começo da década de 90, quando eu era criança não existiam sobremesas em Salvador a não ser algo chocolate ou mousse de maracujá, o que me fez acreditar que eu era uma pessoa que só gostava de salgados! Ledo engano, hoje me delicio com qualquer doce, mas esse foi um processo de descoberta longo, e cheio de desvios, principalmente das decorações de chocolate nas minha sobremesas.

 

Mas mesmo tendo me descoberto como um grande apreciador de doces os prazeres da infância que eu tinha perdido ainda me perseguiam. Ontem la estava eu na fila do caixa do supermercado Zona Sul, quando vi um BATOM de doce de leite! Pensei, será que é um chocolate com doce de leite? segundo a embalagem não. Peguei um entreguei para a caixa, e abri logo, ali mesmo no meio daquela confusão do supermercado, estava ansioso! Fui abrindo como sempre tinha visto minhas irmãs abrirem, desenrolando só um pedaço da embalagem, e notei que era clarinho, como uma barrinha de doce de leite! Bingo! Comecei a comer lembrando da cara de minha irmã chocoltotra que levava horas comendo um batom. Por coincidência no meu IPOD, em shufle, estava tocado “The musico of the nigth”, do Fantasma da Ópera, mais uma lembrança da minha infância. Ali no meio daquele caos, me senti com 10 anos, descobrindo o prazer de comer um Batom, anos depois!

 

Que venha a Páscoa! Agora eu já como Batom!!!

Monday, March 02, 2009

Paris - eating in Paris is like dreaming anywhere else!

This past week, without any posts, was of pure inspiration, I went to Paris. For 7 days I lunched, snacked and dinned, doing nothing else then contemplating the French biggest treasury: its culinary. Paris is the ideal setting to enjoy such amazing food, I am sure that after one week of random walks through its streets there is nothing like it! Each corner that u turn there is a wonderful surprise of incredible balance and beauty.

I have been flirting with a trip like this for some time now, one week eating in the restaurants of this new movement in the French culinary world, called: Bistronomique. This same movement seems to be arriving in Brazil very strongly now, very appropriate given our crisis mode. Is there anything more charming then a little restaurant, with a clear signature cuisine, for only €38? Signature cuisine is the French’s specialty since Carême – I read this week the wonderful “Cooking for Kings: The life on Antoin Carême” – and these days you don’t even have to be French to have a Bistrô in Paris, as I learned dinning in the amazing Le Timbre.

Paris is a city where even the poor, dirty student bar serves an incredible cheese platter, and a very decent food, as I discovered in Le Reflect, where else in the world does that happen? I have to say that I did not only found good cheap food, Paris is also a city of luxury, as the incredible macaroons from Ladurée can bring you to bankruptcy or sugar poisoning in the most delightful way possible. 

In a city of dreams it is possible to eat the most incredible soufflé that I have ever tasted, to the point of considering if I have ever had eaten this dish before, the cloudy texture of it made me think that only in Paris u can eat a cloud and still be on firm ground, right there at Le Cigale Recamier. Paris is not perfect after all is full of Parisians, but I have to say that this unsual touristy week of mine brought me a more understanding view of them, it must be hard to share that, especially when u are craving the incredible pear ice-cream at Pozzeto,  at the sizzling Marais, after the best falafel sandwich that you will have ever eaten and the L´as the Falafel.

If you are into more edgy culinary you are also in the right place, why not check it out the Chez L´ami Jean for a light touch of Basque cuisine/technique in a classical dark bistro, the mix is incredible, like it is to find the George Pompidou with its crazy architecture blending so well with the beautiful classical Parisian buildings, with its iron balconies.  Eating in Paris is also sitting in the outside and feeling the cold winter chill on your cheeks, while u appreciate a glass of wine, or eat a fantastic terrine at the Le Comptoir de Relaix.

We all must live in Paris before we die, maybe you don’t have to live there for real, but it is necessary to take time and enjoy the city other them the classical touristy attractions, I cramped 15 fantastic meals in one week, but other than that just walked, drove a Velib enjoying the liberty of free time I had, just like the chef of Le Pre Vérre does with his slightly creative bistro food. You must also walk into a boulangerie, a fromagerie and a charcuterie even though you do not know (like me) half of the cheese and sausages that they are so proud of.

The closest to tourism that I did was to travel to Bretagne eating wonderful crêpes at Le Chalet 8eme and to the almost perfect, and almost impossible to get a table, Breizh Café. In the end in the middle of craziness of Refuges des Foundues and its baby bottles and the peace of the idyllic Ille de Saint Louis I found a city for foodies but also for those in search of beauty. The week was completed with amazing company from the ones that can cook Tarteflet to the ones that can´t eta half of the things I enjoy, but in the end it all comes together with a nice bottle of red wine (maybe many bottles…).

 

Ps: Caros 3 leitores, em homenagem aos amigos que estiveram comigo e que não falam português esses textos serão em Inglês, desculpe!

Thursday, February 19, 2009

Enviado Especial a Portugal - O Lagar

Caros 3 Leitores,

Esse blog está ficando muito chique! Dado que eu já vivo no limite das minhas viagens, eu estou incorporando uma crítica de meu amigo FF, assíduo comentador do blog e companheiro de diversas aventuras gastronômicas. Esta será uma série de dicas (que são sempre imperdíveis, I migth add) de lugares para descobrir um pouco da culinária portuguesa. 

Muito Obrigado FF pela ajuda! 

T

XXXXXXXXXXXXXX

Come-se muito bem em Portugal. A máxima é verificada quando entramos num despretensioso restaurante perto de Bombarral. A decoração simples, com diplomas gastronômicos regionais e recortes de jornal pendurados na parede acima dos azulejos faz com que não se distraia do que deve ser a principal estrela de um restaurante.

O local estava vazio por ser um almoço de dia de semana numa zona rural, o que ajudou para a atenção que recebemos. De qualquer maneira a simpatia do atendimento familiar conta muitos pontos a favor

Vamos ao que interessa:

De entrada fomos de pequenas porções do que são consideradas as especialidades da casa. Um queijo curado de massa cremosa local primo do da serra da estrela com a diferença que neste além de leite de ovelhas também é usado de cabras; paio de pata negra; manto branco de pata negra (que nada mais é do que a parte mais rica do defumado); sardinhas com molho a escabeche. Todos deliciosos sendo que o destaque ficou para as sardinhas, que fizeram com que minha companhia não muito chegada a “peixes pequenos” pensasse em repetir.

Escolhemos um vinho branco da Quinta das Cerejeiras que fica ali logo ao lado para acompanhar. Bastante bom. Vale destacar que a carta de vinhos era realmente completa e a escolha de um vinho regional foi simplesmente para compor o almoço. Havia outras excelentes opções.

Antes dos pratos principais ainda fomos oferecidos mexilhões que haviam acabado de chegar de Peniche. Eles eram de um tamanho de fazer corar os moules que estamos acostumados aqui no Brasil. Foram preparados de maneira simples, porém irrepreensível. Refogados com cebola num molho com toque de vinho não ofuscando o ingrediente principal.

De primeiro prato pedimos chocos fritos com açorda de tomates. Chocos até então me eram desconhecidos. São moluscos primos da lula, mas com uma textura um pouco mais densa. Foram muito bem com a açorda apimentada. Até eu que não sou o maior fã de coentro (ou coentros como falam nossos amigos) comi com gosto.

De carne ficamos em dúvida entre a aba de vitela grelhada e os filés de porco preto. Fomos aconselhados a ficar com meia porção de cada. Ambas muito saborosas, mas por melhor que seja a vitela fica difícil de competir com o porco. Ele foi o responsável por apagar de minha cabeça o bacalhau como ícone da culinária portuguesa. Vá a Portugal e coma um porco preto! Fica como uma sugestão de campanha. As carnes vieram com batatas fritas. Sequinhas e crocantes.

Ainda arranjamos espaço para a sobremesa e escolhemos a “delícia do Lagar”, um doce de maçã com suspiros. Curiosamente a sobremesa que leva o nome do local não mereceu maior destaque.

O Lagar
Rua Senhor Jesus do Carvalhal 8
Carvalhal - Portugal


Wednesday, February 18, 2009

Lorenzo - Charme carioca com potencial

O Rio de Janeiro continua lindo, e cada vez mais surgem restaurantes que tentam aproveitar ao máximo essa beleza e esse clima privilegiado. No lugar do falecido Lulu, na entrada na Lopes Quinta, no jardim botânico, fica o Lorenzo, uma mistura de bistrô com uma cantina moderna italiana. A decoração é totalmente relacionada com o primeiro, mesinhas pequenas, uma varanda deliciosa e um terraço no terceiro andar imperdível, de lá pode-se apreciar o Cristo Redentor, de um lugar quase que bucólico.

O menu de lá é bem variado com massas caseiras e alguns pratos típicos de brasseries francesas, já estive lá duas vezes e comi bem em ambas. O couvert é simpático com rabanetes mornos, azeite, grisinis – que poderiam ser mais crocantes – e uma focaccia que poderia ser melhor. De entrada dessa última vez comemos um steak tartare de magret de canard, que estava muito saboroso. Nunca tinha comido esse prato e achei simples e poderoso, como pato deve ser.

Para principal já comi uma pescada amarela com salada verde, em um dia mais ligth, super honesto e da última vez pedi um mulles frites, que estava bom. O molho estava faltando um pouco daquela força do alho, que te faz ter vontade de molhar um pão no caldo, que era talvez excessivamente amanteigado. Além disso, as fritas era apenas, ok, meio moles. Dito isso, os mexilhões eram enormes e fartos, e mesmo sem um molho espetacular o prato estava honesto. Faltou a gentileza do serviço de trazer uma lavanda para lavarmos as mãos depois de comer, além disso, um outro bowl para colocarmos as cascas.

Nunca cheguei as sobremesas, mas o menu me parece bom. O serviço é bom, talvez um pouquinho lento, mas tenho sido tão mal atendido no Rio ultimamente que já considerei esse bom. O ambiente é de fato muito agradável e os preços super aceitáveis, acho que vou voltar lá para ver se acho um prato excepcional.

Lorenzo
Rua Visconde de Carandaí ,2 
Jardim Botânico – Rio de Janeiro
Tel – 21 - 2294-7830

2**
$$$

Tuesday, February 17, 2009

Arturito - Comida marcante em ambiente estranho.

Tem alguns restaurantes que causam polemicas sendo o Arturito um dos que mais causou na blogosfera recente. Em um posto do ótimo Que bicho me mordeu, ele foi considerado confuso entre querer ser fashion week e comida sólida, não por menos a chef os convidou para uma visita a cozinha. Vale a pena ler a polemica por lá. Depois de tanta confusão eu decidi que eu tinha que ir conferir. O restaurante é da chef Argentina Paola, que já passou pelo Dona Júlia (que fui semana passada e adorei) e do Figueira Rubayat.

O restaurante é meio escondido em uma pequena casa, com decoração bem moderna! A iluminação é bem baixa e em seu corredor comprido o resturante parece de fato, uma passarela de desfile. O bar imponente completa a decoração moderna, além disso, um pedaço do restaurante tem um teto retrátil que deve ser agradável em noites estreladas. A decoração de alguma forma é toda muito escura. Logo na entrada pães com jeito de caseiros, uma cremosa manteiga salgadinha e um pratinho de azeite com alecrim e parmegiano ralado. Os pães não eram nada de especial, mas cumpriam bem seu papel.

Depois de sofrer um pouco para achar um vinho com preço justo na carta que me pareceu levemente over priced, partimos para a escolha dos principais. Eu fiquei com o ojo de bifé curado e purê de batatas Robuchon,  a carne era bem diferente do que estamos acostumados, mas não menos saborosa. Com uma crosta bem sequinha, e levemente adocicada devido ao processo de curagem, o miolo é um belíssimo ojo de bife, no ponto certo, rosado e macio. Esse contraste de texturas é realmente muito bom, me lebrou um pouco uma carne do sol muito bem feita. O purê de batatas que vinha em uma panelinha separada era muito macio, mas de consitência firme, mais uma vez aqui com um sabor mais leve, mais creme de leite ou manteiga e menos batata, estava sensacional. Na mesa ainda pedimos um Spagetini de frutos do mar que foi elogiado,além de um fagoto (grão de trigo) cozido como risoto com aboroas grelhadas que estava uma delícia.

Para a sobremesa profiteroles que estavam muito bons, aerados, leves e simples. O serviço era muito atencioso e sugestivo, dando atenção na dose certa durante toda a noite. Imagino que em noites mais movimentadas a experiência possa ser diferente, pois nesta noite estava bem vazio. No final das contas, a conta foi um pouco mais cara que eu imaginava, mas sempre tenho que me lembrar que estamos em São Paulo.

Arturito
R. Arthur de Azevdo, 542
Pinheiros – São Paulo
Tel – 11 – 3063 – 4951

3***
$$$$

Friday, February 13, 2009

Lavoura Café - café da manhã com gostinho de fazenda

Eu tenho que admitir eu amo tomar café da manhã, talvez porque eu seja o que os americanos chamam de “morning person”, acordo feliz e acelerado querendo fazer alguma coisa. Portanto, ir tomar café da manhã é um de meus programas favoritos. Adoro os sabores caseiros da Casa da Tatá na Gávea, não paro de sonhar com o banquete incrível que é a Escola do Pão. Essa semana, descobri mais um para a minha lista, desses com sabores caseiros, o Lavoura Café, que a Constance Escobar já tinha falado e eu ainda não tinha ido conferir.

O lugar é uma pequena casa de esquina (porque todo lugar charmoso é sempre de esquina?), verde, que combina bem com a linda vista dos fundos do Jardim Botanico. As mesas se espalham pelas calçadas, como que de um bistrô. Pedimos um café da manhã individual que é uma série de pratos, a sensação é de estar na sua fazenda no interior (no meu caso, na Bahia). Começamos com um delicioso suco de laranja, fresco, seguido do prato de frutas, um mamão também gostoso. Depois em canequinhas de metal esmaltado nos chega um iogurte cremoso, levemente azedo, com gosto de caseiro, além disso, uma granola super crocante e um potinno de mel, de fato um pedacinho de céu na terra.

Depois disso chega a mesa um bolo, no nosso dia, um de “branco” com pedacinho de goiabada, completamente caseiro, tenho que admitir que como moro sozinho e longe da casa de minha mãe, coisas caseiras tem um valor todo especial para mim. Depois uma cestinha com quatro variedades de pães, um de queijo que estava muito bom, com um gosto azedinho do povilho e outras variedades, para acompanhar queijo minas, manteiga bem salgadinha e peito de peru – nessa minha nova fase ligth, faltou um pãozinho integral, mas perdoável, em casa de avó tudo engorda mesmo.

Para finalizar ainda temos a opção de um café ou um cappuccino, mas tenho que confessar que com o calor de 40 graus que fazia no Rio de Janeiro, não tive coragem de experimentar. O serviço é relativamente lento, mas quem tem pressa com uma revista na mão em um sábado de manhã!?

Lavoura Café
Rua Pacheco Leão, 812
Horto – Rio de Janeiro
Tel -21- 2512-7308

2**
$

Thursday, February 12, 2009

Kaá - Sabor, ambiente... mas o serviço!

Tem poucas cidades do mundo que comportam investimentos milionários em restaurantes, com certeza São Paulo está entre uma delas. Ao entrar no Kaá logo pensei: “Isso no Rio durava 6 meses, em Salvador nem abria”. O restaurante fica em uma discreta casa, com uma porta mais discreta ainda na movimentada Juscelino Kubicheck, de fora pensei mas que confusão que deve ser isso aí dentro, mas ao entrar me deparei com um oásis em São Paulo. Um enorme galpão de pé direito elevadíssimo, com um espelho d´agua enorme na entrada. Mas a estrela da decoração é a parede lateral direita que é inteiramente coberta por plantas, não eras ou coisas assim, plantas mesmo. O efeito é incrível uma sensação de aconchego e frescor que não posso imaginar uma decoração não verde possa dar, também não parei de pensar como eles molham aquelas plantas?

No meio do salão havia um bar e ao fundo a cozinha com janelões de vidro para vermos a movimentação. Depois de tanta descrição da decoração a pergunta natural é se a comida estava a altura e posso dizer que sim. Fomos sentados em uma mesa do lado oposto da parede verde e perto da cozinha, o atendimento me parecia um pouco apressado, imagino que a pressão para sentar todas as pessoas da fila era grande. No entanto, na hora da sobresas houve demora de mais de 30m minutos para um petit gateau, com certeza o serviço está muito aquém do ambiente.

Um dos sócios é o Paulo Barros, o famoso chef do Due Cuocchi (eu preciso voltar lá urgente para escrever aqui), mas o chef é um espanhol que fica sempre na cozinha.  Pedimos um prato de antepasto para acompanhar a cestinha de pães que estava uma delícia. Clássicos italianos, bem executados, pimentões marinados, mussarela de búfala com pesto leve, proscciuto bem cortado.

Meu prato foi uma costeleta de cordeiro com um spaguetini com manteiga e sálvia – absolutamente adoro essa cominação de manteiga e sálvia – a carne estava praticamente perfeita, tostadinha por fora e levemente rosada por dentro, sem aquele ranço que cordeiro tem em alguns lugares. A carne era simplesmente grelhada e macia, com um sabor aveludado, fazia um ótimo contraste com o gosto pontiagudo da sálvia, a massa estava no ponto certo al dente.

A sobremesa não chegou como já falei e os preços eram bem a lá São Paulo. Sem dúvidas o serviço poderia ser muito melhor, mas aquela costela de cordeiro entra na minha lista de favoritos desse prato e isso não se pode negar.

Kaá
Avenida
 Juscelino Kubitscheck, 279 
Itaim  São Paulo
Tel
 - 11 3045-0043

2**
$$$$

Thursday, February 05, 2009

Le Pré Catalan - Um francês como deve ser

Era meu aniversário e depois desse blog eu decidi que merecia uma comemoração digna de uma comensal. Tinha um bom tempo que eu não ia ao Le Pré Catalan, restaurante do chef Roland Vilard, que havia sido todo reformado. A reforma ficou sensacional, os móveis de madeira escura, quase preta, e estofado clarinho, sem tolhas de mesa só com uma passadeira branca. As mesas e cadeiras arredondadas combinam com o formato da sala que tem o mesmo formato, beirando a janela com a linda vista da praia de Copacabana. Olhando para dentro todo o restaurante é coberto por leves cortinas brancas, que nos dá uma impressão de surpresa por trás, e de fato somos surpreendidos pela cozinha do Chef.

Cheguei sozinho e decidi que eu merecia um belíssimo jantar e pedi uma taça de champagne para começar minha noite. Na mesa uma cestinha com grissinis amanteigados que se desfaziam na boca e torradas com azeite de oliva ultra finas que estalavam na boca. Resolvemos que fazer as escolhas no menu seria muito doloroso porque não pedir e Menu Confiance e deixar o chef nos impressionar com 10 pratos?

Antes de começar nos foi oferecida uma seleção de pães todos quentinhos e maravilhosos, meu preferido, nozes com passas. O primeiro prato foi um mini gaspacho, com um cherne envolto em um cream fraiche, estava gostoso, com bons contrastes e salgadinha; havia um outro pratinho que era um cogumelo com farofa de anchovas, incrível, levemente amanteigada e crocante faziam um belo par com o cogumelo cozido no ponto certo.

A salada de lagostim com uma levíssima maionese de ervas e massa philos crocante e sequinha, sob pequenos cubinhos de aipo, pimentões e tomates estava espetacular. O lagostim estava no ponto certo, e contrastava bem com a massa crocante enquanto os pequenos cubos davam o frescor enquanto quase que estalavam na sua boca. Seguindo esse prato nos foi servido uma costela de tambaqui, peixe de rio do norte, com molho de tomilho fresco e um purê de barôa defumada, o peixe estava macio e levinho, com um molho que dava toque de ervas para aquela carne firme. O purê, ou seria um mousse, talvez um souflê, era tão macia, quase com textura de algodão doce, e um gostinho defumado distante.

Em um restaurante tão francês, o Foie Gras não podia deixar de ser a grande estrela da noite. A trilogia de foie gras, trazia ele fresco – não tem como errar – com uma geléia de figos e brioches, eu gosto mais com geléias mais doces, mas estava sensacional. Um ravióli de foie gras com alho poro, massa perfeita, profundo pela gordura do foie como pelo tempo de cozimento daquele caldo do alho poro. E por fim ele selado sobre uma tortinha de maça, que estava espetacular, o foie gras é macio, quase viscoso, que contrasta com a maça levemente cozida, sua gordura com a refrescância da maça. Neste ponto já estávamos tomando um belíssimo e honestíssimo St. Emilion 2003.

Para limpar o paladar e uma granita de frutas vermelhas e champagne, simplesmente o que vc precisa para tirar da sua boca o sabor persistente do Foie Gras. Entramos nas carnes empolgados, primeiro veio uma vitela, com molho do próprio cozimento e legumes, a carne poderia estar um pouco menos passada, mas seu molho era balanceado e os legumes estavam ainda levemente crocantes e faziam uma combinação muito boa. Depois chegou uma palheta de cordeiro, no ponto certo com batatas em cubos, ainda meio durinhas com um levíssimo molho branco, o prato era simplesmente uma boa execução, mas nada de surpreendente.

Até esse momento o serviço me parecia uma sinfonia perfeita! Tudo estava sincronizado, mas parece que fomos esquecidos e o prato mais simples que seguia, uma  combinação de queijos demorou mais de 20 minutos, inadimissível em um jantar como esse. Mas eu perdôo até isso. O prato de queijos era formado por pequenos pedaços de queijos de verdade - nada dos tipo brie - o chevre estava especialmente bom, com mais pães fresquinhos. O nosso Sauternes combinava perfeitamente com os queijos e preparava nosso paladar para os doces.

Para sobremesa começamos com umas provinhas do carrinho do chef de patisserrie, que sinceramente deveria abrir uma loja em separado para vender as delicias deles. Provei os ovos nevados, que estavam aerados e leves como devem ser. Um suspiro/macarron com um leve creme de nozes dentro era inacreditável, a cada mordida ele se desfazia na boca deixando o sabor forte das nozes sem excesso nenhum de açúcar.  Segundos os chocóltras na mesa a mouse de chocolate também estava um sonho.

A sobremesa de verdade era um profiteroles, com uma calda de chocolate que eu não provei. Para mim uma seleção de sorbets, todos refrescantes e naturais: cupuaçu, graviola, tamarindo, manga e mangaba. Acompanhado de Madeleines muito boas. No café ainda fomos agraciados com uma mini torta de limão com massa se esfarelando e um creme perfeitamente acido. Na hora de ir embora, umas caixinhas com dois macarrons. Eu que era aniversariante e ainda ganhei em uma linda caixa uma torta do chef de pâtisserie, adoro esses mimos.

A refeição não é nada barata, mas para ocasiões especiais acho que vale a pena. Este é um programa para os apreciadores de uma boa culinária francesa, com alguma influência de ingredientes nacionais e execução quase sem falhas. Dito isto, não há nada de muito surpreendente, apesar de muito bom.

Le Pré Catalan
Hotel Sofitel – Avenida Atlântica ,4240
Copacabana – Rio de Janeiro
Tel – 21 - 2525-1160

3***
$$$$

Tordesilhas - Pedacinhos do Brasil em São Paulo

Existem lugares que te transportam, fazem vc sentir que vc não está mais onde vc estava a 10 minutos atrás. Encontrei em São Paulo um lugar assim, o restaurante Tordesilhas te tira do meio da confusão da Avenida Paulista, e te faz sentir como se vc estivesse no Nordeste, ou quem sabe no norte! Fica em uma casinha com cara de cidade pequena – que estranhamente São Paulo tem várias – com uma decoração simples, com motivos regionais.

A comida é completamente focada nos produtos brasileiros, 100%. Tem pratos típicos sem tirar nem por, assim como os pratos que a chef, usa os ingredientes, mas faz alguma releitura. Para começar pedimos queijo coalho com melaço, estava completamente crocante e queimadinho por fora e macio por dentro, com gosto de praia. Também pedimos uma lula sob purê de banana da terra, que estava com uma textura macia envolto em um leve molho de tomates fresco e deitado sob um creme leve de banana, era cremoso e macio, mas sem o excesso de gosto de banana. Quase como uma pintura renascentista de uma mulher sob uma cama forrada de colchas de veludo.

Para principal resolvi testar uma das receitas tradicionais, pedi o pato no tucupí (olha ele aqui de novo!) com farofa de água. O pato estava cozido no ponto certo, com a carne se desfazendo e soltando do osso. O molho era mais forte que lembrava, com doses ácidas e agudas, talvez levemente amargas que balanceavam com o pato. A farofa estava um pouco dura de mais, mesmo molhando com o molho.

O resto da mesa pediu muito bem, destaque para o badejo grelhado com molho de moqueca, caruru e arroz. O badejo simples e bem feito, com o caldo da moqueca estava perfeito, um perfume sem ser dominante, me senti na Bahia. O guizado de carne seca em cubinhos com pirão de aipim estava também muito bom, pirão cremoso, leve e o guizado muito saboroso. Os pratos era enormes e poderíamos até ter dividido.  O serviço foi levemente ruim, tínhamos que chamar atenção do garçom várias vezes.  Ao sair de lá fiquei com a sensação que tinha que voltar para experimentar de novo outros pratos, existe indicação melhor?!

Tordesilhas
R. Bela Cintra, 465
São Paulo – SP
Tel -11- 3107-7444

3***
$$$